CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Cineclube da ACCPA – 50 anos
O Cineclube da Associação de Críticos de Cinema do Pará (ACCPA) comemora 50 anos de atividades no dia 01 de Novembro com sessão especial do projeto CINEMA E MÚSICA no Cinema Olympia às 18h30min e entrada franca. Com acompanhamento musical ao vivo de Paulo José Campos de Melo será exibido o clássico "Em Busca do Ouro" de Charles Chaplin num evento que evidenciará a história de um dos cineclubes mais atuantes do Brasil. Antes da sessão haverá uma apresentação da história do cineclube pelos críticos Pedro Veriano e Luzia Alvares. A ACCPA tem como um de seus objetivos a formação de uma plateia de espectadores que valorize o cinema como arte. A ACCPA (antigamente denominada de APCC - Associação Paraense dos Críticos de Cinema ) foi fundada em 1962 e com uma série de ações mudou o perfil do público de cinema de Belém em diversas décadas através da programação cineclubista feita com diversas parceiros. Para celebrar esta importante data publico uma entrevista com o mestre Pedro Veriano, crítico de cinema, pesquisador e um dos idealizadores do cineclube da ACCPA:
1) Como foi criado o cineclube da associação de críticos?
R- Exibir filmes de bom nível artístico é sonho de critico numa determinada época. Os cineclubes, criados para isso, começaram na França dos anos 1930. No Pará chegou a ideia em 1955 através do cineclube “Os Espectadores”. Veio mais cineclubes e chegou o Centro de Estudos Cinematográficos da UFPA. Nesse espaço começaram a s exibições do que seria o Cineclube APCC na Escola de Teatro da Universidade. Dai se passou para a independência por conta da maior liberdade de escolha dos filmes.
2) Quais foram os principais parceiros de exibição do cineclube nos primeiros anos?
R- As colunas de cinema nos jornais e o próprio Centro da UFPA que pagava una taxa mínima para cobrir aluguel de filme.
3) Como era elaborada a programação de filmes do cineclube?
R- Através do que existia nas distribuidoras de filmes cedidas no sudeste e nordeste, Do que era oferecido se escolhia títulos nas bitolas (películas) de 16mm e 35mm (profissional, ou seja, usada nas salas comerciais).
4) Quais são suas maiores lembranças do cineclube da associação? (filmes, sessões, espectadores)
R- Muitas. Ainda na Escola de Teatro da UFPA um debate sobre o filme “Vampiros de Almas” com forte polêmica. Na sede da AABB a estreia em Belém de “Morangos Silvestres” de Ingmar Bergman com o salão superlotado, No auditório de curso de Odontologia (na Batista Campos) um curso de cinema com filmes ilustrando as diversas fases da historia dessa arte. No Cine Guajará da Base Naval a exibição de “...E o Vento levou” que virou “drive in” pois as pessoas acabaram vendo o filme dentro de seus carros através das portas abertas do auditório (tal era a lotação). E no Grêmio Português a exibição do documentário “O Genial Vagabundo” no dia da morte de Chaplin, com a plateia aplaudindo de pé entre lagrimas.
5) Qual é o legado que o cineclube da associação deixará para as gerações de cinéfilos paraenses?
R- Houve até quem assumisse cinema como profissão (exemplo de Mou Carneiro). Criou-se uma plateia para o que se chamava “filme de arte” e desse tom surgiram, por exemplo, as sessões especiais nas salas como o Olympia e 3 cinemas (os I, II e III) criados no ideal e um dos críticos e animadores do clube, Alexandrino Moreira (o nome da firma que administrou as salas era Cinema de Arte do Pará Ltda.).
Filme de Richard Patterson
Filme de Michelangelo Antonion
(1975)
Filme de Akira Kurosawa
(1951)
Filme de Ingmar Bergman
(1957)
Filme de Jean-Luc Godard
(1967)
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 30/10/17 – O Cinema de Frank Capra – “Do Mundo nada se Leva” (1938). Sessão às 19 h. Entrada franca. Debate após a exibição.
Dia 30/10/17 – O Cinema de Frank Capra – “Do Mundo nada se Leva” (1938). Sessão às 19 h. Entrada franca. Debate após a exibição.
*Cine Olympia:
Até dia 01/11 – “Uma Mulher contra Hitler”. Sessão às 18h30min (exceto sábados, domingos e feriados às 17h30min). Entrada franca. Apoio: Instituto Goethe.
Até dia 01/11 – “Uma Mulher contra Hitler”. Sessão às 18h30min (exceto sábados, domingos e feriados às 17h30min). Entrada franca. Apoio: Instituto Goethe.
*Cine Líbero Luxardo:
Até 01/11 – “Como nossos pais” de Laís Bodansky e “Pendular” de Julia Murat.
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