CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Diversidade Cultural?
Saudades do Chacrinha! Uma das questões mais graves impostas pela indústria cultural é a falta de diversidade. Os "eleitos" do cinema, música e literatura (entre outros segmentos) estão sempre na mídia e quem não está na mídia é "invisível". Numa sociedade de consumo que compra o que está na moda, em evidência, a diversidade é cada vez mais necessária. E o que mais falta nas mídias "oficiais" é a diversidade cultural. Na televisão, especialmente, sinto saudades do Chacrinha, velho guerreiro, que apresentava no seu programa desde Caetano Veloso até Odair José, de Gilberto Gil a Sidney Magal, de Jane Duboc até Kid Abelha. Artista de vários gêneros musicais. Dessa forma, o público tinha acesso a diversidade tão rica da música brasileira e poderia fazer suas escolhas e ter suas preferências. Chacrinha tinha um programa tropicalista que não excluía gêneros, cantores e tornava visível o talento de muitos artistas. Será que retrocedemos? Será que para ver e ouvir Chico Buarque, entre outros grandes compositores, teremos que acessar seu site e mídias sociais? Será que os "invisíveis" nunca terão chance nas mídias oficiais de uma indústria cultural tendenciosa? Será que sempre precisaremos de cineclubes para ver/rever clássicos como “Harakiri”? Viva a internet que nos possibilita outros canais de comunicação com o mundo artístico e nos permite conhecer e tornar visíveis quem realmente tem talento e faz ARTE no Brasil e no mundo. Viva o velho guerreiro!
*O filme nacional “Como nossos pais” de Laís Bodansky foi exibido em curta temporada no Cinepólis mas felizmente terá espaço na programação do cine Líbero Luxardo no final de setembro. É lamentável como os grandes circuitos de exibição tratam a programação de filmes nacionais. Na maioria das programações do mês raramente existem espaços para o cinema brasileiro e quanto tem espaço, a exibição é curtíssima. Felizmente temos nosso circuito alternativo que ajuda a criar espaços para uma programação melhor.
*O Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes) completa 10 anos de atividades e no final de setembro haverá uma sessão comemorativa a esta data com exibição de “O Professor Aloprado” de Jerry Lewis e uma roda de conversas sobre Alexandrino Moreira, crítico de cinema e exibidor que teve importante contribuição a cultura cinematográfica local.
*Exibição de “Harakiri” (1962) de M. Kobayashi na sessão cult do cine Líbero Luxardo foi oportuna para apresentar este belo filme à um novo público. O cinema japonês merece respeito pelos seus cineastas e filmes de alta qualidade e “Haraki” é, sem dúvida, um filme que merece atenção do cinéfilo.
INDICAÇÕES
ESTREIAS
“Afterimage”
Filme de Andrzej Wajda
Cine Líbero Luxardo
“II Mostra em Defesa da Vida”
Cine Olympia
De 13 a 18/09/17
CINECLUBE
“O Professor Aloprado” (1964)
Filme de Jerry Lewis
Cineclube Alexandrino Moreira – Dia 25/09/17
TRILHA SONORA
“Betty Blue”
De Gabriel Yared
1986
MEMÓRIA
“Sua única Saída” (1944)
Filme Raoul Walsh
Cartaz exibido nos cinemas americanos
AGENDA
Cineclube Alexandrino Moreira (Casa das Artes):
Dia 25/09/17 – O Cinema de Jerry Lewis – “O Professor Aloprado” (1964). Sessão às 19 h. Entrada franca. Debate após a exibição. Sessão comemorativa dos 10 anos do cineclube.
Cine Olympia:
Até dia 18/09 – “II Mostra em Defesa da Vida”. Sessão às 18h30min.Entrada franca.
Cine Líbero Luxardo:
Até 13/09 – “A Qualquer Custo” e “O Filme da minha Vida” de Selton Mello.
Nenhum comentário:
Postar um comentário