CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, a estréia da semana é “Assalto ao Banco Central”.
“Assalto ao Banco Central” é dirigido por Marcos Paulo, ator e diretor de sucesso da TV, que aqui realiza um filme inspirado em fatos reais. Em Agosto de 2005, R$164.7 milhões de reais foram roubados do Banco Central em Fortaleza, Ceará. Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando 3 toneladas de dinheiro. Foram mais de três meses de operação. Milhares de reais foram gastos no planejamento. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. E até hoje este roubo não foi esclarecido. O roteiro do filme procura as bases reais da história mais inevitavelmente toma liberdades ficcionais criando novos personagens como os policiais interpretados por Lima Duarte e Giulia Gam, além de criar novas situações que procuram criar empatia com o público e aumentar o imaginário coletivo que a história do roubo pode gerar. O filme é uma co-produção com a Fox Filmes do Brasil e procura, indiretamente, criar novo interesse na história, inclusive procurando colaborar com a polícia caso alguma informação sobre o crime apareça após a exibição do filme em circuito nacional. No grande elenco do filme, Milhem Cortaz (Tropa de Elite), Hermila Guedes (O Céu de Suely), Lima Duarte (Sargento Getúlio), Giulia Gam (O Mandarim), Eriberto Leão, Gero Camilo, Cássio Gabus Mendes, Milton Gonçalves, Tonico Pereira, Vinícius de Oliveira e Antônio Abujamra.
“Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” continua em exibição, quebrando recordes de bilheteria e emocionando os fãs dos personagens. O filme está sendo exibido em cópias 2D e 3D e deve ficar em exibição no circuito comercial até agosto.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
MARCO MOREIRA/PEDRO VERIANO/LUZIA ÁLVARES
“Meia-Noite
em Paris” Excelente/Muito Bom/Muito Bom
------------------------------------------------------------
“Estamos
Juntos” Bom/-/-
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“Reencontrando
a
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, a estréia da semana é “Assalto ao Banco Central”.
“Assalto ao Banco Central” é dirigido por Marcos Paulo, ator e diretor de sucesso da TV, que aqui realiza um filme inspirado em fatos reais. Em Agosto de 2005, R$164.7 milhões de reais foram roubados do Banco Central em Fortaleza, Ceará. Sem dar um único tiro, sem disparar um alarme, os bandidos entraram e saíram por um túnel de 84 metros cavado sob o cofre, carregando 3 toneladas de dinheiro. Foram mais de três meses de operação. Milhares de reais foram gastos no planejamento. Foi o segundo maior assalto a banco do mundo. Um dos crimes mais sofisticados e bem planejados de que já se teve notícia no Brasil. E até hoje este roubo não foi esclarecido. O roteiro do filme procura as bases reais da história mais inevitavelmente toma liberdades ficcionais criando novos personagens como os policiais interpretados por Lima Duarte e Giulia Gam, além de criar novas situações que procuram criar empatia com o público e aumentar o imaginário coletivo que a história do roubo pode gerar. O filme é uma co-produção com a Fox Filmes do Brasil e procura, indiretamente, criar novo interesse na história, inclusive procurando colaborar com a polícia caso alguma informação sobre o crime apareça após a exibição do filme em circuito nacional. No grande elenco do filme, Milhem Cortaz (Tropa de Elite), Hermila Guedes (O Céu de Suely), Lima Duarte (Sargento Getúlio), Giulia Gam (O Mandarim), Eriberto Leão, Gero Camilo, Cássio Gabus Mendes, Milton Gonçalves, Tonico Pereira, Vinícius de Oliveira e Antônio Abujamra.
“Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” continua em exibição, quebrando recordes de bilheteria e emocionando os fãs dos personagens. O filme está sendo exibido em cópias 2D e 3D e deve ficar em exibição no circuito comercial até agosto.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
MARCO MOREIRA/PEDRO VERIANO/LUZIA ÁLVARES
“Meia-Noite
em Paris” Excelente/Muito Bom/Muito Bom
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“Estamos
Juntos” Bom/-/-
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“Reencontrando
a
Felicidade” Excelente/Muito Bom/Muito Bom
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“O Espírito
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“O Espírito
da
Colméia” Excelente/Excelente/Excelente
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“Whity”
Colméia” Excelente/Excelente/Excelente
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“Whity”
(DVD) Muito Bom/Fraco/ -
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“O Assassino
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“O Assassino
em
Mim”
Mim”
(DVD) Muito Bom/Bom/Muito Bom
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SUPERNOVAS
*O próximo filme de Arnold Schwarzenegger (O Exterminador do Futuro) ganhou data de estreia.'The Last Stand', cujas filmagens começam ainda em 2011, será lançado em 18 de janeiro de 2013. O diretor sul-coreano Kim Ji-Woon (Os Invencíveis) dirige, em seu primeiro trabalho hollywoodiano.A história acompanha um xerife (Schwarzenegger) solitário, que tem a missão de impedir um traficante de drogas de escapar dos EUA pela fronteira do México.Schwarzenegger foi governador da Califórnia por dois mandatos consecutivos, que terminaram em janeiro.O último filme do ator foi 'Volta ao Mundo em 80 Dias', em 2004. Recentemente, fez uma pequena participação em 'Os Mercenários', 2010.
*O diretor Christopher Nolan e o astro Christian Bale já confirmaram que 'The Dark Knight Rises' será o último Batman em suas carreiras, mas o ator Michael Caine revelou que gostaria de continuar interpretando o mordomo Alfred em futuros filmes da franquia. "Chris Nolan acredita que este será seu último Batman, mas eu nunca disse que essa seria a minha última vez como Alfred", revelou.Vale lembrar que a franquia é uma das mais lucrativas da Warner, e o estúdio estaria disposto a tudo para um quarto filme.A Warner já anunciou que, caso Nolan não retorne, a franquia ganhará um reboot após o terceiro filme.A ser dirigido novamente por Christopher Nolan ('A Origem') e estrelado por Christian Bale, o novo longa estreia em 20 de Julho de 2012. Morgan Freeman, Michael Caine, Gary Oldman, Tom Hardy e Anne Hathaway completam o elenco.David Goyer (que co-roteirizou 'Batman Begins' e 'O Cavaleiro das Trevas') repete a parceria com Jonathan Nolan, irmão do diretor Cristopher, e roteiriza.
*Foi divulgada a primeira imagem do misterioso terror gótico 'Twixt', dirigido em 3D por Francis Ford Coppola ('Drácula de Bram Stocker').Na imagem, Elle Fanning ('Super 8'), irmã de Dakota. O elenco ainda conta com Joanne Whalley, Val Kilmer, Bruce Dern, Ben Chaplin, Don Novello, David Paymer e Alden Ehrenreich.'Twixt' acompanha um escritor decadente que chega a uma pequena cidade para promover o seu mais recente livro, e acaba se envolvendo no misterioso assassinato de uma jovem. Na mesma noite dos eventos, ele é contactado através dos sonhos por uma garota chamada V. Incerto com relação à conexão entre a fantasma e o assassinato, mas satisfeito por ter tomado conhecimento dos fatos, o escritor acaba chegando à verdadeira história e surpreende-se ao perceber que seu fim diz muito mais sobre sua própria vida do que ele jamais poderia ter imaginado. A estreia está prevista para Outubro deste ano.
* O cineclube Alexandrino Moreira retorna sua parceria com a ACCPA no próximo dia 01/08 com uma homenagem ao diretor Win Wenders, exibindo “Asas do Desejo”, belo filme protagonizado por Bruno Ganz. Ainda em agosto, o cineclube exibirá “A Hora do Lobo”, obra-prima de Ingmar Bergman.
* A Sessão Cult do Cine Líbero Luxardo, realizadas em parceria com a ACCPA, já tem dois filmes programados para agosto: “O Homem que não Vendeu sua Alma” de Fred Zinneman e “O Menino dos Cabelos Verdes”, raro filme do diretor Joseph Losey.
* A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, enquete, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
DIÁRIO DE PAULÍNIA
Estive presente na 4ª Edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paulínia, e a seguir, compartilho com o leitor os textos que produzi durante o festival que aconteceu na cidade de Paulínia/SP, de 07 à 14/07.Um dos destaques do Festival, foi a criação da ABRACCINE(Associação Brasileira dos Críticos de Cinema),num momento importante dentro da atividade de crítica de cinema no Brasil e que tem a ACCPA como uma das associações de apoio à nova associação nacional.
1)Começou no dia 07/07, o 4º Festival de Cinema de Paulínia, cidade próxima de Campinas em SP, que hoje é considerada como um dos mais fortes pólos de produção do cinema brasileiro. O festival aconteceu no Theatro Municipal de Paulínia,que tem um excelente auditório com som e imagem perfeitos para exibição de filmes brasileiros.No primeiro dia, como filme de abertura do festival, foi exibido "Corações Sujos" de Vicente Amorim, baseado no livro de Fernando Moraes. Um bom filme que fez uma série de alterações com relação ao original mais que agradou o público que aplaudiu no final da sessão. No dia seguinte, começou a mostra competitiva com a exibição dos curtas-metragens "O Cão" de Abel Roland e "Polaroid Circus" de Marcos Melo e Jacques Dequeker. Mas o grande momento da noite foi o belo filme de Selton Mello, "O Palhaço", que lotou o auditório com centenas de pessoas do lado de fora do teatro querendo entrar, fato que foi resolvido pela organização do festival com uma sessão extra. "O Palhaço" é um belo filme, com claras inspirações na obra de Fellini e na influência mágica que o circo exerce em todas as pessoas. Um belo trabalho que merece um prêmio para a atuação de Paulo José que está perfeito e para Moacyr Franco, ator e apresentador que aos 74 anos, realizou aqui seu primeiro filme. Outro destaque neste dia foi a exibição do novo filme de Lúcia Murat, "Uma Longa Viagem", filme auto-biográfico sobre sua família que mistura documentário e ficção. Apesar de ser um filme irregular, agradou parte da crítica presente por mostrar de forma intima e realista, uma parte da vida da cineasta que de alguma forma está vinculada com a história do Brasil dos anos 70.
2)No dia 09, Carlos Nader mostrou seu novo e interessante filme, "Tela" que como sempre acontece nos trabalhos de Nader, divide opiniões e que certamente é um dos melhores filmes do festival. Logo em seguida, foi exibido "Rock Brasília - Era de Ouro" de Vladimir Carvalho sobre o rock que surgiu em Brasília nos anos 80 com bandas como Legião Urbana e Plebe Rude. Mais do que ser um filme sobre rock, o documentário fala sobre um momento histórico dentro da cultura musical do país que merece ser visto e analisado. Outro curta foi exibido, com menos impacto foi "A Grande Viagem", um filme de memórias sobre um homem que começa a perceber a sua idade avançada chegando. Por fim, a noite terminou com o longa-metragem "Meu País" de André Ristum que conquistou parte da crítica pelo extremo bom gosto da produção do filme e pelo roteiro simples mais emotivo sobre a relação de 3 irmãos após a morte de seu pai. Além de filmes, o festival de Paulínia promoveu debates entre os realizadores com os jornalistas presente e todos os debates foram extremamente profissionais e interessantes, especialmente com Lúcia Murat e Selton Mello, falando sobre a idéia de seus filmes e eventualmente colocando seus novos projetos. Um dos momentos mais importantes do evento foi a palestra sobre os novos meios de distribuição de filmes com a participação de representantes do site You TUBE e o diretor Jose Padilha (Tropa de Elite) que anunciou sua intenção de criar uma distribuidora de filmes para mudar o esquema de distribuição de filmes que acontece no Brasil hoje, depois do sucesso que foi a sua distribuição com “Tropa de Elite 2”.Paulínia é, em alguns momentos, uma cidade dos sonhos para quem gosta de cinema. Tudo funciona com perfeição na projeção dos filmes, na organização do festival, no incentivo à produção de filmes brasileiros e principalmente por deixar claro que o cinema brasileiro pode evoluir muito quando existir uma parceria entre realizadores, governos e iniciativa privada. Felizmente, o sonho ainda não acabou. Espero que um dia, tenhamos uma Paulínia para incentivar e fazer acontecer o nosso cinema paraense.
3)O Festival de Paulínia chamou muita atenção do público e da imprensa local. Muitos artistas, diretores e produtores circularam pelo Theatro Municipal de Paulínia, num intercâmbio cultural interessante e que normalmente gera novos projetos. Entre tantas coisas interessantes no Festival, evidencio os debates com todos os realizadores dos filmes. A interação com a imprensa e a declaração de cada diretor, ator, diretor de fotografia, sobre os aspectos de realização dos filmes são muito interessantes. Neste sentido, o festival sempre é enriquecedor.
4)O Festival continua com sua rotina da filmes e coletivas de imprensa. Dia 10, foi exibido um dos melhores curtas: “Café Turco” de Thiago Luciano, falando em duas línguas, mostrando a relação entre um soldado e uma suspeita de terrorismo. Já o documentário “A Cidade Imã” de Ronaldo German, sobre estrangeiros que escolhem o Rio de Janeiro para viver, é longo, repetitivo e quase uma propaganda institucional do Rio. Logo em seguida, foi exibido o curta gaúcho “Trocam-se Bolinhos por Histórias de Vida” de Denise Marchi, que conta a história de uma jovem que vê seu casamento ser cancelado na véspera e resolve se desfazer das coisas feitas para a cerimônia. O longa da noite foi a comédia “Onde está a Felicidade?” de Carlos Alberto Riccelli com roteiro de Bruna Lombardi. Uma tentativa de fazer comédia despojada, como uma mensagem positiva para as pessoas, com influência clara da comédia feita no Brasil nos anos 70 e até mesmo da comédia italiana. O filme é irregular, com bons momentos mais acabou não impressionando a platéia nem a crítica.
5)No dia 11, os curtas “Argentino” e “Off Making” abriram o dia de exibições sem novidades ou surpresas. Já o documentário “Ibitipoca, Droba pra Lá” de Felipe Scaldini mostra a transformação em pequenas comunidades no entorno da Serra Ibitipoca, em Minas Gerais. O curta principal da noite foi “Qual Queijo Você Quer?” de Cintia Domint Bittar, sobre um casal de idosos que sente a vida passar e num momento de rotina, inicia uma discussão sobre seu passado. O longa-metragem da noite foi “Os 3” de Nando Olival onde dois rapazes e uma garota se conhecem na universidade e se tornam inseparáveis, vivendo um aventura de busca de identidade, sexo e reafirmação.
6)No Dia 12, os curtas “Adeus” de Alessandro Barros (sobre o suicídio) e “Uma Primavera” de Gabriela Amaral mostraram que a seleção de curtas poderia ter sido mais criteriosa. São filmes fracos, sem nada a acrescentar e que passaram sem nenhuma reação. Ao contrário do documentário “Ela Sonhou que Eu Morri” que mostra o retrato invertido da globalização narrado por estrangeiros que foram presos no Brasil por tráfico de drogas, com depoimentos interessantes sobre a vida de cada um, desde uma mulher da Hungria que tem uma filha até um jovem espanhol de 21 anos que está preso. Interessante trabalho. Terminando o dia, o longa “Trabalho Cansa”, que é uma mistura de vários gêneros que não chega a lugar nenhum. Uma jovem dona de casa abre um negócio enquanto o marido perde o emprego. Mas coisas estranhas e sobrenaturais começam a acontecer na vida do casal. O filme é confuso, e pretende ser um filme de suspense, terror ou drama? Ficou a pergunta, sem respostas.
7)Finalmente no dia 13/07, último dia do Festival, foram exibidos o curta “3x4” de Cauê Nunes e “Acabou-se” de Patrícia Baia e logo em seguida o documentário “À Margem do Xingu – Vozes não Consideradas” de Damiá Puig que tenta levantar a discussão sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte mas não consegue ter uma visão geral do problema, deixando de lado muitas questões importantes.O último curta da noite foi o interessante “O Cavalo” de Joana Mariani, bela história que poderia virar um longa. Um dos melhores do festival. Por fim, o melhor de todos. O longa “Febre do Rato” de Claúdio Assis arrasou, conquistou, mexeu com todos. Mais uma prova do cinema forte e pulsante de Assis, misturando vida, sexo, poesia, e morte, num trabalho que vai agradar aos fãs do seu trabalho.
8)No final da noite, a critica especializada escolheu como melhor longa “Febre do Rato”, melhor documentário “Uma Longa Viagem” de Lúcia Murat e “Tela” de Carlos Nader como os melhores filmes do Festival. Independente da escolha dos jurados, o Festival mostrou que o cinema brasileiro continuando indo em frente, errando e acertando mais agora num ritmo de produção bom que com o tempo poderá mostrar mais talentos e boas produções. A organização do festival foi perfeita, com muito profissionalismo que serve de referência para outros festivais no Brasil. Parabéns a organização do festival e à cidade de Paulínia pelos altos investimentos no pólo de produção que está desenvolvendo e que está mudando o caminho do cinema brasileiro.
Estive presente na 4ª Edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paulínia, e a seguir, compartilho com o leitor os textos que produzi durante o festival que aconteceu na cidade de Paulínia/SP, de 07 à 14/07.Um dos destaques do Festival, foi a criação da ABRACCINE(Associação Brasileira dos Críticos de Cinema),num momento importante dentro da atividade de crítica de cinema no Brasil e que tem a ACCPA como uma das associações de apoio à nova associação nacional.
1)Começou no dia 07/07, o 4º Festival de Cinema de Paulínia, cidade próxima de Campinas em SP, que hoje é considerada como um dos mais fortes pólos de produção do cinema brasileiro. O festival aconteceu no Theatro Municipal de Paulínia,que tem um excelente auditório com som e imagem perfeitos para exibição de filmes brasileiros.No primeiro dia, como filme de abertura do festival, foi exibido "Corações Sujos" de Vicente Amorim, baseado no livro de Fernando Moraes. Um bom filme que fez uma série de alterações com relação ao original mais que agradou o público que aplaudiu no final da sessão. No dia seguinte, começou a mostra competitiva com a exibição dos curtas-metragens "O Cão" de Abel Roland e "Polaroid Circus" de Marcos Melo e Jacques Dequeker. Mas o grande momento da noite foi o belo filme de Selton Mello, "O Palhaço", que lotou o auditório com centenas de pessoas do lado de fora do teatro querendo entrar, fato que foi resolvido pela organização do festival com uma sessão extra. "O Palhaço" é um belo filme, com claras inspirações na obra de Fellini e na influência mágica que o circo exerce em todas as pessoas. Um belo trabalho que merece um prêmio para a atuação de Paulo José que está perfeito e para Moacyr Franco, ator e apresentador que aos 74 anos, realizou aqui seu primeiro filme. Outro destaque neste dia foi a exibição do novo filme de Lúcia Murat, "Uma Longa Viagem", filme auto-biográfico sobre sua família que mistura documentário e ficção. Apesar de ser um filme irregular, agradou parte da crítica presente por mostrar de forma intima e realista, uma parte da vida da cineasta que de alguma forma está vinculada com a história do Brasil dos anos 70.
2)No dia 09, Carlos Nader mostrou seu novo e interessante filme, "Tela" que como sempre acontece nos trabalhos de Nader, divide opiniões e que certamente é um dos melhores filmes do festival. Logo em seguida, foi exibido "Rock Brasília - Era de Ouro" de Vladimir Carvalho sobre o rock que surgiu em Brasília nos anos 80 com bandas como Legião Urbana e Plebe Rude. Mais do que ser um filme sobre rock, o documentário fala sobre um momento histórico dentro da cultura musical do país que merece ser visto e analisado. Outro curta foi exibido, com menos impacto foi "A Grande Viagem", um filme de memórias sobre um homem que começa a perceber a sua idade avançada chegando. Por fim, a noite terminou com o longa-metragem "Meu País" de André Ristum que conquistou parte da crítica pelo extremo bom gosto da produção do filme e pelo roteiro simples mais emotivo sobre a relação de 3 irmãos após a morte de seu pai. Além de filmes, o festival de Paulínia promoveu debates entre os realizadores com os jornalistas presente e todos os debates foram extremamente profissionais e interessantes, especialmente com Lúcia Murat e Selton Mello, falando sobre a idéia de seus filmes e eventualmente colocando seus novos projetos. Um dos momentos mais importantes do evento foi a palestra sobre os novos meios de distribuição de filmes com a participação de representantes do site You TUBE e o diretor Jose Padilha (Tropa de Elite) que anunciou sua intenção de criar uma distribuidora de filmes para mudar o esquema de distribuição de filmes que acontece no Brasil hoje, depois do sucesso que foi a sua distribuição com “Tropa de Elite 2”.Paulínia é, em alguns momentos, uma cidade dos sonhos para quem gosta de cinema. Tudo funciona com perfeição na projeção dos filmes, na organização do festival, no incentivo à produção de filmes brasileiros e principalmente por deixar claro que o cinema brasileiro pode evoluir muito quando existir uma parceria entre realizadores, governos e iniciativa privada. Felizmente, o sonho ainda não acabou. Espero que um dia, tenhamos uma Paulínia para incentivar e fazer acontecer o nosso cinema paraense.
3)O Festival de Paulínia chamou muita atenção do público e da imprensa local. Muitos artistas, diretores e produtores circularam pelo Theatro Municipal de Paulínia, num intercâmbio cultural interessante e que normalmente gera novos projetos. Entre tantas coisas interessantes no Festival, evidencio os debates com todos os realizadores dos filmes. A interação com a imprensa e a declaração de cada diretor, ator, diretor de fotografia, sobre os aspectos de realização dos filmes são muito interessantes. Neste sentido, o festival sempre é enriquecedor.
4)O Festival continua com sua rotina da filmes e coletivas de imprensa. Dia 10, foi exibido um dos melhores curtas: “Café Turco” de Thiago Luciano, falando em duas línguas, mostrando a relação entre um soldado e uma suspeita de terrorismo. Já o documentário “A Cidade Imã” de Ronaldo German, sobre estrangeiros que escolhem o Rio de Janeiro para viver, é longo, repetitivo e quase uma propaganda institucional do Rio. Logo em seguida, foi exibido o curta gaúcho “Trocam-se Bolinhos por Histórias de Vida” de Denise Marchi, que conta a história de uma jovem que vê seu casamento ser cancelado na véspera e resolve se desfazer das coisas feitas para a cerimônia. O longa da noite foi a comédia “Onde está a Felicidade?” de Carlos Alberto Riccelli com roteiro de Bruna Lombardi. Uma tentativa de fazer comédia despojada, como uma mensagem positiva para as pessoas, com influência clara da comédia feita no Brasil nos anos 70 e até mesmo da comédia italiana. O filme é irregular, com bons momentos mais acabou não impressionando a platéia nem a crítica.
5)No dia 11, os curtas “Argentino” e “Off Making” abriram o dia de exibições sem novidades ou surpresas. Já o documentário “Ibitipoca, Droba pra Lá” de Felipe Scaldini mostra a transformação em pequenas comunidades no entorno da Serra Ibitipoca, em Minas Gerais. O curta principal da noite foi “Qual Queijo Você Quer?” de Cintia Domint Bittar, sobre um casal de idosos que sente a vida passar e num momento de rotina, inicia uma discussão sobre seu passado. O longa-metragem da noite foi “Os 3” de Nando Olival onde dois rapazes e uma garota se conhecem na universidade e se tornam inseparáveis, vivendo um aventura de busca de identidade, sexo e reafirmação.
6)No Dia 12, os curtas “Adeus” de Alessandro Barros (sobre o suicídio) e “Uma Primavera” de Gabriela Amaral mostraram que a seleção de curtas poderia ter sido mais criteriosa. São filmes fracos, sem nada a acrescentar e que passaram sem nenhuma reação. Ao contrário do documentário “Ela Sonhou que Eu Morri” que mostra o retrato invertido da globalização narrado por estrangeiros que foram presos no Brasil por tráfico de drogas, com depoimentos interessantes sobre a vida de cada um, desde uma mulher da Hungria que tem uma filha até um jovem espanhol de 21 anos que está preso. Interessante trabalho. Terminando o dia, o longa “Trabalho Cansa”, que é uma mistura de vários gêneros que não chega a lugar nenhum. Uma jovem dona de casa abre um negócio enquanto o marido perde o emprego. Mas coisas estranhas e sobrenaturais começam a acontecer na vida do casal. O filme é confuso, e pretende ser um filme de suspense, terror ou drama? Ficou a pergunta, sem respostas.
7)Finalmente no dia 13/07, último dia do Festival, foram exibidos o curta “3x4” de Cauê Nunes e “Acabou-se” de Patrícia Baia e logo em seguida o documentário “À Margem do Xingu – Vozes não Consideradas” de Damiá Puig que tenta levantar a discussão sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte mas não consegue ter uma visão geral do problema, deixando de lado muitas questões importantes.O último curta da noite foi o interessante “O Cavalo” de Joana Mariani, bela história que poderia virar um longa. Um dos melhores do festival. Por fim, o melhor de todos. O longa “Febre do Rato” de Claúdio Assis arrasou, conquistou, mexeu com todos. Mais uma prova do cinema forte e pulsante de Assis, misturando vida, sexo, poesia, e morte, num trabalho que vai agradar aos fãs do seu trabalho.
8)No final da noite, a critica especializada escolheu como melhor longa “Febre do Rato”, melhor documentário “Uma Longa Viagem” de Lúcia Murat e “Tela” de Carlos Nader como os melhores filmes do Festival. Independente da escolha dos jurados, o Festival mostrou que o cinema brasileiro continuando indo em frente, errando e acertando mais agora num ritmo de produção bom que com o tempo poderá mostrar mais talentos e boas produções. A organização do festival foi perfeita, com muito profissionalismo que serve de referência para outros festivais no Brasil. Parabéns a organização do festival e à cidade de Paulínia pelos altos investimentos no pólo de produção que está desenvolvendo e que está mudando o caminho do cinema brasileiro.
(Marco Antonio Moreira )
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