segunda-feira, 17 de setembro de 2018
51 º FESTIVAL DE BRASÍLIA DE CINEMA BRASILEIRO
Diário de Brasília
O Festival de Brasília de Cinema Brasileiro chega à sua 51º Edição com uma estrutura muito bem organizada e uma seleção de longas e curtas metragens que priorizam a diversidade de temas e de realizadores. Na abertura, como convidado, tive a oportunidade de assistir a exibição de dois trabalhos em “Hors-Concours”: o curta “Imaginário” de Cristiano Burlan e o longa metragem “Domingo” de Clara Linhart e Felipe Barbosa (que dirigiu “Gabriel e a Montanha”). “Imaginário” faz um breve relato sobre importantes acontecimentos políticos do país por depoimentos e declarações realizadas em áudio e imagem e procura nos sensibilizar no conhecimento da história deste país para entendermos nosso presente político. É um filme didático que teve um grande trabalho de pesquisa e que chega num momento importante para nossa conscientização política. Numa montagem criativa, o diretor soube usar a linguagens inerentes ao formato do curta metragem para criar interesse do espectador e realizar um trabalho ímpar sobre as questões políticas do Brasil. “Domingo” é um filme repleto de personagens diferentes que revelam num encontro familiar de domingo, suas diferenças de classe, de opinião, de perspectivas, de interesses, de comportamento. O filme cria um núcleo de metáforas sobre o Brasil pelos seus personagens e situações inteligentemente bem desenvolvidas num roteiro desafiador que certamente provocará polêmicas quando chegar ao circuito comercial. Ao assisti-lo, lembrei-me de “Um Sonho de Domingo” de Bertrand Tavenier, mas numa perspectiva mais política e social. “Domingo” é um filme que merece atenção!
Além da exibição destes filmes, duas premiações foram destaque com a entrega da medalha Paulo Emílio Salles Gomes (um dos fundadores do festival e um dos maiores pensadores do cinema brasileiro) para o mestre Ismail Xavier e Walter Mello (também um dos fundadores do festival) e o Prêmio Leila Diniz (em homenagem a atriz que deixou forte influência na arte brasileira) para a atriz Itala NandI (uma das atrizes de “Domingo”) e a montadora paulista Cristina Amaral. O prêmio ABCV foi entregue ao corpo docente do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Brasília e o profissional de cinema Roque Fritsh (falecido recentemente) foi homenageado. Na coletiva de imprensa dos dois filmes, muitas perguntas e respostas que ajudaram a entender a concepção e escolhas dos realizadores nos dois filmes que devem ser lançados em breve no circuito comercial.
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