CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alteração de última hora, as estréias da semana são “Homens
de Preto 3” e “A Missão do Gerente de Recursos Humanos”
Em “Homens de Preto 3”, os agentes J (Will Smith) e K (Tommy Lee
Jones) estão de volta no tempo. J já viu algumas coisas inexplicáveis nos seus
15 anos com um dos Homens de Preto, mas nada, nem mesmo aliens, o deixa tão
perplexo quanto o seu parceiro reticente, K. Mas quando a vida de K e o destino
do planeta são colocados em jogo, o Agente J vai viajar no tempo para colocar
as coisas no lugar. J descobre que há segredos no universo que J nunca contou –
segredos que vão ser revelados quando ele se une ao jovem Agente K (Josh
Brolin) para salvar seu parceiro, a agência e o futuro da humanidade.No elenco,
Tommy Lee Jones, Will Smith, Josh Brolin
e Emma Thompson. Curiosidades :As filmagens foram adiadas várias vezes e
roteiro está sendo reformulado por David
Koepp ('Homem-Aranha'),
chamado na última hora do início das filmagens, 'Homens de Preto' arrecadou em
1997 mais de US$ 250 milhões no mercado americano e mais de US$ 587 milhões
mundialmente. 'Homens de Preto 2 '
faturou US$ 190 milhões nos EUA e US$ 440 milhões ao redor do mundo.
”A Missão do Gerente de Recursos Humanos”
conta a história do Gerente de RH da maior empresa panificadora de
Jerusalém, que está enfrentando problemas. Ele se separou da mulher, quase não
vê a filha e está preso em um trabalho que odeia. Mas tudo piora quando uma de
suas funcionárias morre em um atentado terrorista, assim ele é chamado de
insensível e desumano.Ele então embarca em uma missão, começando pelas místicas
ruas de Jerusalém até as terras geladas da Romênia. O Gerente acaba guiando um
estranho comboio até o vilarejo da mulher morta, onde encontra seu filho
rebelde, um jornalista determinado a arruiná-lo, um motorista já veterano e um
caixão. O filme está em exibição no Cine Líbero Luxardo desde quarta-feira.
“RAUL
: O INÍCIO, O FIM E O MEIO”
ENTREVISTA
COM O DIRETOR WALTER CARVALHO
A importância do
Maluco Beleza para o diretor
Raul representa um artista da minha geração. Eu nunca fui um fã ardoroso, apenas gostava muito de vê-lo. Eu era fã de Chico e Caetano. A minha geração viu os festivais de 1966, 67, 68... O Raul era aquele artista que não se caracterizava por sua posição naquele momento da música brasileira, e sim por sua irreverência. E eu também adorava essa “sacação” extraordinária de misturar Elvis Presley com Luis Gonzaga, Little Richard com Jackson do Pandeiro...
Raul representa um artista da minha geração. Eu nunca fui um fã ardoroso, apenas gostava muito de vê-lo. Eu era fã de Chico e Caetano. A minha geração viu os festivais de 1966, 67, 68... O Raul era aquele artista que não se caracterizava por sua posição naquele momento da música brasileira, e sim por sua irreverência. E eu também adorava essa “sacação” extraordinária de misturar Elvis Presley com Luis Gonzaga, Little Richard com Jackson do Pandeiro...
Por que documentar
Raul Seixas
Foi um convite. Eu não escolhi Raul, Raul me escolheu. O que me motivou foi a identificação com esse lado colonizado de gostar de Elvis Presley e imitá-lo. Isso me motivou. E foi nesse viés que eu fui descobrindo o valor, a importância e o legado de Raul Seixas.
Foi um convite. Eu não escolhi Raul, Raul me escolheu. O que me motivou foi a identificação com esse lado colonizado de gostar de Elvis Presley e imitá-lo. Isso me motivou. E foi nesse viés que eu fui descobrindo o valor, a importância e o legado de Raul Seixas.
Criando um “novo”
Raul
Esse Raul que está no documentário é o Raul que eu encontrei. É o Raul que eu inventei a partir da memória das pessoas: Olival (amigo de infância), o irmão, as mulheres, as filhas, os amigos, os produtores, os parceiros. A partir dessa memória eu inventei o Raul.
Esse Raul que está no documentário é o Raul que eu encontrei. É o Raul que eu inventei a partir da memória das pessoas: Olival (amigo de infância), o irmão, as mulheres, as filhas, os amigos, os produtores, os parceiros. A partir dessa memória eu inventei o Raul.
MPB x Jovem Guarda
x Raul Seixas
Havia uma divisão naquela época: os caras da MPB e os caras da Jovem Guarda. Só que o diferencial do Raul é que ele não ficou na coisa da Jovem Guarda, apesar de ter feito versões de músicas americanas e de ter tocado com eles. Ele não ficou só nisso, como ficaram todos os outros: Jerry Adriani, Wanderlei Cardoso, Tony Campello, Celly Campello, Sergio Murilo...
Havia uma divisão naquela época: os caras da MPB e os caras da Jovem Guarda. Só que o diferencial do Raul é que ele não ficou na coisa da Jovem Guarda, apesar de ter feito versões de músicas americanas e de ter tocado com eles. Ele não ficou só nisso, como ficaram todos os outros: Jerry Adriani, Wanderlei Cardoso, Tony Campello, Celly Campello, Sergio Murilo...
O sucesso
astronômico
Raul é meteórico. Se fizermos as contas, de 1972 a 1989 (seu primeiro disco, Krig-ha, Bandolo!, é de 1793; e seu último, A Panela do Diabo, gravado com Marcelo Nova, saiu em 1989) são 17 anos. Que artista vendeu os discos que Raul vendeu e faz o sucesso que ele faz até hoje com apenas 17 anos de carreira? Roberto Carlos está há 50 anos na parada. Todos os grandes estão na casa dos 70 anos, estão ficando senhores. Raul morreu velho fisicamente, mas tinha 44 anos em 1989.
Raul é meteórico. Se fizermos as contas, de 1972 a 1989 (seu primeiro disco, Krig-ha, Bandolo!, é de 1793; e seu último, A Panela do Diabo, gravado com Marcelo Nova, saiu em 1989) são 17 anos. Que artista vendeu os discos que Raul vendeu e faz o sucesso que ele faz até hoje com apenas 17 anos de carreira? Roberto Carlos está há 50 anos na parada. Todos os grandes estão na casa dos 70 anos, estão ficando senhores. Raul morreu velho fisicamente, mas tinha 44 anos em 1989.
Processo de
produção de Raul: O início, o fim e o meio
Eu recebi o convite para dirigir o documentário em 2008. Começamos a filmar em abril de 2009. Foram várias etapas. Filmamos primeiro em Salvador, depois São Paulo, Rio de Janeiro, fomos para a Suíça entrevistar o Paulo Coelho e depois para os EUA falar com as ex-esposas, as filhas do Raul e o Jay Vaquer (guitarrista do cantor na década de 1970). Foram 94 entrevistas. Acho que ninguém no cinema brasileiro entrevistou esse número de pessoas. Durante um pedaço de 2009 e todo o ano de 2010 montei o filme.
Eu recebi o convite para dirigir o documentário em 2008. Começamos a filmar em abril de 2009. Foram várias etapas. Filmamos primeiro em Salvador, depois São Paulo, Rio de Janeiro, fomos para a Suíça entrevistar o Paulo Coelho e depois para os EUA falar com as ex-esposas, as filhas do Raul e o Jay Vaquer (guitarrista do cantor na década de 1970). Foram 94 entrevistas. Acho que ninguém no cinema brasileiro entrevistou esse número de pessoas. Durante um pedaço de 2009 e todo o ano de 2010 montei o filme.
Relação entre Raul
Seixas e a contracultura (Walter usa uma cena de Easy Rider, de
1969, dirigido e estrelado por Dennis Hopper, para ilustrar o documentário e
explica o por quê)
Raul desperta para a música nos anos 1960. Na mesma época, os beatniks e a leitura de “O Uivo”, do Allen Ginsberg, em São Francisco, fazem surgir a contracultura nos EUA, que também se espalha pela Europa e pelo resto do mundo. O resultado disso está impregnado de muitas formas, com Bob Dylan, Beatles, Rolling Stones... Tudo isso é fruto da contracultura. No cinema, o expoente da contracultura é Easy Rider. Essa postura da contracultura se alastrou e foi parar no Nordeste. A contracultura chegou para Raul com mais rapidez e eficiência porque ele era amigo dos funcionários da embaixada americana. Os pais traziam os discos e eles ouviam direto.
Raul Seixas, o conquistador
Todas as suas ex-mulheres ainda são muito apaixonadas por ele. Isso está impresso no filme. E cada uma diz que era a mulher de verdade do Raul. É curioso isso. Eu queria ter esse charme.
Raul desperta para a música nos anos 1960. Na mesma época, os beatniks e a leitura de “O Uivo”, do Allen Ginsberg, em São Francisco, fazem surgir a contracultura nos EUA, que também se espalha pela Europa e pelo resto do mundo. O resultado disso está impregnado de muitas formas, com Bob Dylan, Beatles, Rolling Stones... Tudo isso é fruto da contracultura. No cinema, o expoente da contracultura é Easy Rider. Essa postura da contracultura se alastrou e foi parar no Nordeste. A contracultura chegou para Raul com mais rapidez e eficiência porque ele era amigo dos funcionários da embaixada americana. Os pais traziam os discos e eles ouviam direto.
Raul Seixas, o conquistador
Todas as suas ex-mulheres ainda são muito apaixonadas por ele. Isso está impresso no filme. E cada uma diz que era a mulher de verdade do Raul. É curioso isso. Eu queria ter esse charme.
O verdadeiro amor
do Maluco Beleza
Raul morreu por amor. Quando ele resolve deixar Edith (sua primeira esposa e única que se recusou a falar com Walter Carvalho) e casa com outra mulher, acha que vai ficar tudo certo. Aí ela se manda e diz “tô fora”. E ele passa a vida inteira tentando reatar com essa mulher, ver a filha (Simone, que hoje vive nos EUA). Ele nunca mais a viu. Acho que isso ajudou no processo de boêmia, de autodestruição dele. Em um depoimento da mãe do Raul ela diz: “Toda vez que eu falo com Raul sobre Edith ele chora”. O Silvio Passos, presidente do fã clube oficial do Raul, me disse que o músico chorava copiosamente todas as vezes que falava de Edith.
Raul morreu por amor. Quando ele resolve deixar Edith (sua primeira esposa e única que se recusou a falar com Walter Carvalho) e casa com outra mulher, acha que vai ficar tudo certo. Aí ela se manda e diz “tô fora”. E ele passa a vida inteira tentando reatar com essa mulher, ver a filha (Simone, que hoje vive nos EUA). Ele nunca mais a viu. Acho que isso ajudou no processo de boêmia, de autodestruição dele. Em um depoimento da mãe do Raul ela diz: “Toda vez que eu falo com Raul sobre Edith ele chora”. O Silvio Passos, presidente do fã clube oficial do Raul, me disse que o músico chorava copiosamente todas as vezes que falava de Edith.
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: Segunda, dia 28/05
será exibido “A Aventura” e Michelangelo Antonioni com Monica Vitti no elenco.A
exibição do filme é uma homenagem ao roteirista Tonino Guerra falecido
recentemente.A exibição acontecerá às 19h
com entrada franca e debate após a exibição com críticos da ACCPA.
*Cine
Olympia: Dentro da
mostra Cultura, hoje em último dia, será exibido o documentário “Maria da Dores
de Lúcia Leão que mostra depoimentos sobre a violência contra a mulher em nosso
estado. A partir de terça-feira, começa a MOSTRA DO CINEMA MUDO com clássicos
que foram exibidos no Olympia no período anterior ao cinema falado em 1929. A
MOSTRA acontecerá de terça à domingo às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero
Luxardo: "A Missão do Gernete de Recursos
Humanos” está em exibição e merece ser visto. O filme ficará em exibição até
dia 03/06 , de quarta à domingo com sessão às 19h.
.*Cine Estação: A partir de junho,
o Cine Estação exibirá um dos grandes filmeS do diretor italiano Luchino
Visconti, “Violência e Paixão”. Realizado em 1973, o filme tem no elenco Burt
Lancaster (em grande atuação) e Silvana Mangano. O filme “Um Método Perigodo”
que estava programado para este mês deverá ser
exibido em julho..
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