Cine Troppo
Marco Antonio Moreira Carvalho
“Anna Karenina” de Joe Wright é uma das melhores adaptações cinematográficas da obra literária de Leo Tolstoy. Com roteiro de Tom Stoppard e brilhante direção de Joe Wright (mesmo diretor de “Orgulho e Preconceito” e “Desejo e Reparação”), o filme equilibra com criatividade os elementos da linguagem cinematográfica e teatral, dimensionando a força da história de uma aristocrata do século XIX que destrói o casamento ao se apaixonar por um soldado russo, quebrando regras e barreiras sociais. Com uma excelente produção, fotografia e ótimas atuações do elenco principal, o filme foi indicado ao “Oscar”” de melhor trilha sonora, melhor design de produção, melhor fotografia e melhor figurino. “Anna Karenina” está em exibição no Cine Líbero Luxardo e Cine Estação e merece ser visto.
SUPERNOVAS
*Sou admirador da obra do cineasta Terrence Malick desde seu primeiro filme, “Terra de Ninguém”(1976). Em “A Árvore da Vida”(2011), MaLlick conseguiu atingir um outro nível de realização cinematográfica e agora adianto que seu novo trabalho é um dos mais belos filmes que vi nos últimos anos. Malick investe cada vez mais num cinema muito pessoal, com um estilo próprio de filmar e contar suas histórias. “Amor Pleno” é uma poesia ao amor e ao poder de transformação que o cinema e o amor oferecem. Cinema para Malick tem uma carga de religiosidade que me impressiona. Espero que este seu novo filme seja visto e discutido. Certamente, Malick é hoje um dos mais importantes cineastas do cinema. Seus filmes sempre procuram desenvolver a linguagem cinematográfica e é claro, por isso, correm riscos. Malick poderá ser julgado como um cineasta ambicioso demais mais afinal, a arte evolui através destes gênios que entendem que a arte não tem limites. “Amor Pleno” é o cinema que quero ver.
* Em tempos de alta conscientização política, o cinema pode e deve ser usado como recurso pedagógico e histórico. Vários filmes registraram grandes interpretações sobre fatos e personagens políticos e podem servir de referência para enriquecer as grandes manifestações nas ruas que acontecem no Brasil nas últimas semanas. Algumas indicações merecem destaque como “A Batalha de Argel”, “Sacco e Vazetti” e “Queimada” de Gillo Pontecorvo, “Olhos Vendados” de Carlos Saura, “Danton: O Processo da Revolução” de A. Wajda, “Eles não Usam Back-Tie” de Leon Hirzman, “Cromwell” de Ken Hughes, “Utopia e Barbérie” e “Jango” de Silvio Tendler, entre muitos outros filmes. Vale a pena ver/rever e debater sobre estes filmes.
* É necessária a discussão sobre porque os bons filmes nacionais não tem chamado atenção do grande público paraense quando são exibidos nos cinemas alternativos locais. A questão não é somente local mais temos que procurar mecanismos de interação com o grande público paraense para que filmes como “O Abismo Prateado” e “O Som ao Redor” sejam mais prestigiados e consigam a recepção que merecem. Especialmente “O Som ao Redor” de Kleber Mendonça Filho, um dos grandes filmes do ano, é triste saber que o filme teve um público muito pequeno no Brasil inteiro enquanto filmes de baixa qualidade como “E Aí, Comeu?”, “Cilada.Com” e “De Pernas pro Ar” atingiram milhões de espectadores. Crise cultural?
* Dois excelentes debates aconteceram recentemente no cineclube Alexandrino Moreira, após a exibição de filmes do mestre Ingmar Bergman : “O Sétimo Sêlo” e “O Ovo da Serpente”. No debate, discussões sobre os filmes, seus temas e opiniões que interagem com as manifestações políticas que estão acontecendo no Brasil. Bergman é um cineasta tão complexo que ver e rever seus filmes é fundamental para entender o conceito que cada um de nós tem sobre o cinema. Numa filmografia tão rica, cada filmede Bergman é um estudo que merece nossa atenção e admiração, sempre.
* Na época das férias, os cinemas ficam lotados mais infelizmente com poucas alternativas de bons filmes, com raras exceções. Em breve, teremos mais cinemas na cidade e certamente isso não vai resultar em mais filmes em exibição. Enquanto isso, produções inéditas ainda não chegarão por aqui. Será que ainda teremos chances de ver filmes como “A Bela que Dorme” de Marco Bellochio nos cinemas?Por isso, vale sempre prestigiar os cinemas do nosso circuito alternativo.
ESTRÉIAS DA SEMANA
“Meu Malvado Favorito 2” é a continuação do sucesso de “Meu Malvado Favorito”. A mente do crime Gru (voz de Steve Carell) volta a ter pela frente seu inimigo Victor (Jason Segel), enquanto tenta lidar com outro super vilão, El Macho.
“Anna Karenina” (Cine Líbero Luxardo/Cine Estação)
“Truque de Mestres”
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira :
Dia 15/07 - “Dia de Ira” de Carl Dreyer. Sessão às 19h. Entrada Franca. Debate após a exibição.
*Cine Olympia:
De 05 à 11/07 (exceto dias 08 e 09) – “Longe do Paraíso” com Julianne Moore. Sessão às 18:30 h. Entrada Franca..
Dia 09/07 – “Fausto” de F. W. Murnau. Projeto “Cinema e Música” com acompanhamento musical ao vivo. Sessão às 18:30 h. Entrada Franca.
*Cine Líbero Luxardo:
De 03 à 14/07 – “Anna Karenina” de Joe Wright.
Dia 13/07 – “Cria Cuervos” de Carlos Saura Cult. Horário especial: 16:00 h. Entrada franca. Debate após a exibição.
*Cine Estação :
De 07 à 24/07 – “Anna Karenina” de Joe Wright.
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2 comentários:
Ola Marco, que tal fzer um esforço para trazer o Amor Pleno do Malick para Belém
Ola Marco, que tal fazer um esforço para trazer o Amor Pleno do Malick para Belém
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