quarta-feira, 31 de agosto de 2011
CINE TROPPO - SEMANA DE 26/08 À 01/09/11
CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “Planeta dos Macacos – A Origem”, “Amor à Toda Prova”, “Rei Leão – 3D” e “A Arvoré”
“Planeta dos Macacos – A Origem” é um filme que mostra acontecimentos históricos ocorridos antes do filme original , “Planeta dos Macacos” de Franklin J. Schaffner (estrelado por Charlton Heston), produzido em 1969. Antes dos fatos deste primeiro filme, a arrogância do Homem deflagra uma cadeia de acontecimentos que leva os símios a ter um outro tipo de inteligência e a desafiar nosso posto de espécie dominante no planeta. Caesar, o primeiro símio inteligente, é traído pelos humanos e se revolta passando a liderar a incrível corrida de sua espécie rumo à liberdade e ao inevitável confronto com o Homem. Detalhe : para personagem Caesar, a WETA (a equipe que venceu o Oscar® com “Avatar”) criou com animação computadorizada um símio capaz de uma interpretação dramática delineada por cargas de emoção e inteligência inéditas. No elenco, James Franco, Freida Pinto, Andy Serkis, Brian Cox, Tom Felton, David Hewlett, John Lithgow.
Em “Amor à Toda Prova”, Cal Weaver tem quarenta e poucos anos e uma vida perfeita – um bom emprego, uma casa legal, bons filhos e um casamento com sua namorada do colégio. Mas quando Cal descobre que sua esposa Emily o está traindo e quer o divórcio, sua vida “perfeita” desaba e para piorar, faz décadas que Cal não tem um encontro amoroso, o que piora sua situação. No elenco, Steve Carrel, Ryan Gosling, Julianne Moore, Marisa Tomei e Kevin Bacon.
“Rei Leão – 3D” é o clássico dos estúdios Disney produzido em 1994 que fez grande sucesso mundial, e que agora volta em formato 3D. O filme conta a história de Simba, um pequeno leãozinho que é filho de Mufasa, o Rei Leão, e da rainha Sarabi e que ao crescer, é envolvido nas artimanhas de seu tio Scar, o invejoso e maquiavélico irmão de Mufasa, que planeja livrar-se do sobrinho e herdar o trono. Vamos ver como ficou o resultado deste belo filme, agora em versão 3D.
“A Árvore” foi o filme selecionado para encerrar o Festival de Cannes em 2010. Protagonizado por Charlotte Gainsbourg (Anticristo/21 Gramas), a história do filme acontece numa pequena aldeia na Austrália, onde um casal vive com seus quatro filhos. Logo no início da trama, uma tragédia: o pai morre bem diante da filha menor, Simone. Em meio à depressão que se segue, Simone consegue apoio numa fuga para enganar a tristeza: ela passa a acreditar que o espírito de seu pai encarnou na enorme figueira ao lado de sua casa. Porém, a vida precisa seguir em frente, e Simone precisa crescer.O filme é dirigido por Julie Bertucelli (mesma diretora do elogiado “Desde que Otar Partiu”).
SUPERNOVAS
*Tradição e contradição. Este é o ponto de partida de O Mineiro e o Queijo, longa-metragem do premiado cineasta mineiro Helvécio Ratton, que será apresentado, pela primeira vez no Brasil, no dia 17 de setembro, durante o SLOW FILME – Festival Internacional de Cinema e Alimentação. Considerado por Ratton um trabalho ao mesmo tempo político e poético, o documentário lança luz sobre a fabricação, consumo e distribuição do famoso queijo mineiro( artesanal) – em especial aquele fabricado na Serra da Canastra, na região do Serro e do Alto Parnaíba –, em pequenas queijarias familiares, seguindo as mais antigas tradições: os primeiros indícios da fabricação de queijo em Minas Gerais datam do século XVIII.
*O ator Tom Hardy ('Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge'), protagonista de “Mad Max 4: Fury Road”,.declarou à imprensa americana que a produção do filme já está procurando locações e que as filmagens devem começar em abril de 2012. Além disso, foi confirmado que o longa será filmado em 3D.
* Faleceu o diretor chileno Raoul Ruiz. Poucos filmes de sua autoria chegaram a ser exibidos nos cinemas brasileiros. Em DVD, dois filmes podem ser conferidos pelo público: “A Hipótese da Pintura Roubada” e “La Vocation Suspendue”. Ruiz, a partir dos anos 70, começou a trabalhar na França, após o golpe militar seu país. Entre os filmes consagrados de sua carreira, está “Mistérios de Lisboa” que ganhou o prêmio da crítica na mostra internacional de Cinema em SP ano passado.
*Já está na internet o teaser-pôster de “Superman - O Homem de Aço” (Superman - The Man of Steel) (foto).O filme é dirigido por Zack Snyder ('300'). O longa, que chegaria aos cinemas em dezembro de 2012, agora terá lançamento mundial em 14 de junho de 2013.No elenco, Henry Cavill como protagonista, Kevin Costner, Diane Lane, Amy Adams, Russell Crowe e Laurence Fishburne ('Matrix').
*As inscrições para o Amazônia Doc 3 já começaram. O festival já em datas confirmadas : de 05 à 11/11. Serão exibidos filmes brasileiros e latino-americanos contando também com oficinas e mesas-redondas com pessoas da área de cinema como cineastas e críticos. Maiores informações no site www.amazoniadoc.com
*O filme “Lanterna Verde” que está atualmente em exibição nos cinemas mundiais terá sua versão blu-ray lançada dia 14 de outubro nos EUA. Segundo a Warner, o disco terá uma versão estendida, com 14 minutos de cenas inéditas.Porém, as cenas adicionais não foram convertidas para o 3D, e serão lançadas apenas na versão 2D.
* A Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) elegeu 'A Árvore da Vida' (The Tree of Life) como o melhor filme do ano. O prêmio será entregue na cerimônia de abertura do Festival de San Sebastián, que se realiza de 16 a 24 de setembro, na Espanha. Mais de 200 críticos de todo o mundo participaram da votação, que considerou filmes que tivessem sido exibidos a partir de julho do ano anterior até julho de 2010.
* A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, enquete, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
CRÍTICA
“A ÁRVORE DA VIDA” de Terrence Malick. Com Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain.
Sem fôlego. Assim me senti quando terminei de ver o filme “A Árvore da Vida” de Terrence Malick. Primeiro, porque não existem palavras suficientes para descrever a poesia e a profundidade que o filme alcança nos seus temas. Segundo, porque percebi claramente que o cinema ainda pode ser brilhante, intenso, provocador e pode nos levar para outros caminhos de reflexão e sentimentos. E finalmente, porque o filme alcançou um patamar de importância na história do cinema que dificilmente será entendido num primeiro momento porque ao contar a história de uma família, com um pai frustrado com sua vida e que de alguma forma procura ensinar aos filhos a forma certa de viver, o diretor Malick conseguiu fazer um trabalho ao mesmo tempo filosófico, religioso e humano, equilibrando estes elementos de forma sublime. O filme não é somente sobre este pai agressivo, seus filhos, sua esposa, os conflitos, as decepções. É um filme que a partir desta história, procura se comunicar com vários questionamentos que temos sobre Deus, sobre a vida como ela é ou como deveria ser, sobre os conceitos de justiça e felicidade, sobre o ser ou não ser, sobre a nossa história, nossas origens, nosso nascer e o nosso morrer, inevitável mas duro de se entender.Nesta jornada que somos convidados pelo diretor a acompanhar, entendo claramente o ritual criado em torno da intenção de levar ao cinema, reflexões como há muito tempo não se via. E nesse ritual de imagens e poesias que Malick cria sem mêdo de ser incompreendido, como espectadores somos obrigados a racionalizar mais ao mesmo tempo apenas sentir o que acontece nas imagens, seja nos diálogos entre os personagens, seja no diálogo (?) dos personagens com Deus ou nosso criador, seja no diálogo dos personagens com a natureza, seja no diálogo dos personagens com a selva de concreto dos tempos modernos, seja no desequilíbrio emocional que todos vivem intensamente no filme e que de alguma forma, reflete o desequilíbrio do homem com a natureza de uma forma intensa e definitiva. E nesse processo, nessa criação de uma veia poética sobre o homem, Malick estrutura sua narrativa de forma diferenciada e complexa mais ao mesmo tempo simples, mostrando através de sua história a importância do amor, do outro, do mundo, da natureza, neste equilíbrio eterno e distante que buscamos ao viver. E na busca de imagens que façam uma relação direta com esta intenção, ele constrói seu filme mostrando sua interpretação do big bang, revelando o espaço, a natureza, os animais pré-históricos, a compaixão entre dois animais agressivos (uma belíssima sequêcia)e finalmente chegando ao momento fundamental dos primeiros passos de um bebê, motrando a evolução do mundo, do homem.
“A Árvore da Vida” neste sentido, não é apenas um filme. É uma poesia. Uma declaração de amor à vida, com a árvore nos dando o significado necessário de evolução, de crescimento. É um símbolo, signo e sinal da eterna necessidade que temos de sentir e viver melhor, entendendo nossa história, origem, existência e finalidade. Terrence Malick certamente nos permite estas reflexões e certezas neste seu brilhante filme. O grande cineasta Ingmar Bergman uma vez declarou que fazia filmes para se comunicar com as pessoas e fazer perguntas, não dar respostas. O cinema de Malick em “A Arvoré da Vida” segue este caminho questionador, provocando sentimentos e reflexões que há muito tempo não sentia ao acabar de ver um filme.Por isso, é um filme fundamental para o cinema moderno e para quem gosta do cinema como arte. Veja sem falta.
DICAS
*Glauber Rocha : Esta semana completou 30 anos da morte do grande cineasta brasileiro Glauber Rocha (foto). Polêmico e invovador, Glauber marcou a história do cinema brasileiro pela sua inteligência e ousadia. Idolatrado e ao mesmo tempo incompreendido, Glauber merece ser conhecido. Em DVD, vários títulos podem ser conferidos como “A Idade da Terra”, “Barravento”, “Terra em Transe”, “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”. Veja e conheça mais sobre este grande artista que mudou a história do cinema nacional.
* Começou na última quinta-feira, o 22º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo que acontece de 26 de agosto a 2 de setembro, com sessões gratuitas em oito salas espalhadas por toda a cidade. A sede do evento é a Cinemateca Brasileira, mas o Festival também acontece no CineSESC, Museu da Imagem e do Som, Espaço Unibanco Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Cinusp, com atividades especiais no Museu do Futebol e no Cine Eldorado, de Diadema.Cerca de 3 mil filmes foram assistidos, de 96 países. Destes, mais de 400 foram selecionados para compor as sete mostras e os 19 programas especiais criados para esta edição do Festival, que conta com o patrocínio da Petrobras. Este ano, dois grandes destaques: temas relacionados ao universo da mulher, no programa Feminino Plural, apresentado pela empresa de cosméticos Avon, e o Fashion Curtas, um programa especial que mostra como os estilistas e as grandes grifes internacionais e brasileiras estão usando o audiovisual para transmitir seus conceitos e divulgar suas marcas.Além disso, acontecerá um festival de curtas de universidades de vários países, mostrando novos talentos.
AGENDA
* Cineclube Alexandrino Moreira: O cineclube, em parceria com a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) exibirá dia 05/09 a obra-prima de Ingmar Bergman, “A Hora do Lobo”, produção realizada nos anos 60. É um dos grandes filmes deste genial diretor que tem uma filmografia fantástica e que merece ser cada vez mais conhecida.. O filme será exibido às 19h com entrada franca e o tradicional debate entre o público e críticos da ACCPA. .
*Cine Estação: “Gainsburg – O Homem que Amava as Mulheres”, cinebiografia do músico francês Serge Gainsburg tem seu último dia de exibição hoje às 10h, 18h e 20h30. Na próxima semana, o cinema estará funcionando dentro da programação da Feira Pan Amazônica do Livro.
*Cine Líbero Luxardo :”A Árvore” é o grande destaque da semana. Leia mais informações na seção de Estreias da Semana. O filme será exibido de quarta à domingo, até o dia 04/09, sempre com sessão às 19 h. Na Sessão Cult, parceria com a ACCPA, será exibido no dia 03/09 às 16h, “O Menino dos Cabelos Verdes” de Joseph Losey. Produzido em 1948, o filme mostra a história de um menino que sem saber que seus pais foram mortos, é jogado de casa em casa de parentes, até que um passa a tratá-lo com mais carinho. Mas tem que enfrentar as reações das pessoas quando, ao saber da morte de seus pais, seu cabelo fica verde. Entrada franca com debate após a exibição com críticos da ACCPA.
sábado, 27 de agosto de 2011
22º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS METRAGENS DE SÃO PAULO - 02
O 22º Festival de Curtas Metragens começou nesta sexta-feira (dia 26) com exibições de vários filmes em diversos cinemas de São Paulo e começou muito bem. Todos os filmes que vi nesta sexta-feira foram bons. Vi trabalhos criativos, com idéias diferentes e produções até certo ponto baratas que viabilizaram roteiros muitas vezes complexos mais que conseguiram chegar às telas com simplicidade. Os destaques de hoje foram os seguintes filmes:
- “Manequim 46”, produção da Bélgica sobre uma adolescente obesa que tenta superar seus limites na natação, enfrentando problemas na família. Belo trabalho, muito bem dirigido e com excelentes interpretações.
- “Viagem Aleatória”, produção da China que mostra dois homens conversando sobre uma discussão num bar num discurso que vai evoluindo para um teor político, revelando o nível de alienação do povo chinês. Excelente roteiro.
- “Baby”, produção inglesa que mostra a vida de uma mulher solitária que procura o amor, mas é aidética e vê seus valores sendo destruídos pela doença. Ótimo filme que certamente poderia render um excelente longa-metragem.
- “Cinderela”, produção Brasil/França que mostra um caso de amor que mistura conto de fadas com a realidade, usando o nome Cinderela com vários sentidos.
- “Oma”, produção Brasil/Uruguai que mostra as reações de vida e de sentimentos de uma mulher idosa, avó do diretor. O filme é todo filmado e montado de forma amadora, simples, dando destaque às palavra da senhora Oma, que fala alemão e espanhol, revelando a fragilidade e a solidão da velhice. Filme simples e sensível que aborda um tema necessário e sempre atual.
- “Gisela”, produção brasileira dirigida por Felipe Sholl, é um filme que se equilibra entre o terror e o suspense ao mostrar o enlouquecimento de uma dona de casa casada que está sempre solitária, acompanhada apenas da sua empregada que lhe causa desconfiança. O filme tem uma boa narrativa, ritmo e boa história. Uma agradável surpresa.
- “Meu Mêdo” (foto), produção brasileira dirigida por Murilo Hauser, mistura animação e real action para contar os medos de um menino que sente e ouve de tudo na casa onde mora, ficando sempre assustado e querendo fugir pela janela da casa. O filme tem uma excelente montagem que sabe valorizar os espaços onde o menino vive, criando um clima de suspense que envolve o espectador. Outra boa surpresa do dia.
No último programa da noite, na Cinemateca Brasileira, aconteceu uma homenagem à atriz Dira Paes pela sua contribuição ao cinema brasileiro. Conversei com Dira antes do prêmio e ela estava muito animada com a homenagem. No palco, ao agradecer, Dira valorizou a cultura paraense falando da luta da nossa produção áudio-visual e mostrando a necessidade de se fazer no Pará, filmes em longa metragem depois de mais de três décadas. Além disso, Dira, defendeu o Pará, dizendo que o estado não pode ser visto apenas como uma fonte de energia para o país ou como um centro de uma única cultura. Dira lembrou bem que o Pará tem diversas culturas e influências e que isso deve ser visto pelo Brasil. Bastante aplaudida, Dira ainda ouviu elogios sobre “Ribeirinhos do Asfalto” de Jorane Castro que foi exibido hoje e que agradou a grande maioria das pessoas da platéia que inclusive participaram de um debate após a exibição. Depois da homenagem, ainda foram exibidos dois bons curtas : “Roma”, produção mexicana sobre uma jovem que tenta fugir da sua cidade, enfrentando dificuldades mas também solidariedade e “Estranho Amor”, documentário brasileiro que mostra depoimentos de mulheres que se transformaram por causa de um amor algumas vezes idealizado e outras vezes realizado com muitas dificuldades.
Para o primeiro dia, o 22º Festival Internacional de Curtas Metragens já mostrou sua força com ótimos filmes, animando a grande platéia que tem prestigiado o festival.
Marco Antonio Moreira – 22º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo/SP
- “Manequim 46”, produção da Bélgica sobre uma adolescente obesa que tenta superar seus limites na natação, enfrentando problemas na família. Belo trabalho, muito bem dirigido e com excelentes interpretações.
- “Viagem Aleatória”, produção da China que mostra dois homens conversando sobre uma discussão num bar num discurso que vai evoluindo para um teor político, revelando o nível de alienação do povo chinês. Excelente roteiro.
- “Baby”, produção inglesa que mostra a vida de uma mulher solitária que procura o amor, mas é aidética e vê seus valores sendo destruídos pela doença. Ótimo filme que certamente poderia render um excelente longa-metragem.
- “Cinderela”, produção Brasil/França que mostra um caso de amor que mistura conto de fadas com a realidade, usando o nome Cinderela com vários sentidos.
- “Oma”, produção Brasil/Uruguai que mostra as reações de vida e de sentimentos de uma mulher idosa, avó do diretor. O filme é todo filmado e montado de forma amadora, simples, dando destaque às palavra da senhora Oma, que fala alemão e espanhol, revelando a fragilidade e a solidão da velhice. Filme simples e sensível que aborda um tema necessário e sempre atual.
- “Gisela”, produção brasileira dirigida por Felipe Sholl, é um filme que se equilibra entre o terror e o suspense ao mostrar o enlouquecimento de uma dona de casa casada que está sempre solitária, acompanhada apenas da sua empregada que lhe causa desconfiança. O filme tem uma boa narrativa, ritmo e boa história. Uma agradável surpresa.
- “Meu Mêdo” (foto), produção brasileira dirigida por Murilo Hauser, mistura animação e real action para contar os medos de um menino que sente e ouve de tudo na casa onde mora, ficando sempre assustado e querendo fugir pela janela da casa. O filme tem uma excelente montagem que sabe valorizar os espaços onde o menino vive, criando um clima de suspense que envolve o espectador. Outra boa surpresa do dia.
No último programa da noite, na Cinemateca Brasileira, aconteceu uma homenagem à atriz Dira Paes pela sua contribuição ao cinema brasileiro. Conversei com Dira antes do prêmio e ela estava muito animada com a homenagem. No palco, ao agradecer, Dira valorizou a cultura paraense falando da luta da nossa produção áudio-visual e mostrando a necessidade de se fazer no Pará, filmes em longa metragem depois de mais de três décadas. Além disso, Dira, defendeu o Pará, dizendo que o estado não pode ser visto apenas como uma fonte de energia para o país ou como um centro de uma única cultura. Dira lembrou bem que o Pará tem diversas culturas e influências e que isso deve ser visto pelo Brasil. Bastante aplaudida, Dira ainda ouviu elogios sobre “Ribeirinhos do Asfalto” de Jorane Castro que foi exibido hoje e que agradou a grande maioria das pessoas da platéia que inclusive participaram de um debate após a exibição. Depois da homenagem, ainda foram exibidos dois bons curtas : “Roma”, produção mexicana sobre uma jovem que tenta fugir da sua cidade, enfrentando dificuldades mas também solidariedade e “Estranho Amor”, documentário brasileiro que mostra depoimentos de mulheres que se transformaram por causa de um amor algumas vezes idealizado e outras vezes realizado com muitas dificuldades.
Para o primeiro dia, o 22º Festival Internacional de Curtas Metragens já mostrou sua força com ótimos filmes, animando a grande platéia que tem prestigiado o festival.
Marco Antonio Moreira – 22º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo/SP
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
22º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS METRAGENS DE SÃO PAULO - 01
Começou ontem aqui em São Paulo, o 22º Festival Internacional de Curtas Metragens, um dos eventos mais importantes do país na área de cinema. Serão exibidos mais de 400 filmes no período de 25/08 à 02/09, em vários cinemas da capital, mostrando a diversidade do olhar cinematográfico de realizadores de vários países. Um dos destaques deste ano é a mostra FEMININO PLURAL que tem a intenção de revelar o ponto de vista feminino sobre diversos temas, exibindo curtas realizados nesta primeira década do século XXI. Outro destaque é a homenagem à atriz Dira Paes, por sua contribuição ao cinema brasileiro de curta e longa metragem. Seu novo filme, “Ribeirinhos do Asfalto” de Jorane Castro será exibido nesta sexta-feira, dentro da programação da Cinemateca Brasileira, um dos centros de exibição mais procurados do festival.
Ontem (quinta) na abertura do festival, foram exibidos curtas metragens de alta qualidade como “Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba” de Ricardo Dias e Thomaz Farkas, realizado em torno de filmagens feitas por Farkas em 1954 quando o grande músico Pinxinguinha se apresentou ao vivo em SP, num registro raro que levou cinqüenta anos para ser mostrado ao público. Outro curta metragem que chamou a atenção foi “Lúcia” de Niles Atallah, Cristóban León e Joaquin Cociña, da Espanha, que mostra em tom de suspense a imaginação de uma garota através de animações que surgem dentro do seu quarto. Filme com idéia simples e com uma realização fantástica. Mas o melhor curta da noite foi “Poeira de Estrelas”, produção da Bélgica, de Nicolas Provost, que mostra o dia a dia dos habitantes de Las Vegas misturando diálogos reais, imaginários e de filmes, criando uma história interessante, diferente e possível dentro de uma grande cidade como Las Vegas. Completaram a programação de abertura os seguintes curtas : “Adeus Mandima” de Robert-Jan Lacombe (Suiça), “Missoni” de Kenneth Anger (EUA/Itália) e “Feliz Agora” de Frederik Aspock (Dinamarca/Itália).
Com a alta qualidade destes filmes da abertura do festival, acredito que teremos nesta 22º edição, muitos filmes interessantes e de boa qualidade, revelando mais do que nunca a força do curta metragem. Pena que a programação é tão extensa que dificilmente será possível ver todos os filmes exibidos, mas certamente, o cinemaníaco que estiver em São Paulo, não pode deixar de ver o festival que com certeza vai dar muitos frutos para futuras idéias e iniciativas de nossos realizadores nacionais que mais do que nunca precisam deste intercâmbio para melhorar sua produção e posteriormente lutar pelo seu espaço dentro das salas de exibição no Brasil que hoje não exibem curtas, deixando este formato do áudio-visual, limitado aos festivais.
Marco Antonio Moreira – 22º Festival Internacional de Curtas Metragens/SP
Ontem (quinta) na abertura do festival, foram exibidos curtas metragens de alta qualidade como “Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba” de Ricardo Dias e Thomaz Farkas, realizado em torno de filmagens feitas por Farkas em 1954 quando o grande músico Pinxinguinha se apresentou ao vivo em SP, num registro raro que levou cinqüenta anos para ser mostrado ao público. Outro curta metragem que chamou a atenção foi “Lúcia” de Niles Atallah, Cristóban León e Joaquin Cociña, da Espanha, que mostra em tom de suspense a imaginação de uma garota através de animações que surgem dentro do seu quarto. Filme com idéia simples e com uma realização fantástica. Mas o melhor curta da noite foi “Poeira de Estrelas”, produção da Bélgica, de Nicolas Provost, que mostra o dia a dia dos habitantes de Las Vegas misturando diálogos reais, imaginários e de filmes, criando uma história interessante, diferente e possível dentro de uma grande cidade como Las Vegas. Completaram a programação de abertura os seguintes curtas : “Adeus Mandima” de Robert-Jan Lacombe (Suiça), “Missoni” de Kenneth Anger (EUA/Itália) e “Feliz Agora” de Frederik Aspock (Dinamarca/Itália).
Com a alta qualidade destes filmes da abertura do festival, acredito que teremos nesta 22º edição, muitos filmes interessantes e de boa qualidade, revelando mais do que nunca a força do curta metragem. Pena que a programação é tão extensa que dificilmente será possível ver todos os filmes exibidos, mas certamente, o cinemaníaco que estiver em São Paulo, não pode deixar de ver o festival que com certeza vai dar muitos frutos para futuras idéias e iniciativas de nossos realizadores nacionais que mais do que nunca precisam deste intercâmbio para melhorar sua produção e posteriormente lutar pelo seu espaço dentro das salas de exibição no Brasil que hoje não exibem curtas, deixando este formato do áudio-visual, limitado aos festivais.
Marco Antonio Moreira – 22º Festival Internacional de Curtas Metragens/SP
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
22º Festival Internacional de Curtas Metragens 2011
O feminino, o instigante e o provocador dão as cores do 22º Festival Internacional de Curtas Metragens 2011
Em mais de 400 filmes, a edição 2011 do Festival de Curtas traz programação para todas as idades, durante oito dias, em nove salas da cidade. A entrada é gratuita.
O grande encontro do curta-metragem internacional acontece em São Paulo, de 26 de agosto a 2 de setembro, com sessões gratuitas em oito salas espalhadas por toda a cidade. A sede do evento é a Cinemateca Brasileira, mas o Festival também acontece no CineSESC, Museu da Imagem e do Som, Espaço Unibanco Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Cinusp, com atividades especiais no Museu do Futebol e no Cine Eldorado, de Diadema.
Cerca de 3 mil filmes foram assistidos, de 96 países. Destes, mais de 400 foram selecionados para compor as sete mostras e os 19 programas especiais criados para esta edição do Festival, que conta com o patrocínio da Petrobras. “Pode parecer que a rotina de fazer um festival consolidado seja meio pragmática, num moto contínuo. Mas é exatamente o contrário. A cada ano, tudo é novo. Os curtas têm isso, nos dão o panorama do momento. O resultado da Mostra Internacional, da Mostra Latino-americana e dos Programas Brasileiros é uma programação boa de assistir, porque é uma oportunidade de ver um novo recorte do mundo, a cada ano”, comenta a diretora do Festival, Zita Carvalhosa.
Este ano, dois grandes destaques: temas relacionados ao universo da mulher, no programa Feminino Plural, apresentado pela empresa de cosméticos Avon, e o Fashion Curtas, um programa especial que mostra como os estilistas e as grandes grifes internacionais e brasileiras estão usando o audiovisual para transmitir seus conceitos e divulgar suas marcas.
A seguir você confere, mostra a mostra, o que o Festival traz este ano e, no final, um resumo de todas as atividades especiais associadas à programação.
> O Feminino em destaque
Com destaque especial para temas relacionados ao universo da mulher, neste ano temos a parceria da Avon, apresentando a mostra especial “Feminino Plural”. São oito programas que reúnem 44 curtas brasileiros e internacionais. “Tenho observado muito como a mulher, especialmente no Brasil, vem assumindo seu espaço, nas mais diversas áreas. Quisemos compartilhar isso aproveitando o vigor do curta-metragem como forma de expressão e a visibilidade que o assunto pode conquistar num festival de âmbito internacional. O Festival de Curtas acontece no Brasil e acredito que vivemos num país onde as conquistas femininas estão no bom caminho. Adoramos a idéia de abrir esse tema para o debate”, afirma Zita Carvalhosa.
Os cinco programas “Brasileiras” são dedicados às realizadoras que vêm despontando desde o ano 2000 no cenário nacional e que se destacaram nas várias edições do Festival. São realizadoras de todos os cantos do país que marcam presença na produção do audiovisual brasileiro contemporâneo.
No sexto programa, intitulado “Diretoras de outros cantos”, estão reunidos filmes de realizadoras estrangeiras que já passaram pelo Festival e estão com suas carreiras em pleno desenvolvimento pelo mundo afora. O sétimo programa, intitulado “Uma visão política”, é composto por filmes inscritos neste ano que discutem questões envolvendo o universo feminino.
Para finalizar, o oitavo programa da mostra especial, “Fale sem medo”, é o resultado de um concurso promovido pelo Festival “Expresión em Corto”, do México, cujos filmes vencedores fizeram parte da programação do Festival de Cannes de 2011. A compilação, patrocinada pela Avon, reúne filmes que discutem a questão da violência contra a mulher, tema central de uma campanha de investimento social global que a empresa coloca em prática nos mais de 100 países onde está presente.
A Avon reconhecerá publicamente duas mulheres realizadoras de filmes programados no Festival de Curtas deste ano (Mostra Internacional, Latino e Brasileira), por meio de um prêmio no valor de R$ 5 000,00 para cada uma. Os filmes dessas realizadoras também abrirão as exibições da mostra “Feminino Plural” que ocorrerão em três capitais do nordeste brasileiro, João Pessoa, Salvador e Fortaleza, após as exibições em São Paulo.
Na noite de 26 de agosto, uma cerimônia na Cinemateca Brasileira celebrará as cineastas da mostra especial “Feminino Plural”, homenageando a atriz Dira Paes, por sua parceria com o cinema brasileiro de curta e longa-metragem, sua carreira de sucesso no cinema e na televisão, seu empreendedorismo como diretora do Festival de Belém e por suas qualidades como ser humano.
> Programas Brasileiros
De um universo de mais de 600 produções, foram selecionados os filmes que compõe as tradicionais Mostra Brasil e Panorama Paulista. Participam dessas duas mostras também os filmes produzidos por alunos de cursos de audiovisual e de oficinas e núcleos independentes de produção. O universo brasileiro se completa com a mostra das Oficinas Kinoforum, em dois programas, e com vários especiais, com filmes reunidos por sua aproximação estética ou temática.
Mostra Brasil
Reúne 56 filmes vindos de 15 estados brasileiros. Muitos fazem sua estreia. O curta-metragem nacional tem flertado fortemente com hibridismos e experimentações de narrativa, sem nunca deixar a observação crítica e a vivacidade saírem de cena. Nesse mundo de filmes, o pessoal se faz universal, o documentário brinca com a ficção, as artes plásticas se infiltram e deixam impressões, uma tela de cinema desvirtua o real. Em múltiplas faces e encontros narrativos, elementos que ampliam a força da nossa cinematografia.
Entre os destaques, estão:
CORPO PRESENTE, de Marcelo Pedroso (PE): Forte composição visual, que instiga o espectador a uma reflexão sobre o corpo e a morte a todo instante. Estreia.
L, de Thaís Fujinaga (SP): A relação com o próprio corpo de uma adolescente que tem os pés
grandes. Sensível e humano, direção segura. Estreia.
OFERENDA, de Ana Bárbara Ramos (PB): Documentário em que a diretora revela suas relações com a própria espiritualidade. A diretora também está na mostra Feminino Plural.
TELA, de Carlos Nader (SP): Um jogo entre os limites da realidade, ficção e sonho, do grande videoartista e realizador consagrado. Mariana Ximenes no elenco. Ganhador do Festival de Paulínia em 2011.
GISELA, de Felipe Sholl (RJ): No enredo uma mulher casada entra num processo de esquizofrenia pela ausência do marido. Belíssimo trabalho da atriz Carla Ribas, ao lidar com a loucura e os limites da sanidade a partir de situações domésticas. Estreia.
Panorama Paulista
A casa do curta-metragem paulista, uma produção vigorosa que representa 35% das inscrições de filmes brasileiros. A versatilidade também é grande, fruto dos múltiplos interesses que o estado reúne. Filmes da capital provêm das mais diversas origens — de autores publicitários e jornalistas a coletivos independentes e alunos de cursos de audiovisual. Do interior, a produção aumenta e se torna mais representativa em regiões que consolidaram eventos audiovisuais, ou seja, a oportunidade de assistir aos filmes estimula os jovens realizadores a se expressar dessa forma.
Destaques:
AGUASALA, de Cristiane Arenas (SP 2): Interna da Fundação Casa (antiga Febem) está presa por causa do namorado, que a colocou numa encrenca. Curta sobre valores nas relações sociais mais limítrofes. No elenco, Eunice Baía, protagonista da série “Tainá”. Estreia.
ACTUS, de Kika Nicolela (SP 1): Um casal discute a relação em uma situação que se repete em looping em plano sequência. Trabalho estético e visual bem interessante, revelando um jogo entre a situação e os espectadores. Com Caco Ciocler no elenco.
CURTA SARAUS, de David Alves de Souza (SP 2): Documentários sobre os saraus que acontecem na zona sul de São Paulo. O filme debate e reflete sobre o conjunto de ações culturais que acontecem na região e como isso tem alterado as perspectivas e as criações artísticas locais.
CAROL, de Francisco Guarnieri (SP 3): Um garoto fica entediado ao esperar a namorada do pai. Discute os problemas das crianças criadas em apartamentos. Estreia
49 DIAS, de Tati Fujimori (SP 5): Moça vai ao funeral do namorado de origem nipônica. Filme sobre diferenças culturais e suas relações com questões de vida e morte. Estreia
ONDE VOCÊ VAI?, de Victor Fisch (SP 5): A tarde na casa de um casal de idosos, que conversam sobre seus problemas. Sensibilidade sobre questões existenciais e trajetórias de vida. Bom filme sobre a terceira idade. No elenco, Berta Zemmel.
Oficinas Kinoforum
O projeto da Associação Cultural Kinoforum completa 10 anos e apresenta uma sessão comemorativa com trabalhos de todas as épocas. Os filmes foram indicados pelo público, a partir de uma votação no Facebook, e também pela equipe de coordenadores pedagógicos do projeto. Outro programa apresenta o resultado da edição 2010/2011 das Oficinas. Por ela já passaram mais de mil jovens alunos de periferia desde o início do projeto, que produziram 200 filmes durante as 55 oficinas ministradas no período.
Mostra Online KinoOikos Formação do Olhar
O Festival de Curtas abriga os trabalhos de núcleos de produção independente, ONGs, entidades, oficinas e ações voltadas a promover a inclusão audiovisual há cerca de 10 anos. Este ano, os filmes foram ao processo de seleção da Mostra Brasil e Panorama Paulista. Todos os filmes inscritos estão disponíveis no site www.kinooikos.org.br para votação do público.
> Mostra Internacional
A programação internacional traz 63 filmes, de 35 países, selecionados a partir de mais de 2 mil inscrições. O curta-metragem, por seu formato, é bastante ágil ao retratar os problemas imediatos que afligem as pessoas. Assim, a crise europeia tem sido um tema muito presente. Mas este ano tivemos uma grata surpresa, que está refletida na programação: a irreverência está de volta!
Diante de tantos formalismos no mundo atual, com a pressão do politicamente correto pairando sempre sobre a arte, este ano parece que, pelo menos no curta-metragem, os artistas estão um pouco mais relaxados: tanta crise, tantos problemas, melhor rir, não é mesmo? Afinal, nada é 100% perfeito...
Alguns destaques:
STRANGE LOVE, de Richard Wilhelmer, Áustria: Inspirado na cultuada sátira de Stanley Kubrick (“Dr. Fantástico”), o filme retoma o “amor à bomba”.
LAS PALMAS, de Johannes Niholm, Suécia: O diretor queridinho de Cannes usa sua filha de 1 ano e meio para interpretar uma senhora de meia idade em férias na praia, convivendo com personagens marionetes.
MANEQUIM 46, de Wannes Destup, Bélgica: Selecionado para Cannes este ano, discute a ditadura da moda, da beleza, do corpo perfeito. Sua personagem manda toda a cobrança às favas e encara o mundo.
EU PODERIA SER SUA AVÓ, de Bernard Tanguy, França: O problema da imigração na Europa, visto de maneira bem humorada e esperançosa.
O MUNDO EXTERNO, de David O’Reilly, Alemanha: Vencedor de mais de 10 prêmios no exterior.
CROSS, de Maryna Vroda, da Ucrânia: Ganhador da Palma de Ouro de melhor curta este ano, apresenta uma visão e originalidade ímpar.
Diretores presentes
Os diretores de alguns filmes estarão em São Paulo para apresentar seus filmes e conversar com o público. São eles:
Adrien Kuenzy, França, com “O Amigo”
Robert-Jan Lacombe, Suíça, com “Adeus, Mandima”
Cavan Campbell, Canadá, com “Cutícula seca”
Fabrice Mathieu, França, com “À Sombra”
Bartlomiej Zmuda, Polônia, com “Barbakan”
Curadores internacionais
Interessados na filmografia brasileira e latino-americana, vários curadores vêm a São Paulo buscar filmes para seus eventos. Já confirmaram sua presença representantes dos seguintes festivais:
Sundance Film Festival: Hebe Tabachnik
Festival International du Court Métrage à Clermont-Ferrand: Laurent Crouzeix
International Film Festival Rotterdam 2012 (IFFR): Inge de Leeuw
Short Film Festival In Drama: Stavros Chassapis
Tampere Film Festival: Juhani Alanen
Festival Signes de Nuit: Dieter Wieczorek
The CON-CAN Movie Festival: Hiroyuki Tanimoto
Chile Festivals: Geraldine Gardia
Berlinale – Festival de Berlim: Maria Morata
> Mostra Latino-americana
Já é lugar comum dizer como é equivocada a visão de que a América Latina é uma massa indistinta, de Tijuana a Ushuaia. A Mostra Latino-americana — com 30 filmes de 10 países — é prova de que a América Latina não só é múltipla, como está cada vez mais consciente de sua importância e posição no mundo.
Os filmes foram selecionados a partir de 300 inscritos. Alguns temas continuam fortes: a denúncia das más condições de vida de crianças e adolescentes vinda de Equador, Colômbia e Paraguai, os rastros humanos da ditadura chilena e a incursão ao mundo cultural do ambiente rural cubano são alguns exemplos.
Há também belas narrativas lúdicas em animação e documentário, que nos levam pelas ruas retrô de uma Buenos Aires antiga, pelas típicas iconografias mexicanas ou pelas intrincadas memórias de uma criança. Há, porém, um contraponto, um enfrentamento das novas questões trazidas por um mundo civilizado que ao mesmo tempo luta por e contra as liberdades individuais.
Alguns destaques:
A FESTA DE CASAMENTO, de Martín Morgenfeld, Gastón Margolin, Argentina: Filme envolvente que acompanha a intimidade casual de um homem e uma mulher que tentam escapar das frivolidades de uma festa de casamento. Concorreu ao prêmio de melhor filme de escola no Cinéfondation – Cannes 2011.
UMA NOVA DANÇA, de Nicolas Lasnibat, Chile/França: Destaque político e histórico em um filme que trata dos rastros deixados pela ditadura no convívio diário das pessoas dentro da sociedade chilena. O protagonista, que perdeu uma perna durante a repressão do regime de Pinochet, tenta se reconstruir ao reaprender a viver com a ajuda de uma prótese. Menção honrosa no Festival de Biarritz 2010.
SOU TÃO FELIZ, de Vladimir Durán, Argentina/Colômbia: Melhor curta-metragem do BAFICI – Festival de Cinema Independente de Buenos Aires 2011, participou também da seleção oficial do Festival de Cannes 2011. Um estudo do universo masculino, da amizade e dos limites das relações humanas.
MILA CAOS, de Simon Paetau, Cuba/Alemanha: Integrou a seleção da Quinzena dos Realizadores 2011. Filme sensível que explora o particular universo musical cubano num contexto underground e inesperado.
> A moda na tela
Com a presença da curadora internacional Inge de Leeuw, o programa especial Fashion Curtas reúne o que há de mais inovador na associação entre audiovisual e moda. Zita Carvalhosa, diretora do Festival, assistiu aos programas em sua exibição no Festival Internacional de Roterdã, no início do ano, e gostou do resultado. “Quando vi que existia essa programação paralela, não tinha ideia do que encontraria na sala de exibição. Fui conferir e vi que a plateia estava cheia e que os filmes eram bons. Não são apenas gravações de desfiles, mas produtos audiovisuais que transmitem o espírito da moda. São maneiras de passar conceitos. No Brasil a moda hoje é um segmento maduro, exportador de tendências, e acreditamos que esse diálogo com o audiovisual pode ser muito promissor.”
Quatro programas — a seção “Out of Fashion”, com a curadoria de Inge de Leeuw. Um dos programas é dedicado à produção da Maison Martin Margiela, que nos últimos anos têm trabalhado com o vídeo em muitas de suas coleções. Os outros três apresentam filmes criados por estilistas para expor seus conceitos sobre suas coleções ou são obras de cineastas contratados para criar suas próprias obras a partir desses conceitos.
Um dos destaques é o filme “Missoni”, do cultuado cineasta experimental Kenneth Anger, para a marca homônima. O filme revisita a estética dos anos 1960, em imagens hipnóticas. Animações poéticas, videoartes minimalistas também compõem os programas, mas nem só de estética vive o mundo da moda: filmes como “Act da fool”, de Harmony Korine, levam as criações da marca Proenza Schouler ao submundo do crime norte-americano e a marca Diesel apresenta o filme “Skateistan: Viver e Ser skatista em Kabul”, sobre o projeto social que desenvolve no Afeganistão, para ensinar skate às crianças em Kabul.
O programa se completa com experiências brasileiras que mesclam os dois universos, com curadoria de André do Val e Eduardo Viveiros, do site Chic. Desde uma homenagem à musa Claudia Wonder até vídeos que dialogam com as grandes festas e baladas urbanas.
Em paralelo, acontece no Museu da Imagem e do Som a exposição “Fause em Curtas”, do estilista Fause Haten. Em parceria com o diretor Haley Rembrandt, ele produziu filmes que estarão expostos no Museu durante todo o evento.
A abertura do programa Fashion Curtas acontece no sábado, dia 27 de agosto, às 17h30, no Museu da Imagem e do Som e marca também a inauguração da exposição de Fause Haten. O estilista também participa de um debate com o público no MIS, no dia 31 de agosto, às 17h.
> Programas Especiais
A cada edição, o Festival programa mostras internacionais convidadas e também estabelece recortes temáticos e estéticos para públicos e gostos dos mais diferentes.
Mostra Infantojuvenil e atividades para crianças
As crianças têm seu espaço garantido no Festival, na Mostra que traz dois programas para crianças até 10 anos e um programa para jovens até 14 anos. Na programação, uma seleção dos melhores filmes inscritos voltados para esse público. Este ano, o Festival também apresenta a atividade KinoCurtinhas: a garotada vai poder botar a mão na massa e produzir seus curtinhas de 1 minuto, desde a gravação até a edição. A atividade acontece no sábado (27/8) e no domingo (28/8), a partir das 15h00 na Cinemateca Brasileira.
O espaço do terror: Dark Side
Os monstros estão dentro de nós, segundo o diretor e montador Paulo Sacramento, que este ano foi o responsável pela curadoria da mostra, um clássico da programação do Festival. Sacramento manda o seu recado: os filmes são para quem tem nervos de aço. São seis produções, vindas do Brasil, da Espanha e da Inglaterra.
Mostra DF5: parceria com o Coletivo Fora do Eixo
Em parceria com o Coletivo Fora do Eixo, a mostra reúne uma seleção de filmes da distribuidora DF5, gerida pelo Clube de Cinema do coletivo. Seu foco é a difusão do cinema brasileiro em circuitos não-comerciais. O trabalho do coletivo começou com a difusão de bandas de todo o Brasil fora do eixo Rio-São Paulo. Daí, um grupo enorme de produtores culturais e artistas se envolveu, criando uma rede que hoje se espalha por todo o Brasil e cria oportunidades para difusão da cultura fora dos meios de massa.
O coletivo também será responsável pelas Intervenções Online, vídeos produzidos durante o Festival que serão exibidos pela Internet. E garantem a animação de duas festas, no sábado — dia 27 de agosto — e no encerramento, dia 2 de setembro, com bandas que integram o projeto.
Sotaques do Oriente
O Festival este ano traz dois programas orientais, produzidos por festivais parceiros. No programa do Festival de Cinema CON-CAN, do Japão, serão exibidos dez curtas japoneses recentes. Lançado em 2005 como o primeiro festival internacional de curtas do Japão na web, tem como missão levar a arte e a beleza dos curtas a uma audiência global com a proposta de “assistir globalmente, pensar localmente”. O evento vem ganhando destaque no Japão; em sua última edição, contou, em seu corpo de jurados, com a cultuada diretora Naomi Kawase.
No programa King Bonn Awards, o festival chinês nos envia um destaque de seus dois anos de existência, com filmes que retratam a produção chinesa atual.
Escola de Cinema de Cuba, 25 anos
Projeto pioneiro e utópico, a Escola Internacional de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba, foi fundada há 25 anos para criar uma frente latino-americana de produção cinematográfica. Entre os fundadores, o documentarista argentino Fernando Birri e o escritor Gabriel García Marquez.
Neste programa, filmes representativos dos últimos anos da escola, com destaque para “Os minutos, as horas”, da brasileira Janaína Marquez, premiado este ano em Clermont-Ferrand, o maior festival de curtas-metragens do mundo.
O Chile em animações
A produção chilena de curtas-metragens está cada vez mais expressiva, e este ano destacamos uma seleção de animações que revela uma nova geração, vinda não só das escolas de audiovisual mas também de formações em arte e design. Além da diversidade de técnicas, a diversidade temática chama a atenção: desde ficções científicas policiais até narrativas baseadas em lendas e culturas dos povos indígenas chilenos.
Soirée Allemande, curtas alemães da melhor estirpe
Uma seleção dos melhores curtas-metragens alemães da safra 2010, escolhidos por seu público. Uma sessão que não tem erro: nela você encontra o estranho, o perigoso, o extraterrestre, o bizarro, o tocante, o comprometido politicamente e o hilário. Oferecida pelo Instituto Goethe.
A seleção dos críticos de Cannes: Semana da Crítica
Em seu 50° aniversário, a Semana da Crítica festeja os talentos emergentes do cinema mundial que não cessam de despontar. Apesar de todo o glamour que o nome do Festival de Cannes evoca no imaginário das pessoas, a Semana da Crítica destaca a vida das pessoas comuns, que são retratadas na maioria dos filmes.
kinolounge, espaço da experimentação em som e imagem
Vídeos que trazem olhares incomuns sobre o dia a dia, onde sons e imagens não trabalham mais em sincronia. O projeto, em parceria com o Museu da Imagem e do Som, traz uma sessão com os filmes selecionados este ano e, em seguida, uma apresentação de Felipe Barros em parceria com os músicos Helio Pisca e Claudia Garcia, apresentará ao vivo “Mancha de dendê não sai”, resultado de sua residência no “Instituto Sacatar” em Itaparica/ BA. O trabalho procura identificar e desvendar particularidades do universo baiano, que ao mesmo tempo é tão próximo e tão distante.
Desaventure-se com esses anti-heróis
Irreverência, aventura e diversão garantida com o novo épico da bizarrice zumbi, o filme “Unliving”, ganhador da Berlinale este ano. Outros filmes brasileiros compõem o programa: uma homenagem ao cinema de John Hughes, desta vez com jovens paulistanos vítimas de bullying, a máfia chinesa na capital federal, um quase ET numa hospedaria paraibana e um discurso de esquerda surpreendente.
As mulheres do Cachaça Cinema Clube
Afinado com a proposta da mostra “Feminino Plural”, o grupo carioca Cachaça Cinema Clube traz mais uma vez sua visão irreverente e suas pérolas cinematográficas, com filmes dirigidos por mulheres, que debatem, de certa forma, o que é carregar dois cromossomos X. Na seleção, entre uma investigação mitológica do tema e um thriller de nouvelle vague carioca, preciosidades como um dos primeiros trabalhos da representante feminina do Cinema Novo, Helena Solberg; o encontro entre as atrizes Norma Bengell e Maria Gladys e o importante e ousado documentário de Sandra Werneck sobre transexualismo em plena ditadura. E, fechando com chave de ouro, a mais simples e perfeita tradução do feminino numa obra de curta metragem, um clássico de Agnès Varda.
O realizador e seu tempo
O que é que define um curta, média ou longa-metragem? É apenas a duração final, em minutos? Discutir o tempo em relação ao filme é a proposta deste programa, formado por quatro trabalhos com duração superior a 30 minutos.
Serviço:
22º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – de 25 de Agosto a 02 de Setembro
Abertura para convidados: dia 25 de agosto de 2011
Programação para o público: de 26 de agosto a 2 de setembro
Salas: Cinemateca Brasileira, CineSESC, Centro Cultural São Paulo, Museu da Imagem e do Som, Espaço Unibanco de Cinema e Cine Olido
Patrocínio: Petrobras e Avon
Organização: Associação Cultural Kinoforum
Direção: Zita Carvalhosa
Entrada: Gratuita
Premiações
O Festival não tem um caráter competitivo, mas vários de seus parceiros oferecem prêmios para os filmes participantes das mostras principais. Conheça as premiações deste ano:
PRÊMIO REVELAÇÃO
O Prêmio Revelação é o mais tradicional do Festival e tem como objetivo incentivar os jovens talentos do audiovisual brasileiro em sua próxima produção. O vencedor recebe os recursos técnicos para produzir um novo curta-metragem de até 15 minutos, desde 5 diárias de gravação com câmera digital HD até a finalização.
Concorrem ao Prêmio Revelação os diretores de curtas brasileiros realizados em cursos de cinema ou audiovisual exibidos na Mostra Brasil e Panorama Paulista. A seleção também leva em conta um
texto enviado pelos realizadores, expondo o argumento de seu próximo curta-metragem.
As empresas parceiras do Prêmio Revelação são:
QUANTA
CINEPRO/DOT
PLAYRK30
ESTÚDIOS MEGA
MEGACOLOR
FUJIFILM
DOLBY
CTAV
PRÊMIOS AQUISIÇÃO
O CANAL BRASIL oferece um prêmio aquisição de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para um filme escolhido por um júri de jornalistas e críticos convidados pelo Canal Brasil, entre os 10 favoritos do público da Mostra Brasil.
O SESCTV premia novos talentos, oferecendo um prêmio aquisição de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
para o melhor filme realizado por um diretor estreante, na opinião do júri SESCTV, escolhido entre os filmes exibidos na Mostra Brasil e Panorama Paulista. E mais dois prêmios de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) cada para dois curtas inscritos na Mostra KinoOikos Online, selecionados pelo júri SESCTV.
A TV CULTURA escolhe o curta de maior destaque dentre os exibidos no Panorama Paulista, de acordo com o júri nomeado pela própria TV Cultura, e oferece um prêmio aquisição no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
O prêmio PORTA CURTAS é destinado a três (3) curtas brasileiros, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para cada um, a partir da lista dos mais votados do público, entre os exibidos na Mostra Brasil.
PRÊMIOS ESPECIAIS
PRÊMIO AVON
Dois prêmios de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para um filme brasileiro e um filme internacional escolhido por júri indicado pela Avon entre os filmes dirigidos por mulheres na Mostra Internacional, Mostra Latino-americana, Mostra Brasil e Panorama Paulista.
PRÊMIO POND5
Prêmio em créditos de aquisição de imagens de arquivo, no valor de U$ 1.000,00 (mil dólares), para o curta-metragem com melhor montagem criativa utilizando imagens de arquivo, exibido na Mostra Brasil e escolhido por um júri nomeado pela POND5.
PRÊMIO CTAV
Duas cópias legendadas em 35mm para um filme exibido na Mostra Brasil e selecionado entre os preferidos do público.
TROFÉUS
ABD-SP
Troféu oferecido ao curta de maior destaque dentre a Mostra Brasil e 1 (um) troféu oferecido ao
curta de maior destaque dentre a Mostra Latino-americana, segundo escolha dos associados da ABD.
CACHAÇA CINEMA CLUBE
Três troféus a filmes de maior destaque entre os exibidos na Mostra Brasil e convite para participar da sessão Cachaça Cinema Clube, segundo escolha da organização do projeto.
(Informe Publicitário)
Em mais de 400 filmes, a edição 2011 do Festival de Curtas traz programação para todas as idades, durante oito dias, em nove salas da cidade. A entrada é gratuita.
O grande encontro do curta-metragem internacional acontece em São Paulo, de 26 de agosto a 2 de setembro, com sessões gratuitas em oito salas espalhadas por toda a cidade. A sede do evento é a Cinemateca Brasileira, mas o Festival também acontece no CineSESC, Museu da Imagem e do Som, Espaço Unibanco Augusta, Centro Cultural São Paulo, Cine Olido e Cinusp, com atividades especiais no Museu do Futebol e no Cine Eldorado, de Diadema.
Cerca de 3 mil filmes foram assistidos, de 96 países. Destes, mais de 400 foram selecionados para compor as sete mostras e os 19 programas especiais criados para esta edição do Festival, que conta com o patrocínio da Petrobras. “Pode parecer que a rotina de fazer um festival consolidado seja meio pragmática, num moto contínuo. Mas é exatamente o contrário. A cada ano, tudo é novo. Os curtas têm isso, nos dão o panorama do momento. O resultado da Mostra Internacional, da Mostra Latino-americana e dos Programas Brasileiros é uma programação boa de assistir, porque é uma oportunidade de ver um novo recorte do mundo, a cada ano”, comenta a diretora do Festival, Zita Carvalhosa.
Este ano, dois grandes destaques: temas relacionados ao universo da mulher, no programa Feminino Plural, apresentado pela empresa de cosméticos Avon, e o Fashion Curtas, um programa especial que mostra como os estilistas e as grandes grifes internacionais e brasileiras estão usando o audiovisual para transmitir seus conceitos e divulgar suas marcas.
A seguir você confere, mostra a mostra, o que o Festival traz este ano e, no final, um resumo de todas as atividades especiais associadas à programação.
> O Feminino em destaque
Com destaque especial para temas relacionados ao universo da mulher, neste ano temos a parceria da Avon, apresentando a mostra especial “Feminino Plural”. São oito programas que reúnem 44 curtas brasileiros e internacionais. “Tenho observado muito como a mulher, especialmente no Brasil, vem assumindo seu espaço, nas mais diversas áreas. Quisemos compartilhar isso aproveitando o vigor do curta-metragem como forma de expressão e a visibilidade que o assunto pode conquistar num festival de âmbito internacional. O Festival de Curtas acontece no Brasil e acredito que vivemos num país onde as conquistas femininas estão no bom caminho. Adoramos a idéia de abrir esse tema para o debate”, afirma Zita Carvalhosa.
Os cinco programas “Brasileiras” são dedicados às realizadoras que vêm despontando desde o ano 2000 no cenário nacional e que se destacaram nas várias edições do Festival. São realizadoras de todos os cantos do país que marcam presença na produção do audiovisual brasileiro contemporâneo.
No sexto programa, intitulado “Diretoras de outros cantos”, estão reunidos filmes de realizadoras estrangeiras que já passaram pelo Festival e estão com suas carreiras em pleno desenvolvimento pelo mundo afora. O sétimo programa, intitulado “Uma visão política”, é composto por filmes inscritos neste ano que discutem questões envolvendo o universo feminino.
Para finalizar, o oitavo programa da mostra especial, “Fale sem medo”, é o resultado de um concurso promovido pelo Festival “Expresión em Corto”, do México, cujos filmes vencedores fizeram parte da programação do Festival de Cannes de 2011. A compilação, patrocinada pela Avon, reúne filmes que discutem a questão da violência contra a mulher, tema central de uma campanha de investimento social global que a empresa coloca em prática nos mais de 100 países onde está presente.
A Avon reconhecerá publicamente duas mulheres realizadoras de filmes programados no Festival de Curtas deste ano (Mostra Internacional, Latino e Brasileira), por meio de um prêmio no valor de R$ 5 000,00 para cada uma. Os filmes dessas realizadoras também abrirão as exibições da mostra “Feminino Plural” que ocorrerão em três capitais do nordeste brasileiro, João Pessoa, Salvador e Fortaleza, após as exibições em São Paulo.
Na noite de 26 de agosto, uma cerimônia na Cinemateca Brasileira celebrará as cineastas da mostra especial “Feminino Plural”, homenageando a atriz Dira Paes, por sua parceria com o cinema brasileiro de curta e longa-metragem, sua carreira de sucesso no cinema e na televisão, seu empreendedorismo como diretora do Festival de Belém e por suas qualidades como ser humano.
> Programas Brasileiros
De um universo de mais de 600 produções, foram selecionados os filmes que compõe as tradicionais Mostra Brasil e Panorama Paulista. Participam dessas duas mostras também os filmes produzidos por alunos de cursos de audiovisual e de oficinas e núcleos independentes de produção. O universo brasileiro se completa com a mostra das Oficinas Kinoforum, em dois programas, e com vários especiais, com filmes reunidos por sua aproximação estética ou temática.
Mostra Brasil
Reúne 56 filmes vindos de 15 estados brasileiros. Muitos fazem sua estreia. O curta-metragem nacional tem flertado fortemente com hibridismos e experimentações de narrativa, sem nunca deixar a observação crítica e a vivacidade saírem de cena. Nesse mundo de filmes, o pessoal se faz universal, o documentário brinca com a ficção, as artes plásticas se infiltram e deixam impressões, uma tela de cinema desvirtua o real. Em múltiplas faces e encontros narrativos, elementos que ampliam a força da nossa cinematografia.
Entre os destaques, estão:
CORPO PRESENTE, de Marcelo Pedroso (PE): Forte composição visual, que instiga o espectador a uma reflexão sobre o corpo e a morte a todo instante. Estreia.
L, de Thaís Fujinaga (SP): A relação com o próprio corpo de uma adolescente que tem os pés
grandes. Sensível e humano, direção segura. Estreia.
OFERENDA, de Ana Bárbara Ramos (PB): Documentário em que a diretora revela suas relações com a própria espiritualidade. A diretora também está na mostra Feminino Plural.
TELA, de Carlos Nader (SP): Um jogo entre os limites da realidade, ficção e sonho, do grande videoartista e realizador consagrado. Mariana Ximenes no elenco. Ganhador do Festival de Paulínia em 2011.
GISELA, de Felipe Sholl (RJ): No enredo uma mulher casada entra num processo de esquizofrenia pela ausência do marido. Belíssimo trabalho da atriz Carla Ribas, ao lidar com a loucura e os limites da sanidade a partir de situações domésticas. Estreia.
Panorama Paulista
A casa do curta-metragem paulista, uma produção vigorosa que representa 35% das inscrições de filmes brasileiros. A versatilidade também é grande, fruto dos múltiplos interesses que o estado reúne. Filmes da capital provêm das mais diversas origens — de autores publicitários e jornalistas a coletivos independentes e alunos de cursos de audiovisual. Do interior, a produção aumenta e se torna mais representativa em regiões que consolidaram eventos audiovisuais, ou seja, a oportunidade de assistir aos filmes estimula os jovens realizadores a se expressar dessa forma.
Destaques:
AGUASALA, de Cristiane Arenas (SP 2): Interna da Fundação Casa (antiga Febem) está presa por causa do namorado, que a colocou numa encrenca. Curta sobre valores nas relações sociais mais limítrofes. No elenco, Eunice Baía, protagonista da série “Tainá”. Estreia.
ACTUS, de Kika Nicolela (SP 1): Um casal discute a relação em uma situação que se repete em looping em plano sequência. Trabalho estético e visual bem interessante, revelando um jogo entre a situação e os espectadores. Com Caco Ciocler no elenco.
CURTA SARAUS, de David Alves de Souza (SP 2): Documentários sobre os saraus que acontecem na zona sul de São Paulo. O filme debate e reflete sobre o conjunto de ações culturais que acontecem na região e como isso tem alterado as perspectivas e as criações artísticas locais.
CAROL, de Francisco Guarnieri (SP 3): Um garoto fica entediado ao esperar a namorada do pai. Discute os problemas das crianças criadas em apartamentos. Estreia
49 DIAS, de Tati Fujimori (SP 5): Moça vai ao funeral do namorado de origem nipônica. Filme sobre diferenças culturais e suas relações com questões de vida e morte. Estreia
ONDE VOCÊ VAI?, de Victor Fisch (SP 5): A tarde na casa de um casal de idosos, que conversam sobre seus problemas. Sensibilidade sobre questões existenciais e trajetórias de vida. Bom filme sobre a terceira idade. No elenco, Berta Zemmel.
Oficinas Kinoforum
O projeto da Associação Cultural Kinoforum completa 10 anos e apresenta uma sessão comemorativa com trabalhos de todas as épocas. Os filmes foram indicados pelo público, a partir de uma votação no Facebook, e também pela equipe de coordenadores pedagógicos do projeto. Outro programa apresenta o resultado da edição 2010/2011 das Oficinas. Por ela já passaram mais de mil jovens alunos de periferia desde o início do projeto, que produziram 200 filmes durante as 55 oficinas ministradas no período.
Mostra Online KinoOikos Formação do Olhar
O Festival de Curtas abriga os trabalhos de núcleos de produção independente, ONGs, entidades, oficinas e ações voltadas a promover a inclusão audiovisual há cerca de 10 anos. Este ano, os filmes foram ao processo de seleção da Mostra Brasil e Panorama Paulista. Todos os filmes inscritos estão disponíveis no site www.kinooikos.org.br para votação do público.
> Mostra Internacional
A programação internacional traz 63 filmes, de 35 países, selecionados a partir de mais de 2 mil inscrições. O curta-metragem, por seu formato, é bastante ágil ao retratar os problemas imediatos que afligem as pessoas. Assim, a crise europeia tem sido um tema muito presente. Mas este ano tivemos uma grata surpresa, que está refletida na programação: a irreverência está de volta!
Diante de tantos formalismos no mundo atual, com a pressão do politicamente correto pairando sempre sobre a arte, este ano parece que, pelo menos no curta-metragem, os artistas estão um pouco mais relaxados: tanta crise, tantos problemas, melhor rir, não é mesmo? Afinal, nada é 100% perfeito...
Alguns destaques:
STRANGE LOVE, de Richard Wilhelmer, Áustria: Inspirado na cultuada sátira de Stanley Kubrick (“Dr. Fantástico”), o filme retoma o “amor à bomba”.
LAS PALMAS, de Johannes Niholm, Suécia: O diretor queridinho de Cannes usa sua filha de 1 ano e meio para interpretar uma senhora de meia idade em férias na praia, convivendo com personagens marionetes.
MANEQUIM 46, de Wannes Destup, Bélgica: Selecionado para Cannes este ano, discute a ditadura da moda, da beleza, do corpo perfeito. Sua personagem manda toda a cobrança às favas e encara o mundo.
EU PODERIA SER SUA AVÓ, de Bernard Tanguy, França: O problema da imigração na Europa, visto de maneira bem humorada e esperançosa.
O MUNDO EXTERNO, de David O’Reilly, Alemanha: Vencedor de mais de 10 prêmios no exterior.
CROSS, de Maryna Vroda, da Ucrânia: Ganhador da Palma de Ouro de melhor curta este ano, apresenta uma visão e originalidade ímpar.
Diretores presentes
Os diretores de alguns filmes estarão em São Paulo para apresentar seus filmes e conversar com o público. São eles:
Adrien Kuenzy, França, com “O Amigo”
Robert-Jan Lacombe, Suíça, com “Adeus, Mandima”
Cavan Campbell, Canadá, com “Cutícula seca”
Fabrice Mathieu, França, com “À Sombra”
Bartlomiej Zmuda, Polônia, com “Barbakan”
Curadores internacionais
Interessados na filmografia brasileira e latino-americana, vários curadores vêm a São Paulo buscar filmes para seus eventos. Já confirmaram sua presença representantes dos seguintes festivais:
Sundance Film Festival: Hebe Tabachnik
Festival International du Court Métrage à Clermont-Ferrand: Laurent Crouzeix
International Film Festival Rotterdam 2012 (IFFR): Inge de Leeuw
Short Film Festival In Drama: Stavros Chassapis
Tampere Film Festival: Juhani Alanen
Festival Signes de Nuit: Dieter Wieczorek
The CON-CAN Movie Festival: Hiroyuki Tanimoto
Chile Festivals: Geraldine Gardia
Berlinale – Festival de Berlim: Maria Morata
> Mostra Latino-americana
Já é lugar comum dizer como é equivocada a visão de que a América Latina é uma massa indistinta, de Tijuana a Ushuaia. A Mostra Latino-americana — com 30 filmes de 10 países — é prova de que a América Latina não só é múltipla, como está cada vez mais consciente de sua importância e posição no mundo.
Os filmes foram selecionados a partir de 300 inscritos. Alguns temas continuam fortes: a denúncia das más condições de vida de crianças e adolescentes vinda de Equador, Colômbia e Paraguai, os rastros humanos da ditadura chilena e a incursão ao mundo cultural do ambiente rural cubano são alguns exemplos.
Há também belas narrativas lúdicas em animação e documentário, que nos levam pelas ruas retrô de uma Buenos Aires antiga, pelas típicas iconografias mexicanas ou pelas intrincadas memórias de uma criança. Há, porém, um contraponto, um enfrentamento das novas questões trazidas por um mundo civilizado que ao mesmo tempo luta por e contra as liberdades individuais.
Alguns destaques:
A FESTA DE CASAMENTO, de Martín Morgenfeld, Gastón Margolin, Argentina: Filme envolvente que acompanha a intimidade casual de um homem e uma mulher que tentam escapar das frivolidades de uma festa de casamento. Concorreu ao prêmio de melhor filme de escola no Cinéfondation – Cannes 2011.
UMA NOVA DANÇA, de Nicolas Lasnibat, Chile/França: Destaque político e histórico em um filme que trata dos rastros deixados pela ditadura no convívio diário das pessoas dentro da sociedade chilena. O protagonista, que perdeu uma perna durante a repressão do regime de Pinochet, tenta se reconstruir ao reaprender a viver com a ajuda de uma prótese. Menção honrosa no Festival de Biarritz 2010.
SOU TÃO FELIZ, de Vladimir Durán, Argentina/Colômbia: Melhor curta-metragem do BAFICI – Festival de Cinema Independente de Buenos Aires 2011, participou também da seleção oficial do Festival de Cannes 2011. Um estudo do universo masculino, da amizade e dos limites das relações humanas.
MILA CAOS, de Simon Paetau, Cuba/Alemanha: Integrou a seleção da Quinzena dos Realizadores 2011. Filme sensível que explora o particular universo musical cubano num contexto underground e inesperado.
> A moda na tela
Com a presença da curadora internacional Inge de Leeuw, o programa especial Fashion Curtas reúne o que há de mais inovador na associação entre audiovisual e moda. Zita Carvalhosa, diretora do Festival, assistiu aos programas em sua exibição no Festival Internacional de Roterdã, no início do ano, e gostou do resultado. “Quando vi que existia essa programação paralela, não tinha ideia do que encontraria na sala de exibição. Fui conferir e vi que a plateia estava cheia e que os filmes eram bons. Não são apenas gravações de desfiles, mas produtos audiovisuais que transmitem o espírito da moda. São maneiras de passar conceitos. No Brasil a moda hoje é um segmento maduro, exportador de tendências, e acreditamos que esse diálogo com o audiovisual pode ser muito promissor.”
Quatro programas — a seção “Out of Fashion”, com a curadoria de Inge de Leeuw. Um dos programas é dedicado à produção da Maison Martin Margiela, que nos últimos anos têm trabalhado com o vídeo em muitas de suas coleções. Os outros três apresentam filmes criados por estilistas para expor seus conceitos sobre suas coleções ou são obras de cineastas contratados para criar suas próprias obras a partir desses conceitos.
Um dos destaques é o filme “Missoni”, do cultuado cineasta experimental Kenneth Anger, para a marca homônima. O filme revisita a estética dos anos 1960, em imagens hipnóticas. Animações poéticas, videoartes minimalistas também compõem os programas, mas nem só de estética vive o mundo da moda: filmes como “Act da fool”, de Harmony Korine, levam as criações da marca Proenza Schouler ao submundo do crime norte-americano e a marca Diesel apresenta o filme “Skateistan: Viver e Ser skatista em Kabul”, sobre o projeto social que desenvolve no Afeganistão, para ensinar skate às crianças em Kabul.
O programa se completa com experiências brasileiras que mesclam os dois universos, com curadoria de André do Val e Eduardo Viveiros, do site Chic. Desde uma homenagem à musa Claudia Wonder até vídeos que dialogam com as grandes festas e baladas urbanas.
Em paralelo, acontece no Museu da Imagem e do Som a exposição “Fause em Curtas”, do estilista Fause Haten. Em parceria com o diretor Haley Rembrandt, ele produziu filmes que estarão expostos no Museu durante todo o evento.
A abertura do programa Fashion Curtas acontece no sábado, dia 27 de agosto, às 17h30, no Museu da Imagem e do Som e marca também a inauguração da exposição de Fause Haten. O estilista também participa de um debate com o público no MIS, no dia 31 de agosto, às 17h.
> Programas Especiais
A cada edição, o Festival programa mostras internacionais convidadas e também estabelece recortes temáticos e estéticos para públicos e gostos dos mais diferentes.
Mostra Infantojuvenil e atividades para crianças
As crianças têm seu espaço garantido no Festival, na Mostra que traz dois programas para crianças até 10 anos e um programa para jovens até 14 anos. Na programação, uma seleção dos melhores filmes inscritos voltados para esse público. Este ano, o Festival também apresenta a atividade KinoCurtinhas: a garotada vai poder botar a mão na massa e produzir seus curtinhas de 1 minuto, desde a gravação até a edição. A atividade acontece no sábado (27/8) e no domingo (28/8), a partir das 15h00 na Cinemateca Brasileira.
O espaço do terror: Dark Side
Os monstros estão dentro de nós, segundo o diretor e montador Paulo Sacramento, que este ano foi o responsável pela curadoria da mostra, um clássico da programação do Festival. Sacramento manda o seu recado: os filmes são para quem tem nervos de aço. São seis produções, vindas do Brasil, da Espanha e da Inglaterra.
Mostra DF5: parceria com o Coletivo Fora do Eixo
Em parceria com o Coletivo Fora do Eixo, a mostra reúne uma seleção de filmes da distribuidora DF5, gerida pelo Clube de Cinema do coletivo. Seu foco é a difusão do cinema brasileiro em circuitos não-comerciais. O trabalho do coletivo começou com a difusão de bandas de todo o Brasil fora do eixo Rio-São Paulo. Daí, um grupo enorme de produtores culturais e artistas se envolveu, criando uma rede que hoje se espalha por todo o Brasil e cria oportunidades para difusão da cultura fora dos meios de massa.
O coletivo também será responsável pelas Intervenções Online, vídeos produzidos durante o Festival que serão exibidos pela Internet. E garantem a animação de duas festas, no sábado — dia 27 de agosto — e no encerramento, dia 2 de setembro, com bandas que integram o projeto.
Sotaques do Oriente
O Festival este ano traz dois programas orientais, produzidos por festivais parceiros. No programa do Festival de Cinema CON-CAN, do Japão, serão exibidos dez curtas japoneses recentes. Lançado em 2005 como o primeiro festival internacional de curtas do Japão na web, tem como missão levar a arte e a beleza dos curtas a uma audiência global com a proposta de “assistir globalmente, pensar localmente”. O evento vem ganhando destaque no Japão; em sua última edição, contou, em seu corpo de jurados, com a cultuada diretora Naomi Kawase.
No programa King Bonn Awards, o festival chinês nos envia um destaque de seus dois anos de existência, com filmes que retratam a produção chinesa atual.
Escola de Cinema de Cuba, 25 anos
Projeto pioneiro e utópico, a Escola Internacional de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba, foi fundada há 25 anos para criar uma frente latino-americana de produção cinematográfica. Entre os fundadores, o documentarista argentino Fernando Birri e o escritor Gabriel García Marquez.
Neste programa, filmes representativos dos últimos anos da escola, com destaque para “Os minutos, as horas”, da brasileira Janaína Marquez, premiado este ano em Clermont-Ferrand, o maior festival de curtas-metragens do mundo.
O Chile em animações
A produção chilena de curtas-metragens está cada vez mais expressiva, e este ano destacamos uma seleção de animações que revela uma nova geração, vinda não só das escolas de audiovisual mas também de formações em arte e design. Além da diversidade de técnicas, a diversidade temática chama a atenção: desde ficções científicas policiais até narrativas baseadas em lendas e culturas dos povos indígenas chilenos.
Soirée Allemande, curtas alemães da melhor estirpe
Uma seleção dos melhores curtas-metragens alemães da safra 2010, escolhidos por seu público. Uma sessão que não tem erro: nela você encontra o estranho, o perigoso, o extraterrestre, o bizarro, o tocante, o comprometido politicamente e o hilário. Oferecida pelo Instituto Goethe.
A seleção dos críticos de Cannes: Semana da Crítica
Em seu 50° aniversário, a Semana da Crítica festeja os talentos emergentes do cinema mundial que não cessam de despontar. Apesar de todo o glamour que o nome do Festival de Cannes evoca no imaginário das pessoas, a Semana da Crítica destaca a vida das pessoas comuns, que são retratadas na maioria dos filmes.
kinolounge, espaço da experimentação em som e imagem
Vídeos que trazem olhares incomuns sobre o dia a dia, onde sons e imagens não trabalham mais em sincronia. O projeto, em parceria com o Museu da Imagem e do Som, traz uma sessão com os filmes selecionados este ano e, em seguida, uma apresentação de Felipe Barros em parceria com os músicos Helio Pisca e Claudia Garcia, apresentará ao vivo “Mancha de dendê não sai”, resultado de sua residência no “Instituto Sacatar” em Itaparica/ BA. O trabalho procura identificar e desvendar particularidades do universo baiano, que ao mesmo tempo é tão próximo e tão distante.
Desaventure-se com esses anti-heróis
Irreverência, aventura e diversão garantida com o novo épico da bizarrice zumbi, o filme “Unliving”, ganhador da Berlinale este ano. Outros filmes brasileiros compõem o programa: uma homenagem ao cinema de John Hughes, desta vez com jovens paulistanos vítimas de bullying, a máfia chinesa na capital federal, um quase ET numa hospedaria paraibana e um discurso de esquerda surpreendente.
As mulheres do Cachaça Cinema Clube
Afinado com a proposta da mostra “Feminino Plural”, o grupo carioca Cachaça Cinema Clube traz mais uma vez sua visão irreverente e suas pérolas cinematográficas, com filmes dirigidos por mulheres, que debatem, de certa forma, o que é carregar dois cromossomos X. Na seleção, entre uma investigação mitológica do tema e um thriller de nouvelle vague carioca, preciosidades como um dos primeiros trabalhos da representante feminina do Cinema Novo, Helena Solberg; o encontro entre as atrizes Norma Bengell e Maria Gladys e o importante e ousado documentário de Sandra Werneck sobre transexualismo em plena ditadura. E, fechando com chave de ouro, a mais simples e perfeita tradução do feminino numa obra de curta metragem, um clássico de Agnès Varda.
O realizador e seu tempo
O que é que define um curta, média ou longa-metragem? É apenas a duração final, em minutos? Discutir o tempo em relação ao filme é a proposta deste programa, formado por quatro trabalhos com duração superior a 30 minutos.
Serviço:
22º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – de 25 de Agosto a 02 de Setembro
Abertura para convidados: dia 25 de agosto de 2011
Programação para o público: de 26 de agosto a 2 de setembro
Salas: Cinemateca Brasileira, CineSESC, Centro Cultural São Paulo, Museu da Imagem e do Som, Espaço Unibanco de Cinema e Cine Olido
Patrocínio: Petrobras e Avon
Organização: Associação Cultural Kinoforum
Direção: Zita Carvalhosa
Entrada: Gratuita
Premiações
O Festival não tem um caráter competitivo, mas vários de seus parceiros oferecem prêmios para os filmes participantes das mostras principais. Conheça as premiações deste ano:
PRÊMIO REVELAÇÃO
O Prêmio Revelação é o mais tradicional do Festival e tem como objetivo incentivar os jovens talentos do audiovisual brasileiro em sua próxima produção. O vencedor recebe os recursos técnicos para produzir um novo curta-metragem de até 15 minutos, desde 5 diárias de gravação com câmera digital HD até a finalização.
Concorrem ao Prêmio Revelação os diretores de curtas brasileiros realizados em cursos de cinema ou audiovisual exibidos na Mostra Brasil e Panorama Paulista. A seleção também leva em conta um
texto enviado pelos realizadores, expondo o argumento de seu próximo curta-metragem.
As empresas parceiras do Prêmio Revelação são:
QUANTA
CINEPRO/DOT
PLAYRK30
ESTÚDIOS MEGA
MEGACOLOR
FUJIFILM
DOLBY
CTAV
PRÊMIOS AQUISIÇÃO
O CANAL BRASIL oferece um prêmio aquisição de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para um filme escolhido por um júri de jornalistas e críticos convidados pelo Canal Brasil, entre os 10 favoritos do público da Mostra Brasil.
O SESCTV premia novos talentos, oferecendo um prêmio aquisição de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)
para o melhor filme realizado por um diretor estreante, na opinião do júri SESCTV, escolhido entre os filmes exibidos na Mostra Brasil e Panorama Paulista. E mais dois prêmios de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) cada para dois curtas inscritos na Mostra KinoOikos Online, selecionados pelo júri SESCTV.
A TV CULTURA escolhe o curta de maior destaque dentre os exibidos no Panorama Paulista, de acordo com o júri nomeado pela própria TV Cultura, e oferece um prêmio aquisição no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
O prêmio PORTA CURTAS é destinado a três (3) curtas brasileiros, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para cada um, a partir da lista dos mais votados do público, entre os exibidos na Mostra Brasil.
PRÊMIOS ESPECIAIS
PRÊMIO AVON
Dois prêmios de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para um filme brasileiro e um filme internacional escolhido por júri indicado pela Avon entre os filmes dirigidos por mulheres na Mostra Internacional, Mostra Latino-americana, Mostra Brasil e Panorama Paulista.
PRÊMIO POND5
Prêmio em créditos de aquisição de imagens de arquivo, no valor de U$ 1.000,00 (mil dólares), para o curta-metragem com melhor montagem criativa utilizando imagens de arquivo, exibido na Mostra Brasil e escolhido por um júri nomeado pela POND5.
PRÊMIO CTAV
Duas cópias legendadas em 35mm para um filme exibido na Mostra Brasil e selecionado entre os preferidos do público.
TROFÉUS
ABD-SP
Troféu oferecido ao curta de maior destaque dentre a Mostra Brasil e 1 (um) troféu oferecido ao
curta de maior destaque dentre a Mostra Latino-americana, segundo escolha dos associados da ABD.
CACHAÇA CINEMA CLUBE
Três troféus a filmes de maior destaque entre os exibidos na Mostra Brasil e convite para participar da sessão Cachaça Cinema Clube, segundo escolha da organização do projeto.
(Informe Publicitário)
domingo, 21 de agosto de 2011
CINE TROPPO - SEMANA DE 19 À 25/08/11
CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “Lanterna Verde”, “Uma Professora sem Classe” e “Onde está a Felicidade?”.
Em “Lanterna Verde”, num universo tão vasto quanto misterioso, uma pequena mas poderosa força existe há séculos. Protetora da paz e da justiça, ela é conhecida como a Tropa dos Lanternas Verdes. Uma irmandade de guerreiros designada a manter a ordem intergaláctica, na qual cada Lanterna Verde possui um anel que lhe garante superpoderes. Porém, um novo inimigo chamado Parallax ameaça destruir o equilíbrio das forças do Universo e o destino dos guerreiros e do planeta Terra estará nas mãos do seu mais novo recruta, o primeiro humano a ser selecionado para a Tropa: Hal Jordan, interpretado por Ryan Reynolds. O orçamento é de US$ 150 milhões, e o filme será lançado em 2D e 3D.
“Uma Professora sem Classe” tem Cameron Diaz (As Panteras) no elenco. Ela interpreta a professora Elizabeth. Desbocada, cruel e inapropriada, ela bebe, fica alta e mal consegue esperar para receber seu vale refeição e dar o fora do seu trabalho entediante. Quando ela é abandonada por seu noivo, logo traça um plano para conquistar um professor substituto rico e bonito (Justin Timberlake) -- mas que tem a atenção disputada por uma colega excessivamente enérgica, Amy (Lucy Punch).
“Onde está a Feclicidade ?” é o segundo filme dirigido por Carlo Alberto Ricceli e tem como roteirista a atriz Bruna Lombardi. No filme, a chef de cozinha Teodora embarca em uma jornada de descobertas que farão dela uma nova mulher. Crises no amor e na vida profissional a levarão – junto com o amigo Zeca e a espanhola Milena – à percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, cenário ideal para encontros, reencontros e aventuras. No elenco, Bruna Lombardi, Bruno Garcia, Marcello Airoldi, Marta Larralde e María Pujalte.
SUPERNOVAS
*'W. E. - O Romance do Século' (W. E.), segundo filme dirigido por Madonna, ganhou data de estreia no Brasil.A Playarte Pictures marcou o lançamento para 3 de Fevereiro de 2012.” W. E. - O Romance do Século” marca a segunda produção que Madonna atua como diretora. A cantora já dirigiu 'Sujos e Sábios', em 2008.O roteiro foi escrito por Madonna e Alex Keshishian ('Na Cama com Madonna').
*Will Smith e seu filho, Jaden ('Karate Kid'), estão confirmados no elenco da ficção científica 'One Thousand A.E.', a ser dirigida por M. Night Shyamalan. O filme se passa mil anos no futuro, e acompanha um pai de família se vê em uma busca desesperada por seu filho desaparecido. Em sua busca, ele acaba recebendo alguns poderes sobrenaturais."Fazer um suspense de ficção científica com Jaden e Will é o sonho de qualquer diretor", disse Shyamalan.Gary Whitta ('O Livro de Eli') roteiriza. Gwyneth Paltrow e Bruce Willis, estão no elenco.
*Levantamento realizado junto ao Banco de Dados do Filme B revelou que o Brasil já tem 411 salas no formato 3D digital. Os estados das regiões Sudeste e Sul têm, juntos, 75% das salas no formato.
*Em entrevista recente à imprensa americana, o diretor David Fincher ('A Rede Social') falou sobre seu trabalho em '20.000 Léguas Submarinas', da Walt Disney Pictures.Segundo ele, o longa vai usar e abusar da captura de movimento. “Quero muito usar a técnica, mas prefiro o que foi feito em Avatar do que As Aventuras de Tintin. É legal a ideia de usar a tecnologia para fazer algo parecido com desenho animado, e é mais legal ainda se deixar isso realista", revelou."Provavelmente, 20.000 Léguas Submarinas será 70% em CGI. Faremos um enorme blockbuster de ficção-científica", finalizou.
* 'Dona Flor e Seus Dois Maridos' vai ganhar refilmagem. Fernanda Paes Leme vai interpretar Dona Flor, papel de Sônia Braga no original. Marcelo Faria interpretará Vadinho, vivido por José Wilker.'Dona Flor e Seus Dois Maridos' foi adaptado às telonas em 1976, dirigido por Bruno Barreto e adaptado da obra de Jorge Amado. Ainda em fase de captação de recursos, o longa será produzido pela Downtown Filmes.
*O novo filme de Martin Scorsese inicialmente intitulado 'The Invention of Hugo Cabret', teve seu título reduzido para 'Hugo Cabret', e agora será lançado apenas como 'Hugo' (foto). O longa é baseado em um livro de Brian Selznick. Hugo' se passa na década de 30 e acompanha um órfão, que vive escondido em uma estação de trem em Paris, cuidando dos relógios do lugar. Em uma das noites, o garoto se envolve em uma misteriosa aventura.Asa Butterfield ('O Menino do Pijama Listrado') será o protagonista.O filme estreia em 23 de Novembro nos EUA, e 20 de janeiro no Brasil.
* A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, enquete, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
39º FESTIVAL DE GRAMADO
Na semana de 05 à 13/08, aconteceu a 39ª edição do Festival de Gramado, um dos mais tradicionais e respeitados festivais de cinema do Brasil. Nesta edição, fui convidado a participar do júri da crítica do festival que acabou premiando como melhor longa nacional o filme “Riscado” de Gustavo Rizzi, “Jean Gentil” de Laura A. Guzmán e Israel Cárdenas e “Céu, Inferno e outras partes” de Rodrigo John. A seleção de curtas-metragens exibidos provocou uma série de reflexões sobre a atual produção áudio-visual brasileira que está muito fraca. Lembro do diretor Francis Coppola declarar numa entrevista no início do anos 90, que em breve qualquer pessoa teria condições de fazer um filme mas que sua preocupação era o que essas pessoas iriam dizer com estes filmes. De alguma forma, isto está acontecendo. Foram inscritos mais de 100 curtas-metragens em gramado, 16 foram selecionados e apenas 04 curtas eram realmente de alta qualidade, incluindo o paranese “Ribeirinhos do Asfalto”.de Jorane Castro.Neste sentido, deve-se fazer uma reflexão para os caminhos do áudio-visual brasileiro para que não se tenha trabalhos em quantidade sem qualidade.
Na categoria de longas-metragens, os filmes latinos do festival sem dúvida foram superiores aos filmes nacionais selecionados. Todos os filmes latinos eram de boa qualidade, com ótimos roteiros e com bons diretores. Enquanto isso, os filmes brasileiros foram decepcionando a cada dia do festival. De qualidade mesmo, somente “Riscado” e “As Hiper Mulheres”. No mais, filmes bem intencionados que foram mal resolvidos como “O País do Desejo” de Paulo Caldas, “O Carteiro” de Reginaldo Farias e “Ponto Final”, supostamente um filme autoral mas sem a menor sensibilidade ou criatividade estética. Mais uma vez aqui, devemos fazer uma reflexão sobre os caminhos do cinema nacional, nesta retomada de produção e de público.
Bem organizado, com alguns problemas operacionais (a maioria dos filmes latinos foram exibidos em DVD) e com grande presença do público, o 39º Festival de Gramado acabou premiando o cinema paraense com dois prêmios para “Ribeirinhos do Asfalto” de Jorane Castro : melhor atriz (Dira Paes) e melhor direção de arte. Vendo o filme de Jorane, e comparando a sua produção com outras exibidas no festival, concluo que o nosso cinema paraense está pronto para um grande momento, caso haja financiamento da iniciativa privada ou governamental. O filme de Jorane agradou a platéia e isso, de alguma forma, valoriza o trabalho de todos que aqui lutam para fazer cinema com as mínimas condições.
Ano que vem, acontecerá a 40ª edição do Festival de Gramado. Espero que mais um filme paraense seja selecionado e que até lá, o cinema nacional em curta e longa-metragem tenha evoluído em todos os sentidos.
Confira abaixo a relação de filmes premiados da 39ª edição do Festival de Gramado:
Prêmio da Crítica :
Melhor Longa Nacional :"Riscado" Gustavo Pizzi
Melhor Longa Latino: "Jean Gentil" de Laura Guzman e Israel Cárdenas
Melhor Curta-metragem : "Céu, Inferno e Outras Partes" de Rodrigo John
Prêmios do Júri Oficial :
Longa-metragem Nacional
Melhor Filme em Longa-metragem Brasileiro: Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat.
Melhor Montagem: Leonardo Sette, por As Hiper Mulheres.
Melhor Fotografia: Roberto Henkin, por O Carteiro.
Melhor Roteiro: Gustavo Pizzi e Karine Teles, por Riscado.
Melhor Atriz: Karine Teles por Riscado.
Melhor Ator: Caio Blat, por Uma Longa Viagem.
Melhor Diretor: Gustavo Pizzi, por Riscado.
Especial do Júri: As Hiper Mulheres, de Leonardo Sette, Carlos Fausto e Takumã Kuikuro.
Longa-metragem Estrangeiro
Melhor Fotografia: Serguei Saldivar Tanaka, por La Lección de Pintura.
Melhor Roteiro: Sebastián Hiriart, por A Tiro de Piedra.
Melhor Atriz: Margarida Rosa de Francisco, por García.
Melhor Ator: Gabino Rodríguez, por A Tiro de Piedra.
Melhor Diretor: Gustavo Taretto, por Medianeiras, e Sebastián Hiriart, por A Tiro de Piedra.
Especial do Júri: Las Malas Intenciones, de Rosario Garcia-Montero.
Melhor Filme Longa-metragem Estrangeiro: Medianeiras, de Gustavo Taretto.
Curta 35mm e Digital
Melhor Filme: Carreto, de Claudio Marques e Marilia Hughes e Haruo Ohara, de Rodrigo Grota.
Melhor Montagem: Mair Tavares e Tina Saphira, por Um Outro Ensaio.
Melhor Fotografia: Jacques Dequeker, por Polaroid Circus.
Melhor Roteiro: Rodrigo John, por Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo.
Melhor Atriz: Dira Paes em Ribeirinhos do Asfalto.
Melhor Ator: José Wilker em A Melhor Idade.
Especial do Júri: Rivelino, de Marcos Fábio Katudjian.
Melhor Diretor: Natara Ney por Um Outro Ensaio.
Melhor Filme Curta-metragem: Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John.
AGENDA
* Cineclube Alexandrino Moreira: O cineclube, em parceria com a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) exibirá somente em setembro (data a ser confirmada) a obra-prima de Ingmar Bergman, “A Hora do Lobo”, produção realizada nos anos 60. É um dos grandes filmes deste genial diretor que tem uma filmografia fantástica e que merece ser cada vez mais conhecida.. O filme será exibido às 19h com entrada franca e o tradicional debate entre o público e críticos da ACCPA. .
*Cine Estação: “Gainsburg – O Homem que Amava as Mulheres” é o filme da semana. O filme é uma cinebiografia do artista Serge Gainsburg que desde criança demonstrou aptidão para as artes, em especial o desenho. Dono de uma imaginação fértil, ele via personagens que retratavam variações de sua própria personalidade. Impulsionado por um deles, Serge resolve abandonar o desenho para se dedicar integralmente à música. Aos poucos conquista seu espaço como pianista e compositor, até estourar de vez ao trabalhar com uma jovem cantora pop. Já um dos artistas mais populares da França, ele tem casos com atrizes bastante conhecidas, como Brigitte Bardot (Laetitia Casta) e Jane Birkin (Lucy Gordon). O filme será exibido nas seguintes datas :18 (sexta), às 18h e 20h30, 19 (sábado), às 18h e 20h3, 21 (domingo), às 10h, 18h e 20h30, 25 (quinta), às 18h e 20h30, 28 (domingo), às 10h, 18h e 20h30.
*Cine Líbero Luxardo : Fechando o festival de filmes eslecionados para comemorar os 25 anos de atividades do cinema, será exibido hoje o excelente “Sangue Negro” de Paul Thomas Anderson com Daniel Day-Lewis. O filme será exibido às 19h. Antes, às 18h, haverá uma sessão de pré-estréia do curta-metragem “Riberinhos do Asfalto” de Jorane Castro.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
CINE TROPPO - SEMANA DE 12 À 18/08/11
CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, a estréia da semana é “A Árvore da Vida” e “Super 8”.
“A Àrvoré da Vida” é o novo filme do cineasta Terrence Malick (Cinzas do Paraíso/Além da Linha Vermelha/Terra de Ninguém) e é um dos filmes mais esperados do ano.”A Árvore da Vida” aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum, e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão. 'A Árvore da Vida' é uma obra de autoria do próprio Malick. Ele planeja produzir o filme desde 1970, mas somente em 2005 conseguiu verba para levar o filme às telas.No elenco, Brad Pitt, Sean Penn, Joanna Going, Fiona Shaw, Pell James, Crystal Mantecon, Jessica Chastain e Lisa Marie Newmyer.
“Super 8” tem na direção J.J. Abrahams (Lost/Missão Impossível 3/Star Trek) e produção de Steven Spielberg. O filme se passa 1979 e acompanha um grupo de seis jovens que estão usando uma câmera Super 8 para fazer seu próprio filme de zumbis. Numa fatídica noite, o projeto os leva para um solitário trecho de trilhos rurais, onde um caminhão colide com uma locomotiva em sentido contrário e um descarrilamento enche a noite com uma chuva de fogo. Então, alguma coisa emerge dos escombros, algo decididamente desumano. No elenco, Kyle Chandler, Elle Fanning, Ron Eldard, Noah Emmerich, Joel Courtney e Riley Griffith.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
MARCO MOREIRA/PEDRO VERIANO/LUZIA ÁLVARES
“Harry
Potter 7” Bom/Bom/Bom
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“Assassinato” Muito Bom/Bom/Muito Bom
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“Poesia”
(DVD) Excelente/Excelente/Excelente
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“Capitão
América” -/Razoável/Razoável
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“O
Mágico” Excelente/Muito Bom/Muito Bom
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“A Casa” -/Razoável/Razoável
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SUPERNOVAS
-Traduzido para vários idiomas, 'Capitães da Areia', escrito em 1937, foi o livro de maior sucesso de Jorge Amado, morto em 2001, e que em 2012 completaria 100 anos de idade. A historia de um grupo de meninos abandonados que juntos descobrem a vida nas ruas de Salvador dos anos 30 chega em outubro às telas de cinema sob a direção de Cecilia Amado, neta do escritor baiano.'Capitães da Areia' marca não só a estreia de Cecilia na direção de filmes de longa-metragem como também será o primeiro evento para celebrar 100 anos de Jorge Amado, que vai incluir de exposição a musical sobre a vida do baiano. A trilha sonora do longa é assinada por Carlinhos Brown. O elenco-mirim é formado por garotos da comunidade de Salvador, que passaram por mais de dois meses de preparação, sob a responsabilidade do preparador de elenco Christian Duurvoort (Ensaio Sobre a Cegueira). A estreia acontece dia 14 de Outubro.
-Jennifer Grey, estrela do 'Dirty Dancing - Ritmo Quente' original, falou sobre o remake, que foi confirmado há dois dias."Estou muito animada com essa novidade e acho que não existe ninguém melhor que meu querido Kenny Ortega para dirigir esse remake. Mal posso esperar para ver o que ele pode fazer", revelou ao Wall Street Jornal. Kenny Ortega, que comandou os três 'High School Musical' e 'Michael Jackson - This Is It', foi contratado para dirigir o remake. Curiosamente, Ortega foi coreografo do original.
- Esta semana, a Justiça Federal em Belo Horizonte conseguiu novamente a proibição do filme “A Serbian Film”. A assessoria do Ministério Público Federal (MPF) revelou que a proibição do filme será em todo o território brasileiro."O longa-metragem contém cenas que simulam a participação de recém-nascido em cena de sexo explícito ou pornográfica, além das que mostram sexo explícito, crueldade, elogio/banalização da violência, necrofilia, tortura, suicídio, mutilação, agressão", revelou o órgão.Motivo de polêmica em vários países pelo seu conteúdo extremo, A Serbian Film seria lançado no Brasil pela jovem distribuidora Petrini Filmes, sediada em São Luiz do Maranhão. O lançamento estava previsto para 26 de agosto.
- O diretor Robert Rodriguez voltou a falar sobre o enrolado 'Sin City 2' e 'Machete Kills', sequência de 'Machete'."Sin City 2 está acontecendo. Estamos finalizando o roteiro, e já conseguimos financiamento. Temos tudo que precisamos para começarmos a filmar, assim que o roteiro estiver pronto", revelou."Machete 2 também.. Já temos a verba, e estamos esperando o roteiro para começar a rodar", finalizou. 'Sin City 2' será rodado à partir de um roteiro original de Frank Miller, que também trabalhará na direção ao lado de Robert Rodriguez. O primeiro filme foi baseado na graphic novel 'Sin City'.
- Escrevo a coluna esta semana da cidade de Gramado/RS, devido a cobertura que estou fazendo do 39º Festival de Gramado. Na semana que vem, estarei fazendo um resumo de todos os filmes vistos no festival.
- A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, enquete, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
Críticas/Cinema
“A ÁRVORE DA VIDA”
CINEMA SENSORIAL
Há um provérbio hindu que traduz a realização da vida de um homem pelo plantar de uma arvore, escrever um livro e gerar um filho. A família O’Brien de “A Árvore da Vida”, no enfoque do patriarca (Brad Pitt), estaria realizada se ele conseguisse ser um musico, como desejou na adolescência. Não conseguiu por questões financeiras e o emprego adquirido é por ele mencionado como o do naval que trabalha na construção de um navio mas não vê quando este navio chega ao mar. Instável, o emprego pode acabar. E a arrogância adquirida na educação da primeira metade do século XX gera certas animosidades, em especial em um dos 3 filhos.
Mas “A Árvore da Vida”(The Tree of Life), filme de Terrence Malick com fortes raízes biográficas, não conta a história de Mr. O’Brien nem de sua mulher(Jessica Chastain), nem dos rebentos(todos homens). No máximo retrata o que o autoritarismo causa no primogênito para onde tudo é exigido. O que o filme quer dizer é o que pode fazer sentir. O cineasta procura uma assertiva cientificamente correta: a sensibilidade independe da racionalização. Não se racionaliza qualquer sentimento. E o amor é o que constrói, guardado como o elemento mais próximo da perfeição que os seres vivos adquiriram na história da evolução das espécies.
A espécie de prólogo com imagens que se pode achar uma com concepção do “big bang” (a explosão inicial que gerou o universo), passando pelas primeiras células e animais aquáticos, ganha corpo com a percepção darwniana de que sobrevivem os mais fortes (um animal pré-histórico pisa na cabeça de outro) e ao chegar ao ser humano escora na constituição do núcleo familiar e tenta dimensionar o quanto este é abalado quando perde um membro.
Não interessa quem dos 3 filhos dos O’Brien morreu aos 19 anos. Percebe-se por flash-backs econômicos (pelo menos na montagem que ficou para os cinemas comuns) que não foi o mais velho, Jack (Sean Penn). Ele é visto adulto, cercado de prédios, de linhas retas que se tocam formando diversas estruturas que esmagam a sensibilidade, fugindo, quando pode, ou acha que pode (ao falar de amor a alguém), para bosques e rios, pedras e relvas, deixando-se focar muitas vezes em contre-plongée a seguir as árvores gigantescas que dão a idéia de como a evolução galgou espaço no planeta.
Malick fez um poema corajoso na tradução por imagem. Não há uma cronologia de seqüências, o tempo desimporta como desimportam as definições de sentimentos ligados às recordações. Tudo o que se vê é para ser sentido, não necessariamente entendido. Se alguém quiser achar alguma influencia, ou inspiração, pode notar o “2001” de Kubrick, também uma abordagem na escala evolutiva. Mas ali se racionalizava a origem das espécies até chegar ao super-homem de Nietzsche, citando-se (até na musica de Richard Strauss) o “Assim Falou Zaratustra”(Also sprach Zaratustra) . Com Malick não há uma citação filosófica especifica. As imagens que lembram os filmes de Norman McLaren querem apenas chegar ao cérebro do espectador como estimulo à sensibilidade, quem sabe à produção de endorfina. Nesse ponto o novo filme diverge completamente de experimentalistas de cinema como Godard. Ali se racionaliza o desmontar da linguagem fílmica; aqui se lança esse desmonte como um recurso emotivo. Malick poderia mostrar outras pessoas em outras situações se quisesse ficar no impacto da analogia entre a engenharia do ser e a constatação de abandono quando este ser está sendo produzido. Mas ele mostra a família, o amor filial. E aí consubstancia a importância do amor, falada por um personagem durante a abordagem.
Um filme diferente. Talvez o que chega mais próximo do cinema anímico, da tradução por imagem do que “só o coração vê”.
Difícil encontrar exemplo mais criativo. (Pedro Veriano)
UMA ÁRVORE DE GALHOS UNIVERSAIS
Na antevisão da origem da matéria, desde a Grécia Antiga, com presença forte no Ocidente, a teoria dos quatro elementos – agua, terra, fogo e ar – atribuindo-se ora a um ora a outro os estados de mutação dessa matéria, dispõe sobre os processos da existência onde a vida e a morte são/estão energias que constróem o universo.
Dessa perspectiva, Terrence Malick elabora sua visão de mundo na conexão entre a natureza e a graça (a primeira idéia que ele traça quando mostra o nascimento de uma criança e seu processo de crescimento) ao explorar, em “A Árvore da Vida” (The Tree of Life, EUA, 2011), a amplitude do universo onde a força da primeira (natureza) é, ao mesmo tempo, bela e também feroz, é explosiva e também mansa, é multicolorida e ao mesmo sem cor, é fonte de amor, mas também fonte de ódio. Essas emblemáticas imagens vagueiam numa plasticidade exuberante e encontram, no que ele projeta como o dom da graça, a dádiva da vida concedida aos seres vivos com grande significado para a conexão com o amor que é o sentimento único que ele supõe para encontrar maneiras de chegar à felicidade.
São expressões aparentemente vagas para alguns, mas representam a grande ternura que o diretor demonstra para elaborar sua maneira de contemplar os que estão diante da descoberta existencial. Como as leis do universo repercutem no processo autoritário de um pai que mantém a familia sob violenta pressão e exige que seus filhos o amem? Onde a relação entre a criação do universo e a presença dos quatro elementos com aquela familia que se constrói, cria hábitos, afetos, dinâmicas próprias para enfrentar as crises e se vê, em certo momento, diante da morte de um deles? E as perdas materiais, profissionais, o crescimento dos filhos e de seus novos desejos, suas premissas extraidas do cotidiano familiar, como será no futuro? A assepsia da nova vida de um deles, na maturidade sem cor, com altissimo elan no individualismo vertical dos edificios e das paredes lisas e vidros transparentes mostrando todos em caminhadas. Para onde?
Chega o momento do encontro e a praia ou o lugar da água, da terra, do ar, se transformam no fogo interno da energia que energiza quem se ama. A familia se reencontra. O mundo está mais próximo, eles estão felizes. (Luzia Miranda Álvares)
AGENDA
* Cineclube Alexandrino Moreira: O cineclube, em parceria com a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) exibirá dia 22/08 a obra-prima de Ingmar Bergman, “A Hora do Lobo”, produção realizada nos anos 60. É um dos grandes filmes deste genial diretor que tem uma filmografia fantástica e que merece ser cada vez mais conhecida.. O filme será exibido às 19h com entrada franca e o tradicional debate entre o público e críticos da ACCPA. .
*Cine Olympia: Em Homenagem ao diretor Alfred Hitchcock, está sendo exibido o clássico “Assassinato”, realizado em 1930, na fase inglesa do diretor. Baseado na peça "Enter Sir John", de Clemence Dane e Helen Simpson, o filme mostra a história de Diana, uma atriz acusada por assassinato e prestes a ser condenada à morte. Ela foi encontrada junto ao corpo de uma colega de profissão. Acometida por uma amnésia, Diana não consegue se lembrar de nada sobre o assassinato, aumentando as suspeitas que recaem sobre ela, ainda que pareçam injusta. “Assassinato” está sendo exibido em sessão única às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Estação: A grande atração da semana é o novo filme do mestre Jean-Luc Godard, “Filme Socialismo”. Mais uma batalha de Godard pelo cinema de inovação e de libertação.Godard fez/faz história a cada novo trabalho. Não deixe de ver.
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, a estréia da semana é “A Árvore da Vida” e “Super 8”.
“A Àrvoré da Vida” é o novo filme do cineasta Terrence Malick (Cinzas do Paraíso/Além da Linha Vermelha/Terra de Ninguém) e é um dos filmes mais esperados do ano.”A Árvore da Vida” aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum, e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma fabulosa viagem pela história da vida e seus mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão. 'A Árvore da Vida' é uma obra de autoria do próprio Malick. Ele planeja produzir o filme desde 1970, mas somente em 2005 conseguiu verba para levar o filme às telas.No elenco, Brad Pitt, Sean Penn, Joanna Going, Fiona Shaw, Pell James, Crystal Mantecon, Jessica Chastain e Lisa Marie Newmyer.
“Super 8” tem na direção J.J. Abrahams (Lost/Missão Impossível 3/Star Trek) e produção de Steven Spielberg. O filme se passa 1979 e acompanha um grupo de seis jovens que estão usando uma câmera Super 8 para fazer seu próprio filme de zumbis. Numa fatídica noite, o projeto os leva para um solitário trecho de trilhos rurais, onde um caminhão colide com uma locomotiva em sentido contrário e um descarrilamento enche a noite com uma chuva de fogo. Então, alguma coisa emerge dos escombros, algo decididamente desumano. No elenco, Kyle Chandler, Elle Fanning, Ron Eldard, Noah Emmerich, Joel Courtney e Riley Griffith.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
MARCO MOREIRA/PEDRO VERIANO/LUZIA ÁLVARES
“Harry
Potter 7” Bom/Bom/Bom
-----------------------------------------
“Assassinato” Muito Bom/Bom/Muito Bom
-----------------------------------------
“Poesia”
(DVD) Excelente/Excelente/Excelente
-----------------------------------------
“Capitão
América” -/Razoável/Razoável
----------------------------------------
“O
Mágico” Excelente/Muito Bom/Muito Bom
----------------------------------------
“A Casa” -/Razoável/Razoável
----------------------------------------
SUPERNOVAS
-Traduzido para vários idiomas, 'Capitães da Areia', escrito em 1937, foi o livro de maior sucesso de Jorge Amado, morto em 2001, e que em 2012 completaria 100 anos de idade. A historia de um grupo de meninos abandonados que juntos descobrem a vida nas ruas de Salvador dos anos 30 chega em outubro às telas de cinema sob a direção de Cecilia Amado, neta do escritor baiano.'Capitães da Areia' marca não só a estreia de Cecilia na direção de filmes de longa-metragem como também será o primeiro evento para celebrar 100 anos de Jorge Amado, que vai incluir de exposição a musical sobre a vida do baiano. A trilha sonora do longa é assinada por Carlinhos Brown. O elenco-mirim é formado por garotos da comunidade de Salvador, que passaram por mais de dois meses de preparação, sob a responsabilidade do preparador de elenco Christian Duurvoort (Ensaio Sobre a Cegueira). A estreia acontece dia 14 de Outubro.
-Jennifer Grey, estrela do 'Dirty Dancing - Ritmo Quente' original, falou sobre o remake, que foi confirmado há dois dias."Estou muito animada com essa novidade e acho que não existe ninguém melhor que meu querido Kenny Ortega para dirigir esse remake. Mal posso esperar para ver o que ele pode fazer", revelou ao Wall Street Jornal. Kenny Ortega, que comandou os três 'High School Musical' e 'Michael Jackson - This Is It', foi contratado para dirigir o remake. Curiosamente, Ortega foi coreografo do original.
- Esta semana, a Justiça Federal em Belo Horizonte conseguiu novamente a proibição do filme “A Serbian Film”. A assessoria do Ministério Público Federal (MPF) revelou que a proibição do filme será em todo o território brasileiro."O longa-metragem contém cenas que simulam a participação de recém-nascido em cena de sexo explícito ou pornográfica, além das que mostram sexo explícito, crueldade, elogio/banalização da violência, necrofilia, tortura, suicídio, mutilação, agressão", revelou o órgão.Motivo de polêmica em vários países pelo seu conteúdo extremo, A Serbian Film seria lançado no Brasil pela jovem distribuidora Petrini Filmes, sediada em São Luiz do Maranhão. O lançamento estava previsto para 26 de agosto.
- O diretor Robert Rodriguez voltou a falar sobre o enrolado 'Sin City 2' e 'Machete Kills', sequência de 'Machete'."Sin City 2 está acontecendo. Estamos finalizando o roteiro, e já conseguimos financiamento. Temos tudo que precisamos para começarmos a filmar, assim que o roteiro estiver pronto", revelou."Machete 2 também.. Já temos a verba, e estamos esperando o roteiro para começar a rodar", finalizou. 'Sin City 2' será rodado à partir de um roteiro original de Frank Miller, que também trabalhará na direção ao lado de Robert Rodriguez. O primeiro filme foi baseado na graphic novel 'Sin City'.
- Escrevo a coluna esta semana da cidade de Gramado/RS, devido a cobertura que estou fazendo do 39º Festival de Gramado. Na semana que vem, estarei fazendo um resumo de todos os filmes vistos no festival.
- A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, enquete, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
Críticas/Cinema
“A ÁRVORE DA VIDA”
CINEMA SENSORIAL
Há um provérbio hindu que traduz a realização da vida de um homem pelo plantar de uma arvore, escrever um livro e gerar um filho. A família O’Brien de “A Árvore da Vida”, no enfoque do patriarca (Brad Pitt), estaria realizada se ele conseguisse ser um musico, como desejou na adolescência. Não conseguiu por questões financeiras e o emprego adquirido é por ele mencionado como o do naval que trabalha na construção de um navio mas não vê quando este navio chega ao mar. Instável, o emprego pode acabar. E a arrogância adquirida na educação da primeira metade do século XX gera certas animosidades, em especial em um dos 3 filhos.
Mas “A Árvore da Vida”(The Tree of Life), filme de Terrence Malick com fortes raízes biográficas, não conta a história de Mr. O’Brien nem de sua mulher(Jessica Chastain), nem dos rebentos(todos homens). No máximo retrata o que o autoritarismo causa no primogênito para onde tudo é exigido. O que o filme quer dizer é o que pode fazer sentir. O cineasta procura uma assertiva cientificamente correta: a sensibilidade independe da racionalização. Não se racionaliza qualquer sentimento. E o amor é o que constrói, guardado como o elemento mais próximo da perfeição que os seres vivos adquiriram na história da evolução das espécies.
A espécie de prólogo com imagens que se pode achar uma com concepção do “big bang” (a explosão inicial que gerou o universo), passando pelas primeiras células e animais aquáticos, ganha corpo com a percepção darwniana de que sobrevivem os mais fortes (um animal pré-histórico pisa na cabeça de outro) e ao chegar ao ser humano escora na constituição do núcleo familiar e tenta dimensionar o quanto este é abalado quando perde um membro.
Não interessa quem dos 3 filhos dos O’Brien morreu aos 19 anos. Percebe-se por flash-backs econômicos (pelo menos na montagem que ficou para os cinemas comuns) que não foi o mais velho, Jack (Sean Penn). Ele é visto adulto, cercado de prédios, de linhas retas que se tocam formando diversas estruturas que esmagam a sensibilidade, fugindo, quando pode, ou acha que pode (ao falar de amor a alguém), para bosques e rios, pedras e relvas, deixando-se focar muitas vezes em contre-plongée a seguir as árvores gigantescas que dão a idéia de como a evolução galgou espaço no planeta.
Malick fez um poema corajoso na tradução por imagem. Não há uma cronologia de seqüências, o tempo desimporta como desimportam as definições de sentimentos ligados às recordações. Tudo o que se vê é para ser sentido, não necessariamente entendido. Se alguém quiser achar alguma influencia, ou inspiração, pode notar o “2001” de Kubrick, também uma abordagem na escala evolutiva. Mas ali se racionalizava a origem das espécies até chegar ao super-homem de Nietzsche, citando-se (até na musica de Richard Strauss) o “Assim Falou Zaratustra”(Also sprach Zaratustra) . Com Malick não há uma citação filosófica especifica. As imagens que lembram os filmes de Norman McLaren querem apenas chegar ao cérebro do espectador como estimulo à sensibilidade, quem sabe à produção de endorfina. Nesse ponto o novo filme diverge completamente de experimentalistas de cinema como Godard. Ali se racionaliza o desmontar da linguagem fílmica; aqui se lança esse desmonte como um recurso emotivo. Malick poderia mostrar outras pessoas em outras situações se quisesse ficar no impacto da analogia entre a engenharia do ser e a constatação de abandono quando este ser está sendo produzido. Mas ele mostra a família, o amor filial. E aí consubstancia a importância do amor, falada por um personagem durante a abordagem.
Um filme diferente. Talvez o que chega mais próximo do cinema anímico, da tradução por imagem do que “só o coração vê”.
Difícil encontrar exemplo mais criativo. (Pedro Veriano)
UMA ÁRVORE DE GALHOS UNIVERSAIS
Na antevisão da origem da matéria, desde a Grécia Antiga, com presença forte no Ocidente, a teoria dos quatro elementos – agua, terra, fogo e ar – atribuindo-se ora a um ora a outro os estados de mutação dessa matéria, dispõe sobre os processos da existência onde a vida e a morte são/estão energias que constróem o universo.
Dessa perspectiva, Terrence Malick elabora sua visão de mundo na conexão entre a natureza e a graça (a primeira idéia que ele traça quando mostra o nascimento de uma criança e seu processo de crescimento) ao explorar, em “A Árvore da Vida” (The Tree of Life, EUA, 2011), a amplitude do universo onde a força da primeira (natureza) é, ao mesmo tempo, bela e também feroz, é explosiva e também mansa, é multicolorida e ao mesmo sem cor, é fonte de amor, mas também fonte de ódio. Essas emblemáticas imagens vagueiam numa plasticidade exuberante e encontram, no que ele projeta como o dom da graça, a dádiva da vida concedida aos seres vivos com grande significado para a conexão com o amor que é o sentimento único que ele supõe para encontrar maneiras de chegar à felicidade.
São expressões aparentemente vagas para alguns, mas representam a grande ternura que o diretor demonstra para elaborar sua maneira de contemplar os que estão diante da descoberta existencial. Como as leis do universo repercutem no processo autoritário de um pai que mantém a familia sob violenta pressão e exige que seus filhos o amem? Onde a relação entre a criação do universo e a presença dos quatro elementos com aquela familia que se constrói, cria hábitos, afetos, dinâmicas próprias para enfrentar as crises e se vê, em certo momento, diante da morte de um deles? E as perdas materiais, profissionais, o crescimento dos filhos e de seus novos desejos, suas premissas extraidas do cotidiano familiar, como será no futuro? A assepsia da nova vida de um deles, na maturidade sem cor, com altissimo elan no individualismo vertical dos edificios e das paredes lisas e vidros transparentes mostrando todos em caminhadas. Para onde?
Chega o momento do encontro e a praia ou o lugar da água, da terra, do ar, se transformam no fogo interno da energia que energiza quem se ama. A familia se reencontra. O mundo está mais próximo, eles estão felizes. (Luzia Miranda Álvares)
AGENDA
* Cineclube Alexandrino Moreira: O cineclube, em parceria com a ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) exibirá dia 22/08 a obra-prima de Ingmar Bergman, “A Hora do Lobo”, produção realizada nos anos 60. É um dos grandes filmes deste genial diretor que tem uma filmografia fantástica e que merece ser cada vez mais conhecida.. O filme será exibido às 19h com entrada franca e o tradicional debate entre o público e críticos da ACCPA. .
*Cine Olympia: Em Homenagem ao diretor Alfred Hitchcock, está sendo exibido o clássico “Assassinato”, realizado em 1930, na fase inglesa do diretor. Baseado na peça "Enter Sir John", de Clemence Dane e Helen Simpson, o filme mostra a história de Diana, uma atriz acusada por assassinato e prestes a ser condenada à morte. Ela foi encontrada junto ao corpo de uma colega de profissão. Acometida por uma amnésia, Diana não consegue se lembrar de nada sobre o assassinato, aumentando as suspeitas que recaem sobre ela, ainda que pareçam injusta. “Assassinato” está sendo exibido em sessão única às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Estação: A grande atração da semana é o novo filme do mestre Jean-Luc Godard, “Filme Socialismo”. Mais uma batalha de Godard pelo cinema de inovação e de libertação.Godard fez/faz história a cada novo trabalho. Não deixe de ver.
domingo, 14 de agosto de 2011
FESTIVAL DE GRAMADO - 10
E chegou ao fim a 39ª edição do Festival de Gramado. Para o cinema paraense, a grande notícia foi a premiação do curta-metragem “Ribeirinhos do Asfalto”(foto) de Jorane Castro que ganhou dois prêmios: melhor atriz e melhor direção de arte.Foi um excelente resultado que mostra a evolução do nosso cinema local. Parabéns à Jorane e equipe pelo trabalho. O resultado final foi justo e equilibrado. Filmes como “Riscado” e “Uma Longa Viagem”, além do curta mais premiado da noite, “Um Outro Ensaio”, representaram bem a qualidade atual do cinema nacional. É claro que algumas reflexões podem ser tiradas do Festival de Gramado. Primeiro, a qualidade dos curta-metragens foi bem abaixo do esperado. Um pouco mais de 100 curtas foram inscritos, 16 selecionados e apenas 04 realmente merecem destaque. Isto representa uma necessidade urgente de melhoria nesta categoria importante que sempre revela grandes nomes no cinema. Segundo, o cinema autoral existe e pode/deve se comunicar com o grande público. “Riscado” e “Uma Longa Viagem”, um filme de ficção e outro de documentário refletem inteligência e respeito ao espectador, com narrativas interessantes. Dessa forma, fica claro que o cinema nacional não precisa ter sempre as mesmas bobagens que vemos hoje, numa caça desesperada ao sucesso sem nenhum conteúdo.
A cerimônia de entrega dos prêmios foi tranqüila, bem organizada e bastante prestigiada. Tive oportunidade de ver vários atores e diretores circulando no cinema, dando um certo glamour para um festival que já é tradição no cinema nacional e que tem sua importância e história que devem ser prestigiadas. Para o ano que vem, espera-se uma festa especial já que o festival completa 40 anos de existência.
Como participei do júri da crítica do festival que premiou “Riscado”(melhor filme nacional), “Jean Gentil”(melhor filme latino) e “Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo"(melhor curta-metragem), foi muito interessante conhecer o processo todo do festival, da seleção à escolha final dos filmes premiados. Como crítico e cinemaníaco, estar em Gramado foi muito bom. Vi muitos filmes em longa e curta-metragens, participei de oficinas e debates promovidos pela crítica local e principalmente, interagi com outros críticos e profissionais da área de cinema, percebendo claramente o esforço de todos em fazer o melhor pela sétima arte. Espero que ano que vem o Festival de Gramado continue com o seu sucesso, sempre procurando melhorar , sendo uma referência para todos os festivais de cinema do Brasil.
Confira abaixo a relação de filmes premiados da 39ª edição do Festival de Gramado:
Prêmio da Crítica :
Melhor Longa Nacional :"Riscado" Gustavo Pizzi
Melhor Longa Latino: "Jean Gentil" de Laura Guzman e Israel Cárdenas
Melhor Curta-metragem : "Céu, Inferno e Outras Partes" de Rodrigo John
Prêmios do Júri Oficial
Longa-metragem Nacional
Melhor Filme em Longa-metragem Brasileiro: Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat.
Melhor Montagem: Leonardo Sette, por As Hiper Mulheres.
Melhor Fotografia: Roberto Henkin, por O Carteiro.
Melhor Roteiro: Gustavo Pizzi e Karine Teles, por Riscado.
Melhor Atriz: Karine Teles por Riscado.
Melhor Ator: Caio Blat, por Uma Longa Viagem.
Melhor Diretor: Gustavo Pizzi, por Riscado.
Especial do Júri: As Hiper Mulheres, de Leonardo Sette, Carlos Fausto e Takumã Kuikuro.
Longa-metragem Estrangeiro
Melhor Fotografia: Serguei Saldivar Tanaka, por La Lección de Pintura.
Melhor Roteiro: Sebastián Hiriart, por A Tiro de Piedra.
Melhor Atriz: Margarida Rosa de Francisco, por García.
Melhor Ator: Gabino Rodríguez, por A Tiro de Piedra.
Melhor Diretor: Gustavo Taretto, por Medianeiras, e Sebastián Hiriart, por A Tiro de Piedra.
Especial do Júri: Las Malas Intenciones, de Rosario Garcia-Montero.
Melhor Filme Longa-metragem Estrangeiro: Medianeiras, de Gustavo Taretto.
Curta 35mm e Digital
Melhor Filme: Carreto, de Claudio Marques e Marilia Hughes e Haruo Ohara, de Rodrigo Grota.
Melhor Montagem: Mair Tavares e Tina Saphira, por Um Outro Ensaio.
Melhor Fotografia: Jacques Dequeker, por Polaroid Circus.
Melhor Roteiro: Rodrigo John, por Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo.
Melhor Atriz: Dira Paes em Ribeirinhos do Asfalto.
Melhor Ator: José Wilker em A Melhor Idade.
Especial do Júri: Rivelino, de Marcos Fábio Katudjian.
Melhor Diretor: Natara Ney por Um Outro Ensaio.
Melhor Filme Curta-metragem: Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John.
Marco Antonio Moreira - Direto do Festival de Gramado/RS
A cerimônia de entrega dos prêmios foi tranqüila, bem organizada e bastante prestigiada. Tive oportunidade de ver vários atores e diretores circulando no cinema, dando um certo glamour para um festival que já é tradição no cinema nacional e que tem sua importância e história que devem ser prestigiadas. Para o ano que vem, espera-se uma festa especial já que o festival completa 40 anos de existência.
Como participei do júri da crítica do festival que premiou “Riscado”(melhor filme nacional), “Jean Gentil”(melhor filme latino) e “Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo"(melhor curta-metragem), foi muito interessante conhecer o processo todo do festival, da seleção à escolha final dos filmes premiados. Como crítico e cinemaníaco, estar em Gramado foi muito bom. Vi muitos filmes em longa e curta-metragens, participei de oficinas e debates promovidos pela crítica local e principalmente, interagi com outros críticos e profissionais da área de cinema, percebendo claramente o esforço de todos em fazer o melhor pela sétima arte. Espero que ano que vem o Festival de Gramado continue com o seu sucesso, sempre procurando melhorar , sendo uma referência para todos os festivais de cinema do Brasil.
Confira abaixo a relação de filmes premiados da 39ª edição do Festival de Gramado:
Prêmio da Crítica :
Melhor Longa Nacional :"Riscado" Gustavo Pizzi
Melhor Longa Latino: "Jean Gentil" de Laura Guzman e Israel Cárdenas
Melhor Curta-metragem : "Céu, Inferno e Outras Partes" de Rodrigo John
Prêmios do Júri Oficial
Longa-metragem Nacional
Melhor Filme em Longa-metragem Brasileiro: Uma Longa Viagem, de Lúcia Murat.
Melhor Montagem: Leonardo Sette, por As Hiper Mulheres.
Melhor Fotografia: Roberto Henkin, por O Carteiro.
Melhor Roteiro: Gustavo Pizzi e Karine Teles, por Riscado.
Melhor Atriz: Karine Teles por Riscado.
Melhor Ator: Caio Blat, por Uma Longa Viagem.
Melhor Diretor: Gustavo Pizzi, por Riscado.
Especial do Júri: As Hiper Mulheres, de Leonardo Sette, Carlos Fausto e Takumã Kuikuro.
Longa-metragem Estrangeiro
Melhor Fotografia: Serguei Saldivar Tanaka, por La Lección de Pintura.
Melhor Roteiro: Sebastián Hiriart, por A Tiro de Piedra.
Melhor Atriz: Margarida Rosa de Francisco, por García.
Melhor Ator: Gabino Rodríguez, por A Tiro de Piedra.
Melhor Diretor: Gustavo Taretto, por Medianeiras, e Sebastián Hiriart, por A Tiro de Piedra.
Especial do Júri: Las Malas Intenciones, de Rosario Garcia-Montero.
Melhor Filme Longa-metragem Estrangeiro: Medianeiras, de Gustavo Taretto.
Curta 35mm e Digital
Melhor Filme: Carreto, de Claudio Marques e Marilia Hughes e Haruo Ohara, de Rodrigo Grota.
Melhor Montagem: Mair Tavares e Tina Saphira, por Um Outro Ensaio.
Melhor Fotografia: Jacques Dequeker, por Polaroid Circus.
Melhor Roteiro: Rodrigo John, por Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo.
Melhor Atriz: Dira Paes em Ribeirinhos do Asfalto.
Melhor Ator: José Wilker em A Melhor Idade.
Especial do Júri: Rivelino, de Marcos Fábio Katudjian.
Melhor Diretor: Natara Ney por Um Outro Ensaio.
Melhor Filme Curta-metragem: Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John.
Marco Antonio Moreira - Direto do Festival de Gramado/RS
sábado, 13 de agosto de 2011
FESTIVAL DE GRAMADO - 09
Na sua reta final, o Festival de Gramado exibiu nesta sexta-feira, dia 12, somente um filme dentro da mostra competitiva relacionada ao longa-metragem estrangeiro. O filme exibido foi “Jean Gentil”(foto) de Laura A. Guzmán e Israel Cárdenas, filme da República Dominicana. O filme mostra a história de um contator desempregado que busca emprego mais nenhuma chance aparece. Sem dinheiro, ele acaba sendo despejado do apartamento e é obrigado a trabalhar numa obra, como operário. Aos poucos, ele percebe que não tem como se adaptar neste trabalho e junto com sua enorme timidez e dificuldade de lidar com as pessoas (inclusive mulheres), ele vai se afastando do que chamamos de mundo civilizado. Ele tenta se adaptar numa comunidade ensinando um idioma mais sua dificuldade de lidar com as coisas e pessoas só aumenta, ao ponto dele querer se isolar cada vez mais. E esse processo do personagem é narrado de uma forma inteligente, com longas sequências, longos silêncios, com o diretor explorando bem cada passo do personagem em direção ao isolamento. Num determinado momento do filme, o personagem Jean Gentil, pede sua morte à Deus. Num momento de desespero, ele diz que está vivo mais não está vivendo. Em outro momento, este desespero do personagem é mostrado em imagens, belas e tristes imagens que reforçam a sua solidão e angústia. O final do filme tem vários significados, e contém uma poesia e melancolia muito fortes. Não há como ver esse filme e ficar indiferente. Sem dúvida, um dos melhores exibidos aqui no Festival de Gramado. Espero que o filme seja exibido no Brasil, o mais rápido possível.
Veja a programação do último dia do festival :
21h - Solenidade de Premiação
Entrega dos Kikitos
Na mostra panorâmica, antes da exibição de “Jean Gentil”, pude ver “O Mar da Mário” de Reginaldo Gontijo e Fernando Suffiati, documentário com raras entrevistas do diretor Mário Peixoto, realizador de “Limite”, clássico do cinema brasileiro considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes de todos os tempos. Excelente trabalho realizado no final dos anos 80 e somente agora lançado. Neste sábado serão entregues os “Kikitos de Ouro” com os prêmios do Júri Oficial, Júri da Crítica e Júri Popular. Espero que os premiados aqui no festival ganhem destaque na mídia e que todos possam chegar ao circuito comercial e alternativo em breve.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Gramado/RS
Veja a programação do último dia do festival :
21h - Solenidade de Premiação
Entrega dos Kikitos
Na mostra panorâmica, antes da exibição de “Jean Gentil”, pude ver “O Mar da Mário” de Reginaldo Gontijo e Fernando Suffiati, documentário com raras entrevistas do diretor Mário Peixoto, realizador de “Limite”, clássico do cinema brasileiro considerado por muitos críticos como um dos melhores filmes de todos os tempos. Excelente trabalho realizado no final dos anos 80 e somente agora lançado. Neste sábado serão entregues os “Kikitos de Ouro” com os prêmios do Júri Oficial, Júri da Crítica e Júri Popular. Espero que os premiados aqui no festival ganhem destaque na mídia e que todos possam chegar ao circuito comercial e alternativo em breve.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Gramado/RS
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
FESTIVAL DE GRAMADO - 08
Já estamos na reta final doa 39º edição do Festival de Gramado. Ontem, quinta-feira, dia 11, foram exibidos na mostra competitiva de curtas-metragens, os filmes “Julie, Agosto e Setembro”, “Ribeirinhos do Asfalto”, “O Cão” e “Rivelino”. Todos bons curtas que de alguma forma tocaram o público. “Julie, Agosto e Setembro” é um filme feito ao estilo europeu., com uma linguagem que lembra os filmes de Truffaut, mostrando uma personagem em busca do amor e de sua identidade. “Ribeirinhos do Asfalto” é o novo trabalho de Jorane Castro, que aqui, representou bem o cinema paraense com uma história muito comum da nossa região mais que ao mesmo tempo é universal: uma família que mora na ilha de Combú, vem normalmente à Belém para vender coisas da ilha e a mãe decide (contrariando o pai) deixar a filha para morar com a prima, numa tentativa de dar um futuro melhor para ela. Bem produzido, com ótima atuações de Dira Paes e Adriano Barroso, o filme impressionou o público. Jorane mostra Belém de forma diferenciada, real, como selva de pedra em contrapartida com a ilha onde os personagens moravam. O final aberto/enigmático dos personagens, incomodou alguns críticos mais vejo que a opção da diretora foi acertada e significativa, dentro do mundo complexo que cerca os personagens. Afinal, o filme agradou o público. “O Cão” é um bom retrato sobre a indiferença, a banalidade das relações, a incomunicabilidade do ser humano através de uma história bem simples : um cão fica latindo e incomodando todos de um bairro e sem que ninguém queira saber o porquê, acaba sendo morto. O final surpreende e provoca discussões. Bom filme que merece ser visto. “Rivellino” tem uma boa idéia baseada levemente no filme “Cabo do Mêdo” : um ex-presidiário sai da cadeia e vai procurar o promotor que o prendeu. Numa viagem de ônibus, ele encontra o promotor, ameaça de morte, fala de seu ressentimento mais de repente, o jogador Rivellino entra no ônibus e tudo muda. Os inimigos viram amigos. Ambos são corintianos, admiram o jogador, tem memórias dele e o que poderia ser tornar um crime, acaba virando um momento de encontro e admiração ao jogador. Mas o filme é mal construído, com atuações muito fracas e com uma conclusão muito simplista, quase que constrangedora. Vale pela presença do jogador, mas fica claro que nesse filmes, assim como em outros do festival, a questão da construção e desenvolvimento dos roteiros é um fator limitante. Boas idéias surgem mais o desenvolvimento destas idéias, cinematograficamente falando, acaba sendo inferior. Essa é uma questão que deve ser discutida e melhorada pelo cinema brasileiro nos próximos anos.
Na mostra competitiva de longa-metragem, a noite começou com o filme “Garcia” (foto) de José Luís Rugeles, uma co-produção Colômbia/Brasil com atores colombianos e brasileiros numa história emotiva de Garcia, um homem simples que quer comprar uma nova casa para sua mulher para iniciar uma nova vida. Mas sua esposa quer mais e Garcia é um homem metódico, simples, pouco ambicioso, que não agrada a sua mulher que busca um outro relacionamento. No meio disso tudo, o filme ganha um tom policialesco e cômico que às vezes causa um estranhamento no espectador. Mesmo assim, o filme constrói ótimos personagens e belas cenas. Garcia é um personagem quase Chapliniano, simples e ingênuo, mas que no final aprende a se reconstruir depois de viver traições e desenganos. “Garcia” é um bom filme que espero seja lançado no Brasil em breve.
A última exibição da noite foi de “O Carteiro”, filme de Reginaldo Farias que não dirige um filme há 27 anos. Farias tem um histórico respeitável no cinema brasileiro. Gosto muito de “Barra Pesada”(1977) e neste novo trabalho ele quis colocar elementos da comédia italiana procurando fazer um filme leve, simples e que tocasse o espectador. O filme mostra a história de um carteiro de uma cidade do interior que fica sabendo de tudo que acontece na cidade ao abrir as cartas antes de entregá-las. Do bem, ele faz isso para ajudar. Mas quando chega uma jovem na cidade, ele se apaixona e a sua brincadeira vai ficando mais séria na medida que ele sabe que a jovem tem um namorado que sempre lhe escreve cartas. O problema, é que depois de um certo tempo de filme, o tom de comédia leve e quase romântica cai em situações sem criatividade e repetitivas, aparecendo personagens sem muita contribuição à história e em determinados momentos, o tom cômico fica quase ridículo (como o personagem do delegado). O resultado final é aquém do que a história poderia render. Farias é um nome importante no cinema brasileiro e é claro que mesmo que seu novo filme como diretor (depois de 27 anos) não seja o esperado, é importante que ele retorne na função de diretor para poder contribuir com este novo momento do cinema brasileiro.
Veja a programação do festival de hoje :
MOSTRA PANORAMICA
17h – O mar de Mário, de Reginaldo Gontijo e Fernando Suffiati 73' Livre
MOSTRA COMPETITIVA
19h – Jean Gentil, de Laura A. Guzmán e Israel Cárdenas – 84' – 14 anos
21h - Filme de ENCERRAMENTO SUDOESTE, de Eduardo Nunes – 128' – 14 anos
Amanhã, é o dia da entrega dos prêmios do Júri da Crítica e do Júri Oficial, numa cerimônia aguardada com ansiedade pelos diretores e produtores que aqui estão. De qualquer forma, a 39º edição do Festival de Gramado já deixa a impressão de exemplo de organização e planejamento, com exibição de filmes, palestras e coletivas que enriquecem quem está aqui cobrindo o festival jornalisticamente ou mesmo apenas como cinemaníaco. Como um festival de tradição do cinema brasileiro, o festival de Gramado realmente merece toda a atenção e carinho de quem faz e gosta de cinema no Brasil.
Marco Antonio Moreira - diretor do Festival de Gramado/RS
Na mostra competitiva de longa-metragem, a noite começou com o filme “Garcia” (foto) de José Luís Rugeles, uma co-produção Colômbia/Brasil com atores colombianos e brasileiros numa história emotiva de Garcia, um homem simples que quer comprar uma nova casa para sua mulher para iniciar uma nova vida. Mas sua esposa quer mais e Garcia é um homem metódico, simples, pouco ambicioso, que não agrada a sua mulher que busca um outro relacionamento. No meio disso tudo, o filme ganha um tom policialesco e cômico que às vezes causa um estranhamento no espectador. Mesmo assim, o filme constrói ótimos personagens e belas cenas. Garcia é um personagem quase Chapliniano, simples e ingênuo, mas que no final aprende a se reconstruir depois de viver traições e desenganos. “Garcia” é um bom filme que espero seja lançado no Brasil em breve.
A última exibição da noite foi de “O Carteiro”, filme de Reginaldo Farias que não dirige um filme há 27 anos. Farias tem um histórico respeitável no cinema brasileiro. Gosto muito de “Barra Pesada”(1977) e neste novo trabalho ele quis colocar elementos da comédia italiana procurando fazer um filme leve, simples e que tocasse o espectador. O filme mostra a história de um carteiro de uma cidade do interior que fica sabendo de tudo que acontece na cidade ao abrir as cartas antes de entregá-las. Do bem, ele faz isso para ajudar. Mas quando chega uma jovem na cidade, ele se apaixona e a sua brincadeira vai ficando mais séria na medida que ele sabe que a jovem tem um namorado que sempre lhe escreve cartas. O problema, é que depois de um certo tempo de filme, o tom de comédia leve e quase romântica cai em situações sem criatividade e repetitivas, aparecendo personagens sem muita contribuição à história e em determinados momentos, o tom cômico fica quase ridículo (como o personagem do delegado). O resultado final é aquém do que a história poderia render. Farias é um nome importante no cinema brasileiro e é claro que mesmo que seu novo filme como diretor (depois de 27 anos) não seja o esperado, é importante que ele retorne na função de diretor para poder contribuir com este novo momento do cinema brasileiro.
Veja a programação do festival de hoje :
MOSTRA PANORAMICA
17h – O mar de Mário, de Reginaldo Gontijo e Fernando Suffiati 73' Livre
MOSTRA COMPETITIVA
19h – Jean Gentil, de Laura A. Guzmán e Israel Cárdenas – 84' – 14 anos
21h - Filme de ENCERRAMENTO SUDOESTE, de Eduardo Nunes – 128' – 14 anos
Amanhã, é o dia da entrega dos prêmios do Júri da Crítica e do Júri Oficial, numa cerimônia aguardada com ansiedade pelos diretores e produtores que aqui estão. De qualquer forma, a 39º edição do Festival de Gramado já deixa a impressão de exemplo de organização e planejamento, com exibição de filmes, palestras e coletivas que enriquecem quem está aqui cobrindo o festival jornalisticamente ou mesmo apenas como cinemaníaco. Como um festival de tradição do cinema brasileiro, o festival de Gramado realmente merece toda a atenção e carinho de quem faz e gosta de cinema no Brasil.
Marco Antonio Moreira - diretor do Festival de Gramado/RS
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
FESTIVAL DE GRAMADO - 07
O Festival de Gramado continuou nesta quarta-feira com bons filmes na mostra competitiva de curtas-metragens. Foram exibidos : “Um Outro Ensaio”, “Qual Queijo Você Quer?”, “Calma, Monga, Calma” e “A Musa da Minha Rua”. “Um Outro Ensaio” é um belo trabalho sobre o significado do amor através da história de um casal onde a mulher é cega com seu companheiro acompanhando a sua vida. “Qual Queijo Você quer?” fala sobre a solidão de um casal de idosos (o filme já tinha sido exibido em Paulínia com muito sucesso). “Calma, Monga, Calma” é uma brincadeira interessante mais um pouco exagerada sobre uma série de crimes que vem acontecido em Recife. Já “A Musa da Minha Rua” fala sobre a atriz Sandra Barsotti e também sobre a pornochanchada dos anos 70. Excluindo “Calma, Monga, Calma”, todos os curtas foram excelentes.
Na mostra competitiva de longa, o filme uruguaio “O Casamento” prometeu ser uma das surpresas da noite mas não cumpriu. O filme registra a vida de um transsexual que vive com um operário uruguaio. Seus momentos, seus hábitos, seus costumes, são registrados como um pequeno “big brother” mas sem muita inspiração ou cinematografia. Com pouco tempo de filme, perde-se o interesse na história. Mesmo assim, o filme tem belos momentos que poderiam ter sido mais bem desenvolvidos pelo diretor.
O filme brasileiro exibido na mostra competitiva foi o documentário “Olhe pra Mim de Novo” (foto) de Claúdia Priscila e Kiko Goifman. O filme é um “road movie” que procura mostrar a realidade das pessoas que de alguma forma são “excluídas” por preconceitos da sociedade a partir das história de uma mulher que vive sua sexualidade como um homem chamado Silvyo Lúccio. Mostrando a opinião deste personagem real, o filme acompanha este personagem em várias cidades, mostrando diversos casos de intolerância e preconceitos no interior do nordeste brasileiro. Mas o foco do filme é realmente Silvyo Lúccio, que conta vários momentos de sua vida, mostrando mágoas, dificuldades e os problemas de ser quem é. O filme é forte no tratamento do tema e apesar de perder um pouco do foco principal da metade do filme em diante, deve levantar polêmicas interessantes sobre o assunto, especialmente neste momento de intolerância e preconceito que estamos vivendo na sociedade moderna.
Veja a programação de hoje:
MOSTRA PANORAMICA
14h15min – Mundialito, Sebastiã N Bednarik 90' - Livre
MOSTRA COMPETITIVA
17h – Julie, agosto e setembro – CM – 8' – livre
Ribeirinhos do asfalto – CM – 25' - livre
O Cão – CM – 10' – 16 anos
Rivelino – CM -17' – 16 anos
19h –Garcia, de José Luis Rugeles – 90' – 12anos
20h45min – Premiação Mostra Gaúcha – Prêmio Assembléia Legislativa de Cinema
21h 15min O carteiro, de Reginaldo Farias – 98' – 12 anos
Na quarta-feira, o homenageado da noite foi o diretor Domingos de Oliveira que não pode estar presente mas enviou um vídeo muito bem humorado agradecendo a homenagem. Hoje, quinta-feira, será exibido “Riberiinhos do Asfalto” de Jorane Castro na mostra competitiva de curtas. Vamos acompanhar a reação da platéia e torcer pelo cinema paraense.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Gramado/RS
Na mostra competitiva de longa, o filme uruguaio “O Casamento” prometeu ser uma das surpresas da noite mas não cumpriu. O filme registra a vida de um transsexual que vive com um operário uruguaio. Seus momentos, seus hábitos, seus costumes, são registrados como um pequeno “big brother” mas sem muita inspiração ou cinematografia. Com pouco tempo de filme, perde-se o interesse na história. Mesmo assim, o filme tem belos momentos que poderiam ter sido mais bem desenvolvidos pelo diretor.
O filme brasileiro exibido na mostra competitiva foi o documentário “Olhe pra Mim de Novo” (foto) de Claúdia Priscila e Kiko Goifman. O filme é um “road movie” que procura mostrar a realidade das pessoas que de alguma forma são “excluídas” por preconceitos da sociedade a partir das história de uma mulher que vive sua sexualidade como um homem chamado Silvyo Lúccio. Mostrando a opinião deste personagem real, o filme acompanha este personagem em várias cidades, mostrando diversos casos de intolerância e preconceitos no interior do nordeste brasileiro. Mas o foco do filme é realmente Silvyo Lúccio, que conta vários momentos de sua vida, mostrando mágoas, dificuldades e os problemas de ser quem é. O filme é forte no tratamento do tema e apesar de perder um pouco do foco principal da metade do filme em diante, deve levantar polêmicas interessantes sobre o assunto, especialmente neste momento de intolerância e preconceito que estamos vivendo na sociedade moderna.
Veja a programação de hoje:
MOSTRA PANORAMICA
14h15min – Mundialito, Sebastiã N Bednarik 90' - Livre
MOSTRA COMPETITIVA
17h – Julie, agosto e setembro – CM – 8' – livre
Ribeirinhos do asfalto – CM – 25' - livre
O Cão – CM – 10' – 16 anos
Rivelino – CM -17' – 16 anos
19h –Garcia, de José Luis Rugeles – 90' – 12anos
20h45min – Premiação Mostra Gaúcha – Prêmio Assembléia Legislativa de Cinema
21h 15min O carteiro, de Reginaldo Farias – 98' – 12 anos
Na quarta-feira, o homenageado da noite foi o diretor Domingos de Oliveira que não pode estar presente mas enviou um vídeo muito bem humorado agradecendo a homenagem. Hoje, quinta-feira, será exibido “Riberiinhos do Asfalto” de Jorane Castro na mostra competitiva de curtas. Vamos acompanhar a reação da platéia e torcer pelo cinema paraense.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Gramado/RS
FESTIVAL DE GRAMADO - 06
No quinta dia de exibições no Festival de Gramado, dois filmes merecem destaque. Na mostra competitiva de curtas-metragens foram exibidos “Orquestra de Som Cego”, “Perfídia”, “Céu, Inferno e outras Partes do Corpo” e “A Mula Teimosa e o Controle Remoto”. Destes filmes, o melhor foi “A Mula Teimosa e o Controle Remoto”, uma história infantil, aparentemente simples mas que tem desdobramentos complexos na sua narrativa, podendo ser visto como uma fábula sobre o mundo infantil ou até mesmo uma metáfora sobre diferença de classes e por conseqüência, diferença de sonhos que crianças/adolescentes podem term. “Perfídia” foi o mais fraco curta da noite, numa colagem pouco inspirada de filmes de gênero que realmente sai do nada para lugar nenhum.
Na mostra competitiva de longas, “A Lição de Pintura” de Pablo Perelman impressionou. A história do filme se passa no Chile do início dos anos 80, com um claro teor político mais que tem como foco a história de uma criança no interior do país, filho de uma mãe solteira,que tem o talento para a pintura, desenvolvido por um veterano farmacêutico que é um pintor frustrado. A relação desta criança com o farmacêutico, a geração de conflitos de classe dentro do Chile dos anos 80, a relação dos habitantes do interior com os acontecimentos políticos do país, são abordados numa narrativa clássica, convencional mas sensível e direta que valoriza ao mesmo tempo o diálogo e belas imagens que tornam o filme simples de se encantar. Bons atores completam a excelência do filme. Durante a coletiva de imprensa, perguntei ao diretor do filme sobre as dificuldades de exibição do filme dentro da própria América Latina, especialmente o Brasil, e ele demonstrou uma grande preocupação com a falta de espaço nos cinemas a partir do próprio Chile. Pablo Perelman acredita que deva ser criado um circuito alternativo de exibição que envolva um determinado número de cinemas na América Latina para a exibição de filmes feitos nestes países. É uma boa idéia que merece ser discutida.
Após “A Lição de Pintura” foi exibido o filme nacional “As Hiper Mulheres”(foto) de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro. O filme tem como foco registrar a memória do canto indígena que é passado de geração para geração mas também coloca como destaque a questão do comportamento da mulher indígena, mostrando detalhes de sua formação pessoal e sexual. O filme é um documentário que muitas vezes se confunde com a questão ficcional, já que alguns diálogos foram ensaiados. Mas segundo os diretores, o que não é de verdade no final é verdadeiro, pois tudo foi criado junto com os índios. O filme é interessante do início ao fim e merece ser exibido para provocar discussões.
Veja a programação de hoje do festival :
MOSTRA COMPETITIVA
17h – Um outro ensaio – CM – 15' – 18 anos
Qual Queijo Voce Quer – CM – 12' - livre
Calma, Monga Calma – CM – 18' – 16 anos
A Musa Da Minha Rua – CM – 16' – 12 anos
19 h – El casamiento, de Aldo Garay – 72' – 16 anos
20h45min – Troféu Eduardo Abelin oferecido pela PETROBRAS para DOMINGOS OLIVEIRA
21h Olhe pra mim de novo, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman – 77' – 16 anos
Ontem, foi emocionante a homenagem feita a atriz Fernanda Montenegro com a entrega do troféu Oscarito. Fernanda agradeceu, falou sobre sua carreira no cinema, lamentou a morte do ator Ítalo Rossi e realmente ficou emocionada com o prêmio muito merecido. Fernanda foi aplaudida de pé pelo público presente. Hoje, a homenagem será para o diretor Domingos de Oliveira. E dessa forma, o Festival de Gramado de 2011 vai chegando na sua reta final com uma excelente organização e ótimos debates. A entrega dos prêmios será no sábado de noite.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Gramado/RS
Na mostra competitiva de longas, “A Lição de Pintura” de Pablo Perelman impressionou. A história do filme se passa no Chile do início dos anos 80, com um claro teor político mais que tem como foco a história de uma criança no interior do país, filho de uma mãe solteira,que tem o talento para a pintura, desenvolvido por um veterano farmacêutico que é um pintor frustrado. A relação desta criança com o farmacêutico, a geração de conflitos de classe dentro do Chile dos anos 80, a relação dos habitantes do interior com os acontecimentos políticos do país, são abordados numa narrativa clássica, convencional mas sensível e direta que valoriza ao mesmo tempo o diálogo e belas imagens que tornam o filme simples de se encantar. Bons atores completam a excelência do filme. Durante a coletiva de imprensa, perguntei ao diretor do filme sobre as dificuldades de exibição do filme dentro da própria América Latina, especialmente o Brasil, e ele demonstrou uma grande preocupação com a falta de espaço nos cinemas a partir do próprio Chile. Pablo Perelman acredita que deva ser criado um circuito alternativo de exibição que envolva um determinado número de cinemas na América Latina para a exibição de filmes feitos nestes países. É uma boa idéia que merece ser discutida.
Após “A Lição de Pintura” foi exibido o filme nacional “As Hiper Mulheres”(foto) de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro. O filme tem como foco registrar a memória do canto indígena que é passado de geração para geração mas também coloca como destaque a questão do comportamento da mulher indígena, mostrando detalhes de sua formação pessoal e sexual. O filme é um documentário que muitas vezes se confunde com a questão ficcional, já que alguns diálogos foram ensaiados. Mas segundo os diretores, o que não é de verdade no final é verdadeiro, pois tudo foi criado junto com os índios. O filme é interessante do início ao fim e merece ser exibido para provocar discussões.
Veja a programação de hoje do festival :
MOSTRA COMPETITIVA
17h – Um outro ensaio – CM – 15' – 18 anos
Qual Queijo Voce Quer – CM – 12' - livre
Calma, Monga Calma – CM – 18' – 16 anos
A Musa Da Minha Rua – CM – 16' – 12 anos
19 h – El casamiento, de Aldo Garay – 72' – 16 anos
20h45min – Troféu Eduardo Abelin oferecido pela PETROBRAS para DOMINGOS OLIVEIRA
21h Olhe pra mim de novo, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman – 77' – 16 anos
Ontem, foi emocionante a homenagem feita a atriz Fernanda Montenegro com a entrega do troféu Oscarito. Fernanda agradeceu, falou sobre sua carreira no cinema, lamentou a morte do ator Ítalo Rossi e realmente ficou emocionada com o prêmio muito merecido. Fernanda foi aplaudida de pé pelo público presente. Hoje, a homenagem será para o diretor Domingos de Oliveira. E dessa forma, o Festival de Gramado de 2011 vai chegando na sua reta final com uma excelente organização e ótimos debates. A entrega dos prêmios será no sábado de noite.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Gramado/RS
terça-feira, 9 de agosto de 2011
FESTIVAL DE GRAMADO - 05
No quarto dia de exibições de filmes no Festival de Gramado (dia 08), o destaque foi o primeiro dia da mostra competitiva de Curtas-metragens. Foram exibidos os curtas “Insustentável”, “Polaroid Circus”, “A Verdadeira História da Bailarina Vermelha” e “A Melhor Idade”. “Polaroid Circus” já tinha sido exibido no Festival de Paulínia. Infelizmente, nenhum dos curtas empolgou. Ao contrário, a impressão inicial foi a pior possível, com filmes fracos com idéias boas mas muito mal desenvolvidas. O único que acabou tendo algum destaque foi “A Melhor Idade” que mostra as grosserias e descontrole de um velho de idade que grita com tudo e com todos. O destaque ficou por alguns momentos inspirados do ator José Wilker. Mas infelizmente o filme não é criativo e Wilker acaba exagerando na atuação nos momentos finais.Espero curtas melhores hoje. Na Mostra Competitiva de longa-metragem, foram exibidos “Las Malas Intenciones”, produção peruana de Rosário Garcia Montero e “País do Desejo” (foto) de Paulo Caldas. “Las Malas Intenciones” procura mostrar a visão de mundo de uma garota que tem dificuldades em lidar com a sua realidade e que vê tudo piorar quando fica sabendo que terá um irmão. A relação mundo infantil x imaginação x realidade x surreal, é construída sem muita inspiração pela direção apesar de belos momentos que a personagem vive e constrói durante o filme. A questão é que depois de uma hora de filme, os clichês normalmente usados nos filmes infantis aparecem de forma avassaladora, comprometendo o filme. O final é belo, poético, tocante. Mas não é o suficiente para deixar uma impressão forte do filme. De qualquer forma, é válido termos a chance de vers um filme produzido no Peru. Espero que novas oportunidades de ver estas produções apareçam e que a cinematografia peruana cada vez mais se desenvolva.
“País dos Desejos” despertou grande expectativa. Paulo Caldas já realizou bons filmes como “Deserto Feliz” e pela primeira fez, realizou um drama que segundo o diretor, era algo diferente do que ele tinha feito até agora. O filme mostra a relação de uma pianista doente com um padre que coloca em dúvida os dogmas da igreja. Ambos personagens acabam se encontrando em momentos delicados de suas vidas emocionais, gerando uma mudança em seus comportamentos e decisões. Muito bem produzido, o filme peca por não desenvolver bem o tema, construindo uma narrativa melodramática quase que novelesca e deixando “furos” na história que comprometem o resultado final, a construção dos personagens e principalmente os questionamentos do filme sobre o amor, fé, dogmas e a busca da felicidade. Na coletiva de imprensa, Paulo Caldas declarou que neste trabalho queria fazer um drama, filme com tema universal que tocasse as pessoas. Acredito que mesmo com os problemas de roteiro do filme, “Pais dos Desejos” vai provocar esta discussão. Mas no final, fica um gosto de “quero mais” que o filme não nos oferece e que deve ter ficado apenas na cabeça do diretor.
Veja a programação de hoje:
MOSTRA PANORAMICA
14h15min – Mãe e Filha, de Petrus Carirry 80' -12 anos
MOSTRA COMPETITIVA
17h – Orquestra do Som Cego – CM - 13' – 12 anos
Perfídia – CM – 15' – 12 anos
Céu, Inferno e outras partes do corpo – CM – 8' - 10 anos
A mula teimosa e o controle remoto- CM – 15' - livre
19h - La lección de pintura, de Pablo Perelman – 85' - 14 anos
20h45min - Troféu Oscarito
21h - As hiper mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro – 80' - livre
Hoje, o grande destaque do Festival de Gramado será a homenagem à atriz Fernanda Montenegro. É claro que é uma homenagem merecida. Fernanda é a maior atriz brasileira e seu talento merece ser reconhecido sempre. Lembro de sua atuação fantástica em vários filmes como “Tudo Bem” de Arnaldo Jabor e “A Casa de Areia” e acredito que ela ainda pode/deve fazer mais filmes e levar seu talento para enriquecer o cinema nacional. A atriz estará presente aqui em Gramado e certamente será ovacionada em Palácio dos Festivais na cerimônia que começará às 21 h.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Cinema de Gramado/RS
“País dos Desejos” despertou grande expectativa. Paulo Caldas já realizou bons filmes como “Deserto Feliz” e pela primeira fez, realizou um drama que segundo o diretor, era algo diferente do que ele tinha feito até agora. O filme mostra a relação de uma pianista doente com um padre que coloca em dúvida os dogmas da igreja. Ambos personagens acabam se encontrando em momentos delicados de suas vidas emocionais, gerando uma mudança em seus comportamentos e decisões. Muito bem produzido, o filme peca por não desenvolver bem o tema, construindo uma narrativa melodramática quase que novelesca e deixando “furos” na história que comprometem o resultado final, a construção dos personagens e principalmente os questionamentos do filme sobre o amor, fé, dogmas e a busca da felicidade. Na coletiva de imprensa, Paulo Caldas declarou que neste trabalho queria fazer um drama, filme com tema universal que tocasse as pessoas. Acredito que mesmo com os problemas de roteiro do filme, “Pais dos Desejos” vai provocar esta discussão. Mas no final, fica um gosto de “quero mais” que o filme não nos oferece e que deve ter ficado apenas na cabeça do diretor.
Veja a programação de hoje:
MOSTRA PANORAMICA
14h15min – Mãe e Filha, de Petrus Carirry 80' -12 anos
MOSTRA COMPETITIVA
17h – Orquestra do Som Cego – CM - 13' – 12 anos
Perfídia – CM – 15' – 12 anos
Céu, Inferno e outras partes do corpo – CM – 8' - 10 anos
A mula teimosa e o controle remoto- CM – 15' - livre
19h - La lección de pintura, de Pablo Perelman – 85' - 14 anos
20h45min - Troféu Oscarito
21h - As hiper mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro – 80' - livre
Hoje, o grande destaque do Festival de Gramado será a homenagem à atriz Fernanda Montenegro. É claro que é uma homenagem merecida. Fernanda é a maior atriz brasileira e seu talento merece ser reconhecido sempre. Lembro de sua atuação fantástica em vários filmes como “Tudo Bem” de Arnaldo Jabor e “A Casa de Areia” e acredito que ela ainda pode/deve fazer mais filmes e levar seu talento para enriquecer o cinema nacional. A atriz estará presente aqui em Gramado e certamente será ovacionada em Palácio dos Festivais na cerimônia que começará às 21 h.
Marco Antonio Moreira – direto do Festival de Cinema de Gramado/RS
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