CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “Tão Forte e Tão Perto” e “A Mulher de Preto”.
Em "Tão Forte e Tão Perto", Oskar Schell, aos 11 anos de idade, é uma criança excepcional: inventor amador, admirador da cultura francesa, pacifista. Depois de encontrar uma misteriosa chave que pertencia a seu pai, que morreu no World Trade Center no 11/09, ele embarca em uma incrível jornada -- uma urgente e secreta busca por um segredo pelas cinco regiões de Nova York. Enquanto Oskar vaga pela cidade, ele encontra pessoas de topos os tipos, todos sobreviventes em seus próprios caminhos. Por fim, a jornada de Oskar termina onde começou, mas com o consolo da experiência mais humana de todas: o amor. O filme é uma adaptação de 'Extremamente Alto & Incrivelmente Perto' (Extremely Loud & Incredibly Close), livro de Jonathan Safran Foer.No elenco, Tom Hanks, Sandra Bullock e o grande ator Max Von Sydow (ator de vários filmes do cineasta Ingmar Bergman).
Em 'A Mulher de Preto', o jovem advogado londrino Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) é forçado a deixar seu filho de três anos e viajar para a pequena vila de Crythin Gifford para tratar dos assuntos do recentemente falecido dono da Casa Eel Marsh. Mas quando ele chega à arrepiante mansão, descobre segredos obscuros no passado da cidade. Sua sensação de mal-estar aumenta quando ele vislumbra uma misteriosa mulher toda vestida de preto.No elenco, Daniel Radcliffe, Janet McTeer, Ciarán Hinds,
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
FILMES MARCO MOREIRA PEDRO VERIANO LUZIA ÁLVARES
“A Dama de Ferro” Razoável/Razoável/Razoável
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“A Invenção
de Hugo Cabret” Excelente/Excelente/Excelente
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“Reis e Ratos” Fraco/-/ -
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“Brinquedo
Proibido” Excelente/Excelente/ Excelente
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“Este Obscuro
Objeto do Desejo”
(DVD) Excelente/Muito Bom/Excelente
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“Toda Forma
de Amor””(DVD) Muito Bom/Bom/Muito Bom
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HOJE É DIA DE “OSCAR”
O mundo do cinema hoje está voltado para a premiação do “OSCAR”, o maior prêmio do cinema americano. Como sempre, é bom lembrar que o “OSCAR” é um prêmio da indústria americana para os filmes americanos, com algumas raras exceções. Somando as injustiças e premiações absurdas que estão registradas na história do prêmio, não há como não fazer uma crítica dura e realista sobre o que o prêmio significa. Mas querendo ou não, o “OSCAR” é um prêmio que mobiliza o mundo do cinema de forma geral. Particularmente, considero muito mais os filmes premiados em festivais como Cannes que certos premiados pela indústria americana mais é bom registrar que nos últimos anos, os filmes indicados foram de alto nível, revelando a qualidade do cinema americano que está sempre em evolução. Este ano, pelo menos quatro grandes produções estão concorrendo ao prêmio de melhor filme: “A Árvore da Vida” de Terrence Malick, “A Invenção de Hugo Cabret” de Martin Scorsese, “Meia Noite em Paris” de Woody Allen e “O Artista” de Michel Hazanivicus (produção França/EUA). Tudo indica que a obra-prima de Mallick infelizmente não será premiada mais sim, “O Artista”, bela homenagem ao cinema que realmente surpreendeu. Mas quem sabe, os filmes de Mallick e Scorsese possam surpreender. Woody Allen deve ficar com o prêmio de melhor roteiro original e como sempre, não deve comparecer na cerimônia.
Na categoria de melhor direção, acredito que Martin Scorsese deve ganhar mas Michael Hazanivicus (O Artista) é outro favorito. Para melhor ator, o favorito é George Clooney por “Os Descendentes” numa atuação comum e sem novidades mais espero que Jean Dujardin (O Artista) ou Demian Bichir (A Better Life) levem o prêmio pois tiveram atuações excelentes em seus filmes. Para melhor atriz, as favoritas são Meryl Streep (excelente em “A Dama de Ferro”) e Viola Davis (“Histórias Cruzadas”) mais a atuação de Meryl Streep é sempre diferenciada. Espero que ela ganhe o prêmio depois de tantas indicações sem vitórias. Sinceramente, desejo que “A Invenção de Hugo” ganhe vários prêmios, pelo menos nas categorias técnicas pois o que vemos na tela é um trabalho excepcional cheio de criatividade e sensibilidade. Já na categoria de melhor filme estrangeiro, o filme iraniano “A Separação” é o favorito. Já vi o filme e realmente é um trabalho excelente, com uma força dramática que merece ser evidenciada. Mas nesta categoria, normalmente os favoritos não ganham. Vamos esperar e torcer. “A Separação” já está agendado para ser lançado por aqui no circuito alternativo.No mais, é torcer, criticar e esperar que os filmes premiados e indicados pelo menos em sua maioria, cheguem ao circuito local de exibição.
Crítica/”A Invenção de Hugo Cabret”
O cinema nasceu pelas mãos dos irmãos Lumiére em 1895 quando eles criaram o cinematographo, equipamento que podia registrar o mundo como ele é. Mas foi com artistas como Georges Mélies, que esta nova invenção tomou outros rumos ao filmar o mundo como ele poderia ser. Com isso, o cinema mudou o mundo, as pessoas e o sentido da vida. Relembrar e dimensionar este momento histórico em forma de poesia é o objetivo do cineasta Martin Scorsese em “A Invenção de Hugo Cabret”, através do genial roteiro de John Logan baseado em um livro de Brian Selznick.. No filme, a áurea poética deste mundo dos sonhos que o cinema pode e deve criar, surge a partir da história de um menino chamado Hugo que vive na estação de trem de Paris, em busca de uma mensagem que seu pai teria lhe enviado antes de morrer. Esta busca humana, necessária e inevitável do personagem Hugo pelo amor de seu pai acaba se cruzando com outra busca perdida de um personagem chamado George que é dono de uma loja de brinquedos e que tem um passado misterioso. Estes dois personagens têm suas histórias parecidas e ao mesmo tempo diferentes. Ambos buscam algo perdido, mas este velho senhor, dono de uma simples loja de brinquedos, é descrente, amargo, triste pelo que deixou de fazer. Já Hugo é persistente, intuitivo, esperto e aprendeu cedo a lidar com as dificuldades. Acompanhando a odisséia destes dois personagens, vivenciamos seu mundo de buscas, alegrias, tristezas e sonhos.
Hugo, através de um boneco mecânico que seu pai tinha achado e desde então tentava consertar até falecer num incêndio, tenta encontrar uma mensagem de seu pai. Já o velho senhor George, acaba encontrando em Hugo, um elo com seu sonho de vida. Pois ele é o grande George Mélies, cineasta e produtor esquecido numa velha estação de trem depois de ter quebrado financeiramente e perdido todo o seu legado de mais de 500 filmes que encantaram e fizeram milhares de pessoas sonhar. A vida é mais difícil que a arte e Mélies vive agora um presente amargo. Mas ao reencontrar Hugo, ele resgata o seu passado, relembra sua antiga paixão e percebe, de uma forma que somente o cinema pode criar, seus sonhos cruzarem com os sonhos de um menino que ressuscita sua importância, sua finalidade, a finalidade do cinema : sonhar.
Recuperando a memória do grande George Mélies dentro de uma história de sonhos que envolve o amor paterno, ilusões, desilusões, amor, realidae, sonhos e esperança, Martin Scorsese realizou uma das mais belas homenagens ao cinema que já vi até hoje. Afinal, o encontro de Mélies com Hugo, é uma ode a importância da sétima arte dentro da vida de cada um de nós que amamos o cinema e nele, procuramos nosso caminho de sonhos e realidade. E para mostrar que o cinema pode e deve nos emocionar, Scorsese utiliza com sensibilidade a tecnologia do 3D, criando sequências fantásticas que mais do que mostrar a evolução dos efeitos visuais, mostra a poesia que estas imagens revelam para todos os espectadores que ficam basicamente encantados pela forma como a Scorsese trabalha tantos sentimentos e emoções próximos de todos nós..
“A Invenção de Hugo Cabret” é um raro exemplo de emoção, tecnologia e poesia no cinema moderno. Além disso, homenageando o cinema, Scorsese resgatou a importância de George Mélies, um artista que desde cedo viu na sétima arte a força do sonho e da felicidade, provando que a tecnologia pode e deve estar a serviço da criatividade, sensibilidade e emoção. Quem ama o cinema, certamente vai se apaixonar por “A Invenção de Hugo”. Ainda envolvido emocionalmente com o filme, imagino a emoção que meu pai Alexandrino Moreira teria ao ver este filme. Ele que era um homem apaixonado pelo cinema e que me ensinou a amar esta arte da mesma forma intensa e verdadeira, para sempre. Ele teria adorado “A Invenção de Hugo Cabret”. Por isso, dedico esta crítica ao meu pai, lembrando de todos nós que amamos o cinema (como meus queridos amigos Pedro Veriano e Luzia Álvares que também se emocionaram com o filme) e citando um trecho de uma canção composta pelo grande Egberto Gismonti (música) em parceria como João Carlos Pádua (letra) chamada “Mais que a Paixão”. Aqui, a referência da letra é com a música mais certamente, usando uma certa liberdade poética, digo que a mensagem serve perfeitamente para toda arte, em especial, o cinema.
“Não espere encontrar numa canção, nada além de um sonho. Nada além de uma ilusão. Talvez quem sabe a verdade, a infinita vontade de arrancar de dentro da noite a barra clara do dia”
(Marco Antonio Moreira)
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: A ACCPA em parceria com IAP exibe no dia 27/02 o filme “Este Obscuro Objeto do Desejo”, último filme dirigido pelo grande cineasta Luis Buñuel (A Bela da Tarde/Os Esquecidos) em 1977. Após entrar em um trem, homem joga um balde d'água em uma bela moça que estava parada na plataforma. Surpresos, os outros passageiros desejam saber o que o levou a agir de tal maneira. É quando ele começa a relatar a todos, desde o início, sua obsessão por Conchita, uma virgem de 18 anos que começara a manipular seu desejo carnal em um verdadeiro jogo de gato e rato. O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” tem hoje seu último dia de exibição com o filme “Orfeu de Carnaval”(Orfeu Negro), produção de 1959. A sessão começa às 18:30 h com entrada franca. A partir de terça-feira, dia 28, inicia a mostra ERYK ROCHA, com filmes dirigidos pelo jovem e promissor cineasta, filho de Glauber Rocha. Na programação, serão exibidos “A Rocha que Voa” (Dias 28 e 29/02, “Intervalo Caldestino”(Dias 01 e 02/03), “Pachamama”(Dias 03 e 04) e o seu primeiro longa-metragem de ficção, “Transeunte” (De 06 à 18/03).Entrada franca com sessão de terça à domingo às 18:30 h.
*Cine Líbero Luxardo: Continua em exibição o filme ”Triângulo Amoroso”, de Tom Tykwer, diretor de “Corra, Lola, Corra” e “Perfume – A História de um Assassino” . O filme será exibido nas seguintes datas: dias 26/02 (17h e 19h), 29/02 a 03/03 (19h) e 04/03 (17h e 19h).
*Cine Estação: “O Garoto da Bicicleta”, belo filme dos irmãos Dardenne (realizadores de “A Criança”) será a próxima atração do Cine Estação em março. O filme ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes ano passado e certamente será um dos melhores filmes este ano na cidade.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
CINE TROPPO - SEMANA DE 17 À 23/02/12
CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “A Invenção de Hugo Cabret” (3D), “A Dama de Ferro”, “Motoqueiro Fantasma 2 – Espírito de Vingança”(3D) e “Reis e Ratos”
“A Invenção de Hugo Cabret” é o primeiro filme filmado em 3D do grande diretor Martin Scorsese, realizador de obras importantes como “Táxi Driver”, “Touro Indomável” e “Os Bons Companheiros”. O filme é baseado no livro de Brian Selznick e mostra a história de um órfão que vive uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris. Com a ajuda de uma garota excêntrica, ele busca a resposta para um mistério que liga o pai que ele perdeu recentemente, o mal humorado dono de uma loja de brinquedos que vive abaixo dele e uma fechadura em forma de coração, aparentemente sem chave. Scorsese usou a mesma tecnologia vista em “Avatar” e filmou com as câmeras fusion criadas por James Cameron e Vincent Pac. No elenco, Bem Kingsley, Christopher Lee e Ray Winstonse. O filme será exibido na versão dublada (sessões vesperais) e legendada (sessão noturna).
“A Dama de Ferro” mostra parte da história da ex-Primeira Ministra da Inglaterra Margaret Thatcher que já idosa e com a saúde prejudicada, luta contra o marasmo da sua aposentadoria e, vigorosamente, contra memórias de feitos do seu passado. Com mais uma grande atuação de Meryl Streep, o filme deixa de abordar várias questões importantes da polêmica vida política de Thatcher optando por uma narrativa convencional e sem muita inspiração. Vale ver o filme pela atuação de Meryl Streep.
“Motoqueiro Fantasma 2 – Espírito de Vingança” tem o ator Nicolas Cage de volta no papel de Johnny Blaze. Depois de se esconder na Europa, Blaze é recrutado por uma seita secreta da igreja para salvar um garoto (Fergus Riordan) do demônio (Ciaran Hinds). Johnny tenta recusar o chamado, mas essa é a sua grande chance de se livrar de sua maldição. Com exibição em 3D, o filme tem no elenco Christopher Lambert (Highlander).
“Reis e Ratos” acontece na cidade do Rio de Janeiro de 1963, quando o clima de conspiração afeta uma série de personagens relacionados, de alguma forma, ao cenário político da época. Um deles é Troy, agente da CIA que vive no Brasil e passa a duvidar de sua fidelidade à terra natal. Com a ajuda de seu comparsa brasileiro, o Major Esdras, ele planeja uma armadilha para o presidente que pode atrapalhar os planos do Golpe Militar.No elenco, Selton Mello e Rodrigo Santoro.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
FILMES MARCO MOREIRA/PEDRO VERIANO/LUZIA ÁLVARES
“A Dama
de Ferro” Razoável/Razoável/Razoável
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“Os
Descendentes” Razoável/Bom/Razoável
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“A Filha
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “A Invenção de Hugo Cabret” (3D), “A Dama de Ferro”, “Motoqueiro Fantasma 2 – Espírito de Vingança”(3D) e “Reis e Ratos”
“A Invenção de Hugo Cabret” é o primeiro filme filmado em 3D do grande diretor Martin Scorsese, realizador de obras importantes como “Táxi Driver”, “Touro Indomável” e “Os Bons Companheiros”. O filme é baseado no livro de Brian Selznick e mostra a história de um órfão que vive uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris. Com a ajuda de uma garota excêntrica, ele busca a resposta para um mistério que liga o pai que ele perdeu recentemente, o mal humorado dono de uma loja de brinquedos que vive abaixo dele e uma fechadura em forma de coração, aparentemente sem chave. Scorsese usou a mesma tecnologia vista em “Avatar” e filmou com as câmeras fusion criadas por James Cameron e Vincent Pac. No elenco, Bem Kingsley, Christopher Lee e Ray Winstonse. O filme será exibido na versão dublada (sessões vesperais) e legendada (sessão noturna).
“A Dama de Ferro” mostra parte da história da ex-Primeira Ministra da Inglaterra Margaret Thatcher que já idosa e com a saúde prejudicada, luta contra o marasmo da sua aposentadoria e, vigorosamente, contra memórias de feitos do seu passado. Com mais uma grande atuação de Meryl Streep, o filme deixa de abordar várias questões importantes da polêmica vida política de Thatcher optando por uma narrativa convencional e sem muita inspiração. Vale ver o filme pela atuação de Meryl Streep.
“Motoqueiro Fantasma 2 – Espírito de Vingança” tem o ator Nicolas Cage de volta no papel de Johnny Blaze. Depois de se esconder na Europa, Blaze é recrutado por uma seita secreta da igreja para salvar um garoto (Fergus Riordan) do demônio (Ciaran Hinds). Johnny tenta recusar o chamado, mas essa é a sua grande chance de se livrar de sua maldição. Com exibição em 3D, o filme tem no elenco Christopher Lambert (Highlander).
“Reis e Ratos” acontece na cidade do Rio de Janeiro de 1963, quando o clima de conspiração afeta uma série de personagens relacionados, de alguma forma, ao cenário político da época. Um deles é Troy, agente da CIA que vive no Brasil e passa a duvidar de sua fidelidade à terra natal. Com a ajuda de seu comparsa brasileiro, o Major Esdras, ele planeja uma armadilha para o presidente que pode atrapalhar os planos do Golpe Militar.No elenco, Selton Mello e Rodrigo Santoro.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
FILMES MARCO MOREIRA/PEDRO VERIANO/LUZIA ÁLVARES
“A Dama
de Ferro” Razoável/Razoável/Razoável
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“Os
Descendentes” Razoável/Bom/Razoável
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“A Filha
do Mal” Fraco/Fraco/Fraco
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“Paisagem
na Neblina” Excelente/Excelente/Excelente
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“O Segredo da
Porta Fechada”
(DVD) Bom/Bom/Bom
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“Missão do
Gerente de
Recursos
Humanos”(DVD) Excelente/Muito Bom/Excelente
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SUPERNOVAS
*Projeto de autoria do vereador Abel Loureiro (Partido dos Democratas), aprovado na quarta-feira dia 08/02 no plenário da Camâra Municipal de Belém, transforma o centenário Cine Olympia em Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Belém. O projeto também autoriza a prefeitura a efetivar a desapropriação do imóvel sede do cinema, que pertence à família de Severiano Ribeiro. Para 2012, ano de seu centenário, uma série de ações e eventos estão sendo elaborados para o Cine Olympia incluindo o lançamento de um livro (de autoria de Pedro Veriano e Luzia Álvares), um seminário de cinema (com apoio da ACCPA e UFPa), parceria com o festival de vídeos universitário da UNAMA que este ano acontecerá no Olympia, exposição comemorativa aos 100 anos do cinema, um documentário dirigido por Fernando Segtowick e o lançamento de um tema musical composto exclusivamente para os 100 anos do cinema. Na programação, será realizado uma mostra de filmes do diretor Eryk Rocha (filho de Glauber Rocha”) incluindo o inédito “Transeunte”, uma mostra de filmes da distribuidora LUME Filmes e o festival CENTENÁRIO com a exibição de filmes que fizeram história e que foram exibidos no cine Olympia. Aguarde mais novidades em breve.
*O italiano Nanni Moretti será o presidente do júri do próximo Festival de Cannes, que se realiza entre 16 e 27 de maio. Veterano do evento, o cineasta estreou na competição em 1978, com o longa metragem “Ecce Bombo”, e desde então já participou outras cinco vezes. Em 1994 ganhou o prêmio de direção, por “Caro diário”, e, em 2001, recebeu o prêmio máximo, a Palma de Ouro, por “O Quarto do Filho”. No ano passado, apresentou a comédia “Habemus Papam”, com previsão de estreia no Brasil para fevereiro.
*Em breve, o Parque Shopping Belém terá o segundo complexo do Cinépolis em Belém. Serão sete salas de cinema com aproximadamente 1.400 lugares. Além de reforçar a presença da rede mexicana na capital paraense, o cinema ficará na Augusto Montenegro e será mais uma ótima opção de entretenimento. As obras do cinema estão avançadas e inauguração está prevista para o dia 25 de abril.
*A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) promoverá um debate sobre o “OSCAR” 2012, sábado dia 25/02 no Cine Líbero Luxardo após a exibição do filme da sessão Cult, “Brinquedo Proibido”. No debate, serão sorteados ingressos de cinema, posters e dvd..
*O YouTube e a empresa aérea Emirates anunciaram o lançamento de um prêmio para curtas de 15 minutos, em parceria com o Festival de Veneza e a produtora Scott Free, de Ridley Scott. Os dez finalistas vão participar do festival, em agosto. As inscrições serão de 2 de fevereiro a 31 de março. Serão selecionados 50 semifinalistas, que terão seus curtas avaliados pelos visitantes do site de vídeos.
* A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
Críticas/”A DAMA DE FERRO”
As cinebiografias são mais perigosas do que as literobiografias, ou seja, os livros sobre vidas de pessoas notáveis escritos pelos quem, muitas vezes, nunca viram de perto o tipo-alvo. Agora mesmo surgiu “J.Edgar” onde o criador do FBI ganhou vinhetas de sua vida publica e privada insuficientes para alguns observadores que conhecem a vida e a obra desse personagem. De qualquer forma, o filme dirigido por Clint Eastwood diz quem foi Edgar Hoover. Em “A Dama de Ferro” não se fica sabendo quem é (pois ainda vive)Margaret Thatcher. A ex-primeira ministra britânica passa mais tempo na tela como uma senhora demente que lembra o marido morto, ganha esporádicas visitas da filha, espera pelo filho que nunca dá as caras e em rápidos flash-backs surge falando num parlamento de homens (quando tinha mulher também) -e fez questão de bombardear os argentinos que desejavam o Arquipélago das Malvinas (ou Falklands).Pouco para quem marcou a política de um país.
A rigor o filme foi feito para Meryl Streep, atriz de “Mamma Mia” ou a estréia da diretora Phylida Lloyd em longa-metragem. Meryl maquilada a parecer fisicamente com Margaret,dá conta de uma nova candidatura a Oscar (soma mais de 10 para ganhar até agora só 2 vezes- e em categorias dispares). No mais a obra de Lloyd é uma leitura dinâmica do que marcou a vida de uma ilustre senhora hoje com 86 anos. A sua atuação na economia da Grã Bretanha, o fechamento das minas com baixa de produção, a resistência ao mercado comum europeu (e ao euro, moeda única), a impopularidade que gerou protestos de rua, tudo é passado com o pé no acelerador. Parece que o roteiro quer mais a solitária que precisa de companhia para ir ao mercado próximo, ou a saudosa viúva que se refugia na memória do matrimonio. E chega a ser risonha a pretensão como a cineasta qualificou o seu trabalho a um órgão de imprensa londrino: "É uma história shakespeariana sobre o poder, a perda de poder e o custo de uma vida formidável depois de deixar isso".Eu não consigo comparar MT com qualquer monarca das peças do mestre da dramaturgia. E nem Maggie Thatcher gostaria de ser comparada a essa gente. Se há motivo de orgulho para a ex-ministra vendo a licença de cinema em cartaz é ser revivida por uma das melhores atrizes de Hollywood. E ser veiculo do contestado, mas cobiçado, “Oscar”.(Pedro Veriano)
“A Dama de Ferro”(The Iron Lady/UK, 2011) está no páreo do Oscar nas categorias de atriz principal e maquilagem. A rigor só se realiza nessas categorias. Mesmo assim é preciso que se note que Meryl Streep segue um estereótipo.A narrativa fragmentada é moda atual como forma de direcionar certos assuntos. No filme, as sequências se misturam no tempo e no espaço e não há uma correlação que lhe dê o caráter de uma “rima” com a linha básica, ou um parêntese que ajude na composição da principal personagem. Por mais que o espectador se esforce para montar o quebra-cabeça de cenas, a verdade é que isso não resolve a identidade de quem foi a primeira ministra inglesa. Percebe-se que a intenção da cineasta foi esvaziar qualquer clichê de “filme biografico”(biopcture).
Nada de contar em linguagem acadêmica quem foi a mulher tão famosa que a câmera focaliza pela primeira vez como uma velhinha comprando leite em um supermercado (tarefa que será criticada pela filha que a vê incapaz de sair de casa sozinha). A imagem seria a de demonstrar que a “dama de ferro enferrujara”. Mas, dessa situação ao inicio de um processo gradativo de fama, o filme hesita, e pouco diz, inclusive, de como se processa uma eleição do parlamento britanico e mesmo, o papel da rainha nessa politica parlamentar (fato que se expôs bem em “A Rainha”(2006), filme excelente de Stephen Frears .(Luzia Álvares)
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: A ACCPA em parceria com IAP exibe no dia 27/02 o filme “Este Obscuro Objeto do Desejo”, último filme dirigido pelo grande cineasta Luis Buñuel em 1977.O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” está em exibição até o dia 26/02. Neste domingo não haverá sessão de cinema devido o carnaval mais a programação será retomada no dia 21/02,terça-feira, com “Carnaval Atlântida” que tem Oscarito e Grande Othello no elenco. A sessão começa às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Está em exibição o premiado ”Triângulo Amoroso”, de Tom Tykwer, diretor de “Corra, Lola, Corra” e “Perfume – A História de um Assassino” . O filme será exibido nas seguintes datas : dia 15 a 19/02 (19h), 23 a 24/02 (19h), 26/02 (17h e 19h), 29/02 a 03/03 (19h) e 04/03 (17h e 19h).Dia 25/02, na sessão Cult, será exibido o clássico francês “Brinquedo Proibido” de Rene Clement. Após a exibição deste filme, críticos da ACCPA promoverão um debate sobre o “Oscar” 2012 com o público presente.
*Cine Estação: “O Garoto da Bicicleta”, belo filme dos irmãos Dardenne, será a próxima atração do Cine Estação em fevereiro. O filme ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes ano passado e certamente será um dos melhores filmes este ano na cidade.
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“Paisagem
na Neblina” Excelente/Excelente/Excelente
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“O Segredo da
Porta Fechada”
(DVD) Bom/Bom/Bom
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“Missão do
Gerente de
Recursos
Humanos”(DVD) Excelente/Muito Bom/Excelente
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SUPERNOVAS
*Projeto de autoria do vereador Abel Loureiro (Partido dos Democratas), aprovado na quarta-feira dia 08/02 no plenário da Camâra Municipal de Belém, transforma o centenário Cine Olympia em Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Belém. O projeto também autoriza a prefeitura a efetivar a desapropriação do imóvel sede do cinema, que pertence à família de Severiano Ribeiro. Para 2012, ano de seu centenário, uma série de ações e eventos estão sendo elaborados para o Cine Olympia incluindo o lançamento de um livro (de autoria de Pedro Veriano e Luzia Álvares), um seminário de cinema (com apoio da ACCPA e UFPa), parceria com o festival de vídeos universitário da UNAMA que este ano acontecerá no Olympia, exposição comemorativa aos 100 anos do cinema, um documentário dirigido por Fernando Segtowick e o lançamento de um tema musical composto exclusivamente para os 100 anos do cinema. Na programação, será realizado uma mostra de filmes do diretor Eryk Rocha (filho de Glauber Rocha”) incluindo o inédito “Transeunte”, uma mostra de filmes da distribuidora LUME Filmes e o festival CENTENÁRIO com a exibição de filmes que fizeram história e que foram exibidos no cine Olympia. Aguarde mais novidades em breve.
*O italiano Nanni Moretti será o presidente do júri do próximo Festival de Cannes, que se realiza entre 16 e 27 de maio. Veterano do evento, o cineasta estreou na competição em 1978, com o longa metragem “Ecce Bombo”, e desde então já participou outras cinco vezes. Em 1994 ganhou o prêmio de direção, por “Caro diário”, e, em 2001, recebeu o prêmio máximo, a Palma de Ouro, por “O Quarto do Filho”. No ano passado, apresentou a comédia “Habemus Papam”, com previsão de estreia no Brasil para fevereiro.
*Em breve, o Parque Shopping Belém terá o segundo complexo do Cinépolis em Belém. Serão sete salas de cinema com aproximadamente 1.400 lugares. Além de reforçar a presença da rede mexicana na capital paraense, o cinema ficará na Augusto Montenegro e será mais uma ótima opção de entretenimento. As obras do cinema estão avançadas e inauguração está prevista para o dia 25 de abril.
*A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) promoverá um debate sobre o “OSCAR” 2012, sábado dia 25/02 no Cine Líbero Luxardo após a exibição do filme da sessão Cult, “Brinquedo Proibido”. No debate, serão sorteados ingressos de cinema, posters e dvd..
*O YouTube e a empresa aérea Emirates anunciaram o lançamento de um prêmio para curtas de 15 minutos, em parceria com o Festival de Veneza e a produtora Scott Free, de Ridley Scott. Os dez finalistas vão participar do festival, em agosto. As inscrições serão de 2 de fevereiro a 31 de março. Serão selecionados 50 semifinalistas, que terão seus curtas avaliados pelos visitantes do site de vídeos.
* A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, calendários de estreias, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_
Críticas/”A DAMA DE FERRO”
As cinebiografias são mais perigosas do que as literobiografias, ou seja, os livros sobre vidas de pessoas notáveis escritos pelos quem, muitas vezes, nunca viram de perto o tipo-alvo. Agora mesmo surgiu “J.Edgar” onde o criador do FBI ganhou vinhetas de sua vida publica e privada insuficientes para alguns observadores que conhecem a vida e a obra desse personagem. De qualquer forma, o filme dirigido por Clint Eastwood diz quem foi Edgar Hoover. Em “A Dama de Ferro” não se fica sabendo quem é (pois ainda vive)Margaret Thatcher. A ex-primeira ministra britânica passa mais tempo na tela como uma senhora demente que lembra o marido morto, ganha esporádicas visitas da filha, espera pelo filho que nunca dá as caras e em rápidos flash-backs surge falando num parlamento de homens (quando tinha mulher também) -e fez questão de bombardear os argentinos que desejavam o Arquipélago das Malvinas (ou Falklands).Pouco para quem marcou a política de um país.
A rigor o filme foi feito para Meryl Streep, atriz de “Mamma Mia” ou a estréia da diretora Phylida Lloyd em longa-metragem. Meryl maquilada a parecer fisicamente com Margaret,dá conta de uma nova candidatura a Oscar (soma mais de 10 para ganhar até agora só 2 vezes- e em categorias dispares). No mais a obra de Lloyd é uma leitura dinâmica do que marcou a vida de uma ilustre senhora hoje com 86 anos. A sua atuação na economia da Grã Bretanha, o fechamento das minas com baixa de produção, a resistência ao mercado comum europeu (e ao euro, moeda única), a impopularidade que gerou protestos de rua, tudo é passado com o pé no acelerador. Parece que o roteiro quer mais a solitária que precisa de companhia para ir ao mercado próximo, ou a saudosa viúva que se refugia na memória do matrimonio. E chega a ser risonha a pretensão como a cineasta qualificou o seu trabalho a um órgão de imprensa londrino: "É uma história shakespeariana sobre o poder, a perda de poder e o custo de uma vida formidável depois de deixar isso".Eu não consigo comparar MT com qualquer monarca das peças do mestre da dramaturgia. E nem Maggie Thatcher gostaria de ser comparada a essa gente. Se há motivo de orgulho para a ex-ministra vendo a licença de cinema em cartaz é ser revivida por uma das melhores atrizes de Hollywood. E ser veiculo do contestado, mas cobiçado, “Oscar”.(Pedro Veriano)
“A Dama de Ferro”(The Iron Lady/UK, 2011) está no páreo do Oscar nas categorias de atriz principal e maquilagem. A rigor só se realiza nessas categorias. Mesmo assim é preciso que se note que Meryl Streep segue um estereótipo.A narrativa fragmentada é moda atual como forma de direcionar certos assuntos. No filme, as sequências se misturam no tempo e no espaço e não há uma correlação que lhe dê o caráter de uma “rima” com a linha básica, ou um parêntese que ajude na composição da principal personagem. Por mais que o espectador se esforce para montar o quebra-cabeça de cenas, a verdade é que isso não resolve a identidade de quem foi a primeira ministra inglesa. Percebe-se que a intenção da cineasta foi esvaziar qualquer clichê de “filme biografico”(biopcture).
Nada de contar em linguagem acadêmica quem foi a mulher tão famosa que a câmera focaliza pela primeira vez como uma velhinha comprando leite em um supermercado (tarefa que será criticada pela filha que a vê incapaz de sair de casa sozinha). A imagem seria a de demonstrar que a “dama de ferro enferrujara”. Mas, dessa situação ao inicio de um processo gradativo de fama, o filme hesita, e pouco diz, inclusive, de como se processa uma eleição do parlamento britanico e mesmo, o papel da rainha nessa politica parlamentar (fato que se expôs bem em “A Rainha”(2006), filme excelente de Stephen Frears .(Luzia Álvares)
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: A ACCPA em parceria com IAP exibe no dia 27/02 o filme “Este Obscuro Objeto do Desejo”, último filme dirigido pelo grande cineasta Luis Buñuel em 1977.O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” está em exibição até o dia 26/02. Neste domingo não haverá sessão de cinema devido o carnaval mais a programação será retomada no dia 21/02,terça-feira, com “Carnaval Atlântida” que tem Oscarito e Grande Othello no elenco. A sessão começa às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Está em exibição o premiado ”Triângulo Amoroso”, de Tom Tykwer, diretor de “Corra, Lola, Corra” e “Perfume – A História de um Assassino” . O filme será exibido nas seguintes datas : dia 15 a 19/02 (19h), 23 a 24/02 (19h), 26/02 (17h e 19h), 29/02 a 03/03 (19h) e 04/03 (17h e 19h).Dia 25/02, na sessão Cult, será exibido o clássico francês “Brinquedo Proibido” de Rene Clement. Após a exibição deste filme, críticos da ACCPA promoverão um debate sobre o “Oscar” 2012 com o público presente.
*Cine Estação: “O Garoto da Bicicleta”, belo filme dos irmãos Dardenne, será a próxima atração do Cine Estação em fevereiro. O filme ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes ano passado e certamente será um dos melhores filmes este ano na cidade.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
CINE TROPPO - SEMANA DE 10 À 16/02/12
CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “Triângulo Amoroso”, “Star Wars : A Ameaça Fantasma (3D) e “Cada um tem a Gêmea que Merece”.
“Triângulo Amoroso” mostra a história do casal de meia-idade Simon (Sebastian Schipper) e Hanna (Sophie Rois) que vive em Berlim e, simultaneamente, se apaixona e se envolve com o mesmo homem (Devid Striesow). No entanto, quando Hanna fica grávida, surge uma pergunta que irá mudar o relacionamento de todos: "quem é o pai?. O filme é dirigido por Tom Tykwer (Trama Internacional/Corra, Lola, Corra./Perfume). O filme competiu pelo Leão de Ouro no Festival de Veneza.Em 2010, foi indicado ao German Film Awards em seis categorias (Melhor Longa-Metragem, Melhor Diretor – Tom Tykwer, Melhor Atriz – Sophie Rois, Melhor Som Original, Melhor Edição. Melhor Trilha Sonora Original). O filme será exibido no Cine Líbero Luxardo.
“Cada um tem a Gemêa que Merece” é a nova comédia do ator Adam Sandler (Tratamento de Choque/Como se fosse a Primeira Vez). O calmo Jack é surpreendido pela visita de sua irmã gêmea, Jill. Inicialmente, ela passaria apenas o Dia de Ação de Graças com a família de seu irmão, mas, para a infelicidade de Jack, Jill acaba ficando muito mais tempo do que o esperado. No elenco, Adam Sandler, Al Pacino, Katie Holmes, e Shaquille O'Neal.
“Star Wars – A Ameaça Fantasma” de George Lucas, volta aos cinemas agora em 3D. Lançado em 1999, é oficialmente o primeiro episódio da saga GUERRA NAS ESTRELAS. Lucas resolveu contar toda a história criada nos anos 70 e que foi um grande sucesso mundial com uma produção de alto nível e cheio de novos efeitos especiais. Aqui, vemos o início de toda saga, incluindo o surgimento do personagem que mais tarde se transformaria em Darth Vader. Valer a pena (ver) rever o filme em 3D.
Críticas/Cinema
“J. Edgar” de Clint Eastwood. Com Leonardo DiCaprio. Dentro da história dos EUA. J. Edgar Hoover é um mito, um herói. Dirigindo o FBI por tanto tempo, foi um personagem que testemunhou a história americana e também fez parte dela. Até hoje visto como um mito, já estava na hora do cinema fazer sua leitura sobre a vida deste homem tão polêmico, criticado e temido. O projeto sobre a vida de Hoover há anos está sendo adiado em Hollywood. Afinal, mexer com um mito é sempre perigoso. Humanizar um personagem tão absoluto também e felizmente, o projeto acabou sendo dirigido pelo veterano cineasta Clint Eastwood que como diretor tem uma carreira com vários filmes de grande qualidade. Com um roteiro que procura registrar momentos importantes de Hoover, citando trechoss importantes de sua história pessoal e profissional, Eastwood procurou mostrar este personagem dentro do contexto histórico que ele viveu. Revelando seus medos, métodos, ideologia e profissionalismo, Eastwood revelou um homem frágil e forte, hesitante e firme, cruel e amoroso. A narrativa alternada da história de Hoover, permite que o espectador se envolva com a construção do personagem. Sabiamente, o diretor não colocou no filme informações demais sobre a sua história, mas todos os fatos que são relatados se fecham, são concluídos, desde sua fragilidade familiar até sua força profissional em saber lidar com o poder. No final, fica claro a tentativa de revelar o caminho de um homem que viveu seu tempo, errou, acertou e pelos erros e acertos, virou história. Humanizar um mito não é fácil. Por isso, o filme talvez não tenha sido um sucesso no EUA e nem Leonardo DiCaprio tenha sido indicado ao “Oscar” pela sua estupenda atuação. Afinal, errar é humano e pela visão de boa parte dos americanos, Hoover não errou. Eastwood acertou ao mostrar seus erros e fragilidades e fez um belo filme que merece ser visto com atenção, dentro do melhor rendimento do chamado cinema clássico americano. Cotação: Muito Bom.
“Os Descendentes” de Alexander Payne. Com George Clooney. Depois de fazer dois bons filmes, “As Confisssões de Smith” e “Entre uma e Outras”, Alexander Payne se tornou um diretor de qualidade. Por isso, a decepção com “Os Decendentes” é maior. Ao mostrar a história de um homem que tem sua vida profissional e familiar alterada devido ao acidente com sua esposa (com quem vivia uma crise conjugal), Payne optou pelo melodrama barato, deixando de lado a maturidade que atingiu nos filmes anteriores. No filme, um pouco de tudo que uma novela das seis tem diariamente: a surpresa em tem que lidar com os filhos com quem nunca conviveu direito devido ao trabalho, a surpresa de saber que foi traído pela mulher, a busca obsessiva de saber quem é o amante (deixando de lado a esposa internada no hospital), uma trama paralela sobre a venda de um terreno que traz lembranças positivas e finalmente, o encontro com a esposa do amante de sua mulher que numa cena patética, aparece no hospital e “desabafa” criticando sua mulher à beira da morte numa cama. Realmente, novela das seis, no pior sentido da palavra, ainda piorado com a atuação absolutamente normal de George Clooney que mais uma vez interpretou...George Clooney. Gosto muito mais de Clooney como diretor que como ator. E aqui, não vejo razões para tantos prêmios à sua atuação. E pensar que o filme ganhou o “Globo de Ouro” de melhor filme/drama e melhor ator/drama e ainda é o grande favorito na categoria de melhor ator. Enfim, o que era para ser um bom filme de um diretor em ascensão, é claramente uma decepção. Sorte na próxima, Sr. Payne.
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: A ACCPA em parceria com IAP exibe n dia 27/02 o filme “Este Obscuro Objeto do Desejo”, último filme dirigido pelo grande cineasta Luis Buñuel em 1977. O filme mostra a história de uma jovem que instiga e faz de tudo para manter a obsessão de um homem mais velho por ela, mas que não permite que ele concretize sua fantasia. Baseado em obra de Pierre Louys, o filme tem no elenco Fernando Rey, Ángela Molina e Carole Bouquet. O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” está em exibição. Hoje, será exibido em último dia, a comédia “Garotas e Samba” com Zezé Macêdo, uma das mais divertidas comédias musicais da Atlântida.A sessão começa às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Está em exibição o premiado ”Triângulo Amoroso”, de Tom Tykwer, diretor de “Corra, Lola, Corra” (1998) e “Perfume – A História de um Assassino” (2006) . O filme será exibido de 15 a 18 e 22 a 26 de fevereiro, 29 de fevereiro a 04 de março (quarta a domingo), às 19h. Maiores informações na seção ESTREIAS DA SEMANA.
*Cine Estação: “Romances Anônimos” de Jean-Pierre Améris, será exibido até hoje. O filme foi indicado ao César 201 e será exibido hoje às 10h, 18h e 20h30. No filme, uma talentosa confeiteira, que faz chocolates requintados reconhecidos pelo público e crítica. Entretanto, ela prefere o anonimato e finge ser apenas uma entregadora, para depois ser surpreendida com o convite para jantar de Jean-René qie é extremamente tímido."Românticos Anônimos" é mais do que uma simples comédia romântica, pois também foca os rumos dos relacionamentos amorosos nos dias atuais, as barreiras impostas no dia a dia, receios e acanhamentos.
*Cineclube Alexandrino Moreira: A ACCPA em parceria com IAP exibe n dia 27/02 o filme “Este Obscuro Objeto do Desejo”, último filme dirigido pelo grande cineasta Luis Buñuel em 1977. O filme mostra a história de uma jovem que instiga e faz de tudo para manter a obsessão de um homem mais velho por ela, mas que não permite que ele concretize sua fantasia. Baseado em obra de Pierre Louys, o filme tem no elenco Fernando Rey, Ángela Molina e Carole Bouquet. O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” está em exibição. Hoje, será exibido em último dia, a comédia “Garotas e Samba” com Zezé Macêdo, uma das mais divertidas comédias musicais da Atlântida.A sessão começa às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Está em exibição o premiado ”Triângulo Amoroso”, de Tom Tykwer, diretor de “Corra, Lola, Corra” (1998) e “Perfume – A História de um Assassino” (2006) . O filme será exibido de 15 a 18 e 22 a 26 de fevereiro, 29 de fevereiro a 04 de março (quarta a domingo), às 19h. Maiores informações na seção ESTREIAS DA SEMANA.
*Cine Estação: “Romances Anônimos” de Jean-Pierre Améris, será exibido até hoje. O filme foi indicado ao César 201 e será exibido hoje às 10h, 18h e 20h30. No filme, uma talentosa confeiteira, que faz chocolates requintados reconhecidos pelo público e crítica. Entretanto, ela prefere o anonimato e finge ser apenas uma entregadora, para depois ser surpreendida com o convite para jantar de Jean-René qie é extremamente tímido."Românticos Anônimos" é mais do que uma simples comédia romântica, pois também foca os rumos dos relacionamentos amorosos nos dias atuais, as barreiras impostas no dia a dia, receios e acanhamentos.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
CINE TROPPO - SEMANA DE 03 À 09/02/12
CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “Romances Anônimos, “A Filha do Mal”, “A Bela e a Fera 3D” e “Viagem 2: A Ilha Misteriosa” (3D).
“Romances Anônimos” tem na direção Jean-Pierre Améris, mesmo diretor de “Eu me chamo Elisabeth” e “Más Companhias”. No filme, Angélique é uma talentosa confeiteira, que faz chocolates reconhecidos por todos. Entretanto, ela prefere o anonimato e finge ser apenas uma entregadora, para depois ser surpreendida com o convite para jantar de um admirador, Jean-René. O problema é que ele é extremamente tímido e possui muitas dificuldades em manter contato com outras pessoas. No elenco, Benoît Poelvoorde e Isabelle Carré.
“Filha do Mal” mostra a história de uma mulher que foi convencida de que a mãe matou três pessoas após enlouquecer. Quando descobre que os assassinatos eram parte de um ritual exorcista, ela parte com uma equipe para filmar um documentário.No elenco, a brasileira Fernanda Andrade, Simon Quarterman e Evan Helmuth.
“A Bela e a Fera”(3D) é a versão da Disney em desenho animado lançada em 1991 e que agora volta aos cinema restaurado em 3D. O filme conquistou seis indicações ao “Oscar”, incluindo a de Melhor Filme - um feito inédito para um filme de animação, vencendo dois “Oscar” (Melhor Canção e Melhor Trilha Instrumental). .
“Viagem 2” é a sequência do sucesso mundial de 2008 “Viagem ao Centro da Terra” e começa quando o personagem Sean capta uma mensagem codificada vinda de uma ilha misteriosa localizada em um ponto onde não deveria haver nada. Um lugar com formas de vida estranhas, montanhas de ouro, vulcões mortais e diversos segredos surpreendentes. Sem conseguir impedi-lo de ir, o novo padrasto de Sean parte com ele na viagem.O filme será exibido em 3D.
QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
FILMES MARCO MOREIRA PEDRO VERIANO LUZIA ÁLVARES
“J. Edgar” Muito Bom/Bom/Muito Bom
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“Os
Descendentes” Bom Bom Razoável
--------------------------------------------------------------------
“Os Homens
que não Amavam
as Mulheres” Bom/Bom/Bom
--------------------------------------------------------------------
“Paisagem
na Neblina” Excelente/Excelente/Excelente
--------------------------------------------------------------------
“O Passo
Suspenso
da Cegonha” Excelente/Muito Bom/ -
--------------------------------------------------------------------
“Missão do
Gerente de
Recursos
Humanos”
(DVD) Excelente/Muito Bom/Excelente
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Crítica/”A Árvore da Vida”
A Árvore da Vida (The Tree of Life, EUA, 2011), escrito e dirigido por Terrence Malick, é complexo, mas é inteligível. O título, no original e em português, já é um indicativo da abrangência do tema; uma árvore tem raízes, tronco e galhos com frutos e folhas que se projetam em várias direções; a pretensão do autor é claramente ambiciosa. O drama começa com a tragédia da perda de um filho de um casal que tinha três, história da vida de pessoas comuns e, talvez, uma das características que torna o filme bem aberto para apreciações diversas dentro da complexidade que vai sendo incorporada progressivamente. A década de 1950 é a referência temporal básica.
O sofrimento da mãe, o arrependimento e sentimento de culpa do pai pelo tratamento que dispensara ao filho começam a adensar a análise sobre a existência, que avança, praticamente sem atingir limite, em especulações psicológicas, filosóficas e religiosas.As imagens do universo em fúria, em formação e se organizando, a origem, evolução e destino da matéria inerte e da vida, acompanhadas de imagens exuberantes, dão uma pausa à narrativa da tragédia humana, mas em seguida incorporam-se à busca de significado para a existência humana, à beleza da vida e às incertezas. Nem tudo no filme é para ser explicado, mas é para ser sentido no campo da emoção pura.
Os retornos à formação da família, ao namoro, à gravidez, ao nascimento, à realidade mais próxima das pessoas, ao cotidiano, às alegrias do convívio, à apreciação da natureza, trazem de volta a narrativa sequencial, em retrospecto; o passar inexorável do tempo, não há volta.O’Brian (Brad Pitt) educa os filhos de modo rígido, chega a ser violento, sendo que Jack (Hunter McCraken), o filho mais velho, adolescente, é o alvo principal de ações paternas agressivas. O crescimento de Jack e dos irmãos se faz, nos primeiros tempos, acompanhado de carinho, carícias da mãe, a Senhora O’Brian (Jessica Chastain), de brincadeiras alegres e descontraídas das crianças e depois, de descobertas sobre o corpo e os próprios sentimentos, da percepção da espiritualidade, de cobranças e da imposição de limites.
A rigidez paterna causa forte reação de Jack que chega a desejar a morte do pai, ideia levada ao extremo de pensar em causar um acidente para matá-lo, oportunidade que surge quando O’Brian está debaixo de um automóvel suspenso por um macaco: bastaria um toque no macaco para o carro cair em cima do homem. A grosseria de O’Brian também leva a conflitos com a mulher a ponto de atingirem enfrentamento físico. Conselhos paternos atravessados são dados a Jack sob a alegação de que o pai se frustrou por ter sido passivo.A morte e o sofrimento, a angústia, a insegurança, a incerteza, entram em análises verbais acompanhadas por imagens pertinentes ao discurso em sequências impregnadas de um sentimentalismo racional, construídas com bela fotografia e música incorporada em harmonia com o conteúdo e o ritmo da narrativa; a música é fundamental nas cenas de criação e expansão do universo. Na verdade, a fotografia, dirigida por Emmanuel Lubezki, a música de Alexandre Desplat e os sons de um modo geral, são essenciais para a harmonização de toda a diversidade imaginada por Terrence Malick.
Em sermão que se pode qualificar como pessimista, mas também realista, um sacerdote força os presentes a ouvirem reflexões que levam à frase síntese: “O infortúnio acontece aos bons também.”Avançando no tempo, Terrence Malick leva o espectador a acompanhar Jack (Sean Penn) em fase adulta, transportando-o para o tempo atual com toda a carga dos conflitos pretéritos e mais a frieza do mundo moderno; inquieto e inseguro, Jack se debate em uma busca que o leva a inusitados locais até se encontrar com toda a família, em momentos emocionantes, carregados de símbolos, lembranças construídas com imagens de pessoas tranqüilas, enternecidas, intercaladas com vistas independentes da natureza. Os pais e Jack são apresentados em idade adulta e os irmãos ainda crianças. A música reforça o clima de harmonia. No final, Jack, na atualidade, um mundo de concreto, metálico e de arranha-céus, finalmente esboça um sorriso.
A árvore construída por Terrence Malick, de muitas raízes, ramificações e muitos galhos, gerou e deverá continuar gerando muitos frutos. (Arnaldo Prado Junior)
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: Em homenagem ao grande cineasta Theo Angelopoulos, a ACCPA em parceria com IAP exibe amanhã “O Passo Suspenso da Cegonha”, filme realizado em 1991 com Marcelo Mastroianni e Jeanne Moreau no elenco. Um jovem repórter enviado para a fronteira da Grécia, descobre uma outra vida. Na pequena vila que é quase o fim do mundo, vivem refugiados de diferentes nacionalidades. Eles têm só um sonho: partir para recomeçar a vida em outro lugar. Um senhor idoso que vive ali , intriga o repórter: ele pensa reconhecer nessa face uma personalidade política que desapareceu há algum tempo. O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” está em exibição. Hoje, será exibido em último dia, a comédia “Aviso aos Navegantes”(1950) de Watson Macedo com Oscarito e Grande Othelo às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Dentro da mostra de melhores filmes de 2011, promovida pela ACCPA, hoje será exibido o filme “A Árvore da Vida” de Terrence Malick, eleito o melhor filme do ano passado. O filme será exibido às 15:30 e 18:30h. Entre a primeira e segunda sessão do filme, haverá um debate dos críticos da ACCPA com o público. Entrada franca.
*Cine Estação: “Romances Anônimos” de Jean-Pierre Améris, está em exibição desde dia 02/02. O filme foi indicado ao César 201 e será exibido hoje às 10h, 18h e 20h30.
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Crítica/”A Árvore da Vida”
A Árvore da Vida (The Tree of Life, EUA, 2011), escrito e dirigido por Terrence Malick, é complexo, mas é inteligível. O título, no original e em português, já é um indicativo da abrangência do tema; uma árvore tem raízes, tronco e galhos com frutos e folhas que se projetam em várias direções; a pretensão do autor é claramente ambiciosa. O drama começa com a tragédia da perda de um filho de um casal que tinha três, história da vida de pessoas comuns e, talvez, uma das características que torna o filme bem aberto para apreciações diversas dentro da complexidade que vai sendo incorporada progressivamente. A década de 1950 é a referência temporal básica.
O sofrimento da mãe, o arrependimento e sentimento de culpa do pai pelo tratamento que dispensara ao filho começam a adensar a análise sobre a existência, que avança, praticamente sem atingir limite, em especulações psicológicas, filosóficas e religiosas.As imagens do universo em fúria, em formação e se organizando, a origem, evolução e destino da matéria inerte e da vida, acompanhadas de imagens exuberantes, dão uma pausa à narrativa da tragédia humana, mas em seguida incorporam-se à busca de significado para a existência humana, à beleza da vida e às incertezas. Nem tudo no filme é para ser explicado, mas é para ser sentido no campo da emoção pura.
Os retornos à formação da família, ao namoro, à gravidez, ao nascimento, à realidade mais próxima das pessoas, ao cotidiano, às alegrias do convívio, à apreciação da natureza, trazem de volta a narrativa sequencial, em retrospecto; o passar inexorável do tempo, não há volta.O’Brian (Brad Pitt) educa os filhos de modo rígido, chega a ser violento, sendo que Jack (Hunter McCraken), o filho mais velho, adolescente, é o alvo principal de ações paternas agressivas. O crescimento de Jack e dos irmãos se faz, nos primeiros tempos, acompanhado de carinho, carícias da mãe, a Senhora O’Brian (Jessica Chastain), de brincadeiras alegres e descontraídas das crianças e depois, de descobertas sobre o corpo e os próprios sentimentos, da percepção da espiritualidade, de cobranças e da imposição de limites.
A rigidez paterna causa forte reação de Jack que chega a desejar a morte do pai, ideia levada ao extremo de pensar em causar um acidente para matá-lo, oportunidade que surge quando O’Brian está debaixo de um automóvel suspenso por um macaco: bastaria um toque no macaco para o carro cair em cima do homem. A grosseria de O’Brian também leva a conflitos com a mulher a ponto de atingirem enfrentamento físico. Conselhos paternos atravessados são dados a Jack sob a alegação de que o pai se frustrou por ter sido passivo.A morte e o sofrimento, a angústia, a insegurança, a incerteza, entram em análises verbais acompanhadas por imagens pertinentes ao discurso em sequências impregnadas de um sentimentalismo racional, construídas com bela fotografia e música incorporada em harmonia com o conteúdo e o ritmo da narrativa; a música é fundamental nas cenas de criação e expansão do universo. Na verdade, a fotografia, dirigida por Emmanuel Lubezki, a música de Alexandre Desplat e os sons de um modo geral, são essenciais para a harmonização de toda a diversidade imaginada por Terrence Malick.
Em sermão que se pode qualificar como pessimista, mas também realista, um sacerdote força os presentes a ouvirem reflexões que levam à frase síntese: “O infortúnio acontece aos bons também.”Avançando no tempo, Terrence Malick leva o espectador a acompanhar Jack (Sean Penn) em fase adulta, transportando-o para o tempo atual com toda a carga dos conflitos pretéritos e mais a frieza do mundo moderno; inquieto e inseguro, Jack se debate em uma busca que o leva a inusitados locais até se encontrar com toda a família, em momentos emocionantes, carregados de símbolos, lembranças construídas com imagens de pessoas tranqüilas, enternecidas, intercaladas com vistas independentes da natureza. Os pais e Jack são apresentados em idade adulta e os irmãos ainda crianças. A música reforça o clima de harmonia. No final, Jack, na atualidade, um mundo de concreto, metálico e de arranha-céus, finalmente esboça um sorriso.
A árvore construída por Terrence Malick, de muitas raízes, ramificações e muitos galhos, gerou e deverá continuar gerando muitos frutos. (Arnaldo Prado Junior)
AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: Em homenagem ao grande cineasta Theo Angelopoulos, a ACCPA em parceria com IAP exibe amanhã “O Passo Suspenso da Cegonha”, filme realizado em 1991 com Marcelo Mastroianni e Jeanne Moreau no elenco. Um jovem repórter enviado para a fronteira da Grécia, descobre uma outra vida. Na pequena vila que é quase o fim do mundo, vivem refugiados de diferentes nacionalidades. Eles têm só um sonho: partir para recomeçar a vida em outro lugar. Um senhor idoso que vive ali , intriga o repórter: ele pensa reconhecer nessa face uma personalidade política que desapareceu há algum tempo. O filme será exibido às 19h com entrada franca e debate após a exibição.
*Cine Olympia: A mostra “Cinema e Carnaval” está em exibição. Hoje, será exibido em último dia, a comédia “Aviso aos Navegantes”(1950) de Watson Macedo com Oscarito e Grande Othelo às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Dentro da mostra de melhores filmes de 2011, promovida pela ACCPA, hoje será exibido o filme “A Árvore da Vida” de Terrence Malick, eleito o melhor filme do ano passado. O filme será exibido às 15:30 e 18:30h. Entre a primeira e segunda sessão do filme, haverá um debate dos críticos da ACCPA com o público. Entrada franca.
*Cine Estação: “Romances Anônimos” de Jean-Pierre Améris, está em exibição desde dia 02/02. O filme foi indicado ao César 201 e será exibido hoje às 10h, 18h e 20h30.
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