domingo, 22 de janeiro de 2012

CINE TROPPO - SEMANA DE 20 À 26/01/12


CINE TROPPO
Marco Antonio Moreira Carvalho
Lançamentos da Semana
Caso não haja alterações de última hora, as estréias da semana são “As Aventuras de Tintim” e “2 Coelhos”.
“As Aventuras de Tintim” é baseado nos quadrinho de Hergé e segue a aventura do jovem repórter Tintim (Jamie Bell) e seu leal cachorro Milu a partir do momento em que eles descobrem que o modelo de um antigo navio contém um segredo explosivo. Atraído pelo mistério centenário, Tintim se vê na mira de Ivan Ivanovitch Sakharin (Daniel Craig), um vilão diabólico que crê que Tintim roubou um tesouro valioso ligado a um velho pirata cruel chamado Rackham, o Terrível. Com a ajuda de seu cachorro, Milu, do mordaz e resmungão Capitão Haddock (Andy Serkis) e dos atrapalhados detetives Dupond & Dupont (Simon Pegg e Nick Frost), Tintim percorrerá meio mundo, sendo mais esperto e mais rápido que seus inimigos, numa perseguição vertiginosa atrás da localização exata de onde teria afundado O Licorne, um galeão naufragado que pode conter a chave de uma imensa fortuna e de uma antiga maldição. Spielberg dirigiu o primeiro filme da franquia e Peter Jackson (O Senhor dos Anéis) vai dirigir o segundo filme. James Cameron (Avatar) está em negociações para comandar o terceiro filme da franquia. Os filmes utilizarão a tecnologia 3D digital de captura de movimentos. Os personagens Tintim (um jovem jornalista) e Milu (seu cachorro) apareceram pela primeira vez em 10 de janeiro de 1929, no Le Petit Vingtième, um suplemento do jornalLe Vingtième Siècle destinado aos jovens e posteriormente acabou ganhando uma série animada.
Em “2 Coelhos”, Edgar (Fernando Alves Pinto) encontra-se na mesma situação que a maioria dos brasileiros: espremido entre a criminalidade, que age impunemente, e a maioria do poder público, que só age com o auxilio da corrupção. Cansado de ser vítima desta situação, ele resolve fazer justiça com as próprias mãos e elabora um plano que colocará os criminosos em rota de colisão com políticos gananciosos. No elenco, Eduardo Moscovis, Alessandra Negrini, Aldine Müller, Marat Descartes, Neco Vila Lobos.


QUADRO DE COTAÇÕES / ACCPA
FILMES MARCO MOREIRA PEDRO VERIANO LUZIA ÁLVARES
“Cavalo
de Guerra Bom/Bom/Bom
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“As
Aventuras
de Tin Tim” Bom/Bom/Bom
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“Sherlock
Holmes” Razoável/Razoável/Razoável
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“Imortais” Fraco/Fraco/Fraco
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“Sonata
de Outono” Excelente/Excelente/Excelente
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“O Enigma
de Uma
Vidaa”(DVD) Excelente/Excelente/Excelente
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SUPERNOVAS
*“O Artista” de Michel Hazanavicius, e “Os Descendentes” de Alexander Payne, foram os filmes que conquistaram mais estatuetas no Globo de Ouro, na cerimônia realizada domingo dia 15 de janeiro. O filme francês dirigido por Hazanavicius, que homenageia o cinema mudo e será distribuído no Brasil pela Paris Filmes, levou ganhou em três categorias: melhor filme de comédia/musical; melhor ator de comédia/musical (para Jean Dujardin); e melhor trilha sonora (para Ludovic Bource). “Os Descendentes” que estréia no Brasil dia 27 de janeiro, ganhou em duas categorias: melhor filme dramático e melhor ator de drama (George Clooney). O prêmio de melhor direção ficou com Martin Scorsese, por “Hugo”. A grande atriz Meryl Streep ganhou o prêmio de atriz dramática por “A Dama de Ferro”, e Michelle Williams ganhou na categoria melhor atriz de comédia/musical, por “Sete dias com Marilyn”. O prêmio de melhor roteiro ficou com Woody Allen por “Meia-noite em Paris”, e o de melhor filme estrangeiro foi para a excelente produção iraniana “A Separação”.
*Lançado no Brasil em 2010, “Lula, O Filho do Brasil” estreou nos Estados Unidos na última sexta-feira, 13 de janeiro, com distribuição da companhia independente New Yorker. O filme de Fábio Barreto, produzido por Lucy e Luiz Carlos Barreto, ganhou crítica no jornal The New York Times. O texto elogia principalmente o trabalho do ator Rui Ricardo Diaz, que interpreta Lula adulto.
*A Paramount comprou os direitos de “Cirque du Soleil Worlds Away”, filme da companhia circense em 3D produzido por James Cameron. O longa, escrito e dirigido por Andrew Adamson (Shrek), reúne números de diversos espetáculos do grupo. Ainda não há data de lançamento, mas a previsão é que a estreia seja ainda este ano.
*Começou no dia 12 de janeiro e segue até 1º de fevereiro a segunda edição do MyFrenchFilmFestival, festival online de filmes franceses organizado pela Unifrance em parceria com o Festival Varilux. O acesso aos 13 longas e 10 curtas-metragens selecionados, já legendados, é gratuito pelo site www.myfrenchfilmfestival.com, onde o público pode votar em até três categorias.
*A Paris Filmes confirmou a data de estreia no Brasil do último capítulo da franquia “Crepúsculo”. Intitulado “A Saga Crepúsculo: Amanhecer – O Final”, o filme chegará aos cinemas no dia 16 de novembro de 2012, em lançamento simultâneo nos principais mercados do mundo.
*A Paramount liderou o market share das distribuidoras em 2011, com cinco filmes no top 20 e uma renda total de 241,96 milhões, o que corresponde a 17,1% do mercado. Em termos de público, o estúdio fechou o ano com 23,31 milhões de ingressos vendidos, 16,4% do total do setor. * De 25 à 29/01, acontecerá no Cine Líbero Luxardo a exibição da mostra dos melhores do ano de 2011 da ACCPA com entrada franca.Serão exibidos : “A Árvore da Vida”, “Melancholia”, “Meia Noite em Paris, “Filme Socialismo” e “Em Um Mundo Melhor”.Antes Da sessão, haverá uma apresentação dos filmes pelos críticos da ACCPA.
* A ACCPA (Associação dos Críticos de Cinema do Pará) tem um site à disposição do internauta: www.accpara.com.br . No site da ACCPA, tem a programação dos cinemas comerciais e alternativos, críticas, , enquete, etc..
*Acesse “Odisséia”, meu blog sobre cinema e outros assuntos no endereço http://www.marcoantoniomoreira.blogspot.com/.
* Meu Twitter: www.twitter.com/marcomoreira_

Cinema/Crítica
As AVENTURAS DE TINTIM
A escolha da técnica “motion capture” para a realização de “As Aventuras de Tintim”(The Adventures of Tintim/EUA,2011) foi a chave para a realização do filme de acordo com o gibi original. Observando, por exemplo, a sequência da briga nas caravelas, com os barcos praticamente voando um sobre o outro, se fossem imagens reais, mesmo moldadas nos computadores para fusões diversas, deixariam vulnerável a percepção de um “truque” (e imagino o trabalho que teria a produção). Como ficou, com o elenco e os objetos “vestidos” de animação digital, foi possível fazer as cenas mirabolantes de uma intensa irrealidade.
O filme é por excelência um espetáculo visual que deve cativar especialmente as crianças. O enredo é extremamente ingênuo. Tintin (Jamie Bell), um jovem jornalista, adquire em uma feira um navio em miniatura que é também do interesse de outros compradores. Certo dia descobre que o Licorne (o nome do navio) foi roubado e sua casa destroçada. Começa, então, a busca detetivesca do motivo deste roubo e de quem o perpetrou. Desvenda que este esconde um segredo muito importante que um tipo que ele conheceu na compra do navio, Sakharine (Daniel Craig), quer a todo custo se apossar. Na busca pelo navio perdido, alia-se ao capitão Haddock (Andy Serkis), que passa a ser seu companheiro na aventura, e vem, a saber, que nesse navio que guardava uma arca cheia de moedas de ouro e pedras preciosas foi pirateado. O que aconteceu ao barco, como se meteu na história o vilão “de carteirinha” Sakharine, o espectador vai saber em quase duas horas de muita ação.
O filme é um moto-continuo, com uma edição que privilegia o menor tempo possível de imagens na tela. Tanto que muitas falas podem ser consideradas supérfluas. Spielberg via (ou vê) como uma das qualidades de Hergé o fato de os quadrinhos poderem ser compreendidos sem que se detenha a atenção nas letras. Condensou “Tintin” de três histórias do personagem: Os Caranguejos das Tenazes de Ouro, O Segredo do Licorne e O Tesouro de Rackham, O Terrível. Não é bem uma animação em estado puro, e achei incorência o mesmo ser premiado com o Globo de Ouro especifico ao filme, desprezando o criativo “Rango” de Verbinski, contudo, é um trabalho primoroso e um resultado divertido. Valeu.(Luzia Álvares)

“Peripécias Digitais”
Tintim, o jovem jornalista dos quadrinhos criados pelo belga Hergé em 1929 teria ganhado o nome de um álbum escrito por Benjamin Rabier e Fred Isly em 1897 chamado “Tintim lutin”. O tipo do herói parece mesmo com o de Onésime, o garoto do álbum. Hergé, simpático das idéias nazistas, imaginou seu personagem como um membro da juventude hitlerista: branco, olhos azuis, cabelos castanho-claros e um topete que viraria a sua principal característica física.
Peter Jackson, o diretor da série “Senhor dos Anéis”, influenciou decididamente Steven Spielberg na filmagem de “As Aventuras de Tintim”(The Adventures of Tintim), certamente o primeiro filme de uma nova franquia milionária. E o primeiro do diretor de “ET”(e da sua firma, Amblim), rodado em “motion capture”, processo que Robert Zemeckis usa e abusa a partir de “Expresso Polar”. Dizem que a opção do cineasta deu-se por conta de uma critica francesa ao seu “Caçadores da Arca Perdida” que comparou Indiana Jones com o tipo de Hergé (uma inspiração que deixou de lado o fato de Spielberg,judeu, ter se apaixonado pelos gibis que em seus primeiros anos/edição evocavam teorias dignas do “Mein Kampf”).
O filme que está em cartaz no Brasil é prodigioso em termos técnicos. O cinema demonstra que já pode vislumbrar qualquer tipo de sonho, ou pesadelo. Caravelas que se chocam, heróis e vilões que desafiam a gravidade, peripécias absolutamente fantasiosas em terra mar e ar, tudo para surgir em tela grande, 3D num arremedo de espaços reais que custariam muitos mais milhões de dólares se usados com atores & locações. O relato da filmagem, com Spielberg acompanhando num lap a intercessão de imagens por sobre os intérpretes é um retrato do avanço tecnológico da cinematografia. E da abdicação do criador de “Tubarão” ao cinema digital que ele desprezava. Claro que cinema é muito mais. Quanto mais de adentra no potencial de captura de imagens mais se desafia um autor a entrar na mente de um tipo ou discernir que diabo se passa nos confins da alma humana. Por aí se deve discernir o filme-espetaculo do filme-arte, o mais desafiador dos processos de criação.
“As Aventuras de Tintim”é técnica, é diversão,é brinquedo para os olhos. Ver sem pensar é a formula para se aplaudir. (Pedro Veriano)

SPIELBERG E SEU CINEMA DE DIVERSÃO
Steven Spielberg representa há tempos, a tradição do cinema clássico americano. Seus filmes são concebidos para grandes platéias, para proporcionar grandes emoções e não é à toa que seu nome é conhecido mundialmente pela grande maioria de quem freqüenta as salas de cinema desde o seu o primeiro grande sucesso, “A Louca Escapada”(1973). Em seu currículo como cineasta, vários “blockbusters” com enormes bilheterias. Além disso, como produtor, sabe onde investir seu dinheiro. Por isso, ver sua adaptação dos quadrinhos de Hergé é esperar (re) ver a fórmula que deu certo: muita ação + momentos dramáticos + diálogos objetivo (nada muito longo) + efeitos especiais de primeira (realmente impressionantes) + ação + ritmo + emoção + ritmo + emoção = sucesso.
”As Aventuras de Tintim” é um prazer visual que realmente cativa, dentro do estilo que fez de Spielberg um dos artistas mais fortes de Hollywood.O filme lembra muito toda a narrativa de “Os Caçadores da Arca Perdida” (que já era influenciada pelo cinema americano dos anos 30 e 40, principalmente) que Spielberg fez nos anos 80. E por isso mesmo, não há surpresa. Spielberg segue sua fórmula e vai ficando a cada sucesso na história do cinema. Cinema é a maior diversão? Sim, com Spielberg é. Mas o que seu cinema realmente acrescenta ao cinema, como linguagem, forma, conteúdo?
Os milhares de fãs de seu cinema teriam várias respostas positivas. Eu, continuo ainda querendo encontrar estas respostas. “As Aventuras de Tintim” e “Cavalo de Guerra”, outro filme sob sua direção em cartaz, buscam o elo com o cinema clássico americano. Algum problema com isso? Um cineasta não pode se inspirar na obra de John Ford ou David Lean ? Claro que sim.Mas me parece que este caminho serve apenas a Spielberg e não ao cinema do século XXI. “As Aventuras de Tintim” diverte, impressiona e conquistará especialmente ao público infanto-juvenil.A técnica de animação aqui, evolui em alto nível. Tudo pode ser feito no cinema, hoje. Mas o que fazer com essa técnica, com essa forma, dentro do processo de evolução da linguagem e da estética do cinema como arte? Certamente esta resposta não estará nos filmes de Steven Spielberg. (Marco Antonio Moreira)

AGENDA
*Cineclube Alexandrino Moreira: “Sonata de Outono” de Ingmar Bergman é o primeiro filme do ano a ser exibido dentro parceria com a ACCPA. É um dos melhores filmes do diretor sueco com atuações fantásticas de Ingrid Bergman e Liv Ullman. A sessão vai acontecer dia 23/01 às 19h com entrada franca e o tradicional debate entre o público e críticos presentes.
*Cine Olympia: A mostra “O Cinema de Mazzaropi” está em exibição no Cine Olympia. Mazzaropi foi um dos mais populares comediantes do cinema brasileiro conseguindo com seus filmes vários sucessos de público. Hoje será exibido “Candinho”, produção de 1954. Na próxima semana serão exibidos “Jeca Tatu” (de 24 à 26/01) e “Portugal Minha Saudade”(de 27 à 29/01). A sessão começa às 18:30 h com entrada franca.
*Cine Líbero Luxardo: Com uma programação direcionada ao aniversário de Belém, o Cine Líbero Luxardo está exibindo uma série de produções paraenses. Hoje é o último dia da mostra com destaque para a exibição de “Um Dia Qualquer” de Líbero Luxardo às 19h.
*Cine Estação: À pedidos, hoje será exibido ”A Pele que Habito” de Pedro Almodovár com sessões às 10h, 18:30h e 20H.Não deixe de ver este que foi um dos melhores filmes de 2011 segundo a ACCPA..

Um comentário:

Osvaldo Aires Bade disse...

Marco, olha essa reportagem sobre o game do Tim Tim http://cinenegocioseimoveis.blogspot.com/2012/01/cinematecnologia-j-ogo-oficial-do-filme.html

Abraço
Osvaldo
cinenegocioseimoveis@gmail.com

Coluna Cineclube - Dia 29/01/23